19/04/2015

Lição 4 – A Tentação de Jesus

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 4 – A Tentação de Jesus

Introdução:
          A palavra tentação tem os significados em  heb. nasa e gr. peirasmos, podem, às vezes, ter o significado de "induzir ao pecado", que tão fortemente colore nossas palavras em português "tentar" e "tentação". Mas seu principal e predominante significado é o de "testar o valor e o caráter de homens". Nesse sentido, os cristãos devem se examinar para se certificarem de que suas palavras e ações evidenciam que eles são crentes genuínos (2 Co 13.5; cf. 2 Pe 1.10).
          No latim, temos a palavra  “tentatione”, pode significar indução ao erro.


1)      A Tentação de JESUS

          Logo que Jesus foi batizado, o Espírito de Deus havia descido sobre ele, e, para tomar posse mais completa de sua humanidade, impulsionou-o para o deserto, durante 40 dias e noites sendo tentando pelo deserto:

Primeira tentação: “E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.” Lc 4:3
Necessidade básica. Durante os 40 dias e noites, o mestre estava jejuando, e, com certeza, estava com fome.

Resposta: E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.” Lc 4.4
Jesus utiliza-se na Palavra de Deus para vencer a primeira tentação: “Está escrito”

Segunda tentação:E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Lc 4.5-7
Necessidade de Auto-realização: O inimigo diz que ele é o dono do mundo, querendo enganar Jesus. Ele tem poder, força, porém limitados por Deus.

Resposta: Mais uma vez, o Mestre nos ensina a importância de conhecermos e crermos na Palavra de Deus: “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás.” Lc 4.8

Terceira Tentação: “Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.” Lc 4.9-11
Necessidade pessoal (auto-estima): Agora, o inimigo, utiliza-se da Palavra de Deus para tentar Jesus.

Resposta: Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” Lc 4.12

          Mais uma vez, Jesus venceu a tentação, mesmo cansado, porém a Bíblia é clara quando nos diz que E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo” (Lc 4.13), ou seja, o adversário, nunca vai desistir de tentar, assim como no caso do nosso Senhor.
          Após vencer uma tentação, prepare-se para enfrentar outras, entretanto saiba que, se a Palavra de Deus estiver em você e você nela, vencerá as tentações. Aleluia!



2)     Alguns detalhes sobre o relato da tentação

Naquilo que é o principal, os relatos de Mateus e Lucas contêm as mesmas informações, mas diferem quanto aos seguintes aspectos:
1) Eles não mencionam a segunda e a terceira tentações na mesma ordem. Mateus coloca a tentação de saltar do pináculo do Templo em segundo lugar, ao passo que no texto de Lucas ela está em terceiro lugar. A tentação de aceitar os reinos do mundo, então, é a terceira em Mateus e a segunda em Lucas.
2) Lucas diz que JESUS foi tentado durante os quarenta dias do jejum e também posteriormente; Mateus não menciona estas outras tentações.
3) Segundo Mateus, depois que Satanás mostra a JESUS os reinos deste mundo, ele diz: “Tudo isto te darei”. Lucas enfatiza a autoridade e a glória destes reinos. De acordo com Lucas, Satanás diz Dar-te-ei a ti todo este poder (literalmente, “autoridade”) e a sua glória (6).
4) Quanto à mesma tentação, em Lucas, acrescenta-se ao texto de Mateus o seguinte: porque a mim me foi entregue, e o dou a quem quero (6).
5) Na tentação de saltar do pináculo do Templo, Mateus chama a cidade de “Cidade Santa”, enquanto Lucas a chama pelo nome, Jerusalém (9). Aqui, o motivo de Lucas é, obviamente, esclarecer os leitores gentios.
                    Estas diferenças não alteram em nada os ensinos relativos à tentação de JESUS.

                   Barclay intitula esta seção como “A batalha contra a tentação” e assim a esquematiza: 1) A tentação de subornar as pessoas com presentes materiais, 2-4; 2) A tentação de fazer acordos ou concessões, 5-8; 3) A tentação de dar demonstrações sensacionais às pessoas, 9-12. Poderíamos acrescentar mais uma: 4) As recompensas da vitória sobre a tentação, 13-14.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag.


3)     Conhecendo as necessidades humanas

          O inimigo sempre irá tentar a humanidade de acordo com as respectivas necessidades de cada um, e faz-se necessário nosso conhecimento nesta área, para nosso alerta e para alertar aos outros:

          A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.





     
4)     Os cinco estágios da tentação  (Tg 1.14-15)

        De acordo com Tiago, podemos classificar os estágios ou processos da tentação, em cinco. São eles:

- Inclinação. "Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça". Dá-se em virtude da natureza pecaminosa do homem;
- Atração. "quando esta o atrai". A atração, percepção seguida da atenção é resultado natural da ação dinâmica dos nossos sentidos (tato, olfato, visão. audição e paladar);
- Sedução. "e seduz". Sedução, conforme o Dicionário Michaelis, significa "1. Ato ou efeito de seduzir ou de ser seduzido. 2. Qualidade de sedutor. 3. Encanto, atração, fascínio." A sedução é uma ação envolvente, que de maneira sutil, embriaga, neutraliza a razão, podendo ser considerada um estágio avançado no processo da tentação;
- Concepção. "Então, a cobiça, depois de haver concebido". A idéia aqui, é a do estabelecimento pleno do desejo de pecar, de transgredir, de realizar o desejo, independente das consequências. O pecado está a um passo;
- Consumação. "dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,". O pecado é o resultado da consumação de todo o processo pertinente a tentação. Este processo pode ser lento ou rápido, planejado minuciosamente ou entregue aos acontecimentos. A consequência imediata deste último estágio é a morte (Gn 2.17; Rm 6.23).

          Segundo Champlin (2001, p. 351) "A tentação, se não for dominada, destrói a fibra moral. Mas, uma vez que lhe oferecemos resistência, isso melhora a qualidade moral de nosso ser".
“Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” Tg 1.12

5)     Conclusão

          Deus não tenta o homem para a prática do mal (tg 1.12), embora ele permita que as tribulações venham para nos provar (Mt 6.13) e mesmo que o inimigo nos tente ou nos leve a passar por alguma tribulação, saibamos que assim como foi com Jó, pura permissão de Deus,  Ele mesmo dará o escape ou o livramento: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”  1 Co 10.13

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD

Pr. Manoel Flausino

Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

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