Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito.
O Evangelho de Lucas, o médico amado
Lição 3 – A infância de Jesus
Introdução:
Não existe nenhuma
narrativa extensa sobre a infância de Jesus na Bíblia. E se não está na
Bíblia, não há outra fonte digna de
confiança e merecedora de crédito quanto à narrativa da infância de Jesus
Cristo narrada nas Sagradas Escrituras. Com essa
afirmação, pode-se afirmar que não há informação digna de confiança porque os
documentos extras bíblicos, que reclamam tal status, e tentam dar conta desse
lapso de tempo da infância de Jesus, são bem posteriores aos Evangelhos, e
foram influenciados pelo gnosticismo. Em segundo lugar, por falta de material
sobre a infância de Jesus, muitas são as especulações sobre ela, não
contribuindo em nada para o nosso conhecimento sobre o Senhor e a sua história
como menino.
Cabe ressaltar que
Lucas não tem o objetivo de descrever a infância de Jesus numa perspectiva
biográfica. Embora haja dados biográficos no conteúdo, os Evangelhos não são
relatos preponderantemente biográficos. E não apresenta uma preocupação
cronológica com a estruturação das narrativas, embora o escrito o médico e historiador
Lucas seja considerado, entre os Evangelhos, o mais cronológico e narra tudo o
que sabemos sobre a infância e a adolescência de Jesus.
Champlin nos diz que
“qualquer tentativa de expor de modo breve e completo a identificação, o
ministério e os ensinos de Jesus, deve ser vista como algo semelhante à
tentativa de pôr o oceano em uma xícara.” Podemos dizer do mesmo em relação à
infância do mestre. Entendemos à luz da palavra de Deus, que o Mestre esteve
aqui nesta terra e era 100% Deus e 100% homem, o que é chamado de união
Hipostática de Jesus.
Devemos ter o cuidado
de analisar a vida de Jesus de acordo com o relato bíblico.
1) Seu
crescimento
“E o menino crescia e se fortalecia
em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.” (Lc 2.40)
“E o menino crescia...” Entendemos que Ele crescia fisicamente; um
corpo que crescia regularmente, como qualquer outra pessoa sadia.
“...e se fortalecia em espírito...” Depreendemos deste fragmento o
fortalecimento de Jesus em sua vida espiritual.
“...cheio de sabedoria...”A medida que Ele desenvolvia-se
espiritualmente, a sabedoria de Deus aumentava sobre a sua vida. Precisamos
entender que não adianta se fortalecer o espírito e viver sem sabedoria.
“mas a excelência do conhecimento é que a
sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ec 7.12
“A sabedoria é a coisa principal;
adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de
entendimento.” Pv
4.7
“e a graça de Deus estava sobre ele”. Este dado refere-se à alma do menino, na qual a graça, a misericórdia
e o favor de do céu protegiam e conduziam o menino que, mais tarde, cumpriria
cabalmente o propósito destinado a Ele.
Jesus foi a criança
ideal. Ano após ano, Jesus ia revelando suas qualidades que convinham a sua idade, contudo, alguns
textos apócrifos relatam que Ele teria sido um menino prodígio (fazia pássaros
de barro e dava vida aos mesmos), o que entendemos que contraria o plano
divino. Se o Mestre, enquanto criança realizasse milagres causaria muita
confusão em Nazaré e Ele não cresceria em oculto aos olhos dos Judeus. Ademais,
basta lermos o milagre em Caná (Jo 2.11), como também observarmos nos relatos
como seus compatriotas de Nazaré ficaram extremamente surpresos quando o viram
falar como profeta e fazer coisas maravilhosas (Mc 1.27; 2.12; 6.2-6).
2) Jesus
entre os doutores
Os Judeus faziam três peregrinações até
Jerusalém, por ocasião das festas solenes, a saber: da Páscoa, do Pentecostes e
dos Tabernáculos.
Com doze anos, por ocasião da Festa da Páscoa, os pais de Jesus, junto
com Ele, foram a Jerusalém (Lc 2.42).
Flavio Josefo, historiador, chega a mencionar que houve uma época em que
três milhões de peregrinos fora a Jerusalém para a Festa da Páscoa.
Segundo o Talmude, alguns relatos sobre
crianças freqüentando oTemplo de Jerusalém em Festas:
a)
Com 3
anos, pais levavam sobre os ombros.
b)
Com 5
anos, pais davam a mão para ajudar os pequenos.
c)
Com
13 anos, todo jovem israelita começava a ser, segundo as regras estabelecidas
pelos rabinos: bar-mitsevah (filho do
preceito) ou bem-hatthoran (filho da
lei), ou seja, sujeito a todas as prescrições da lei mosaica, mesmo as mais
rígidas.
Quando regressaram, José e Maria não
notaram a ausência de Jesus, somente mais tarde notaram. Após procurarem e não
o encontrando, voltaram a Jerusalém, e ao chegarem lá, após três dias, o encontraram
no Templo com os doutores da Lei. Cabe ressaltar alguns detalhes deste momento:
Observemos que o Mestre da Lei, mesmo menino, deixava os doutores da Lei
e todos ao redor admirados com sua inteligência.
e)
“E ele lhes disse: Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Lc 2:49.
Com esta palavra de insondável
profundidade, Jesus expôs a sua mãe o que precisava fazer. Ele tinha um senso
de responsabilidade para com a Obra de Deus. Era responsável e compreendia o
que estava fazendo nesta terra: cumprindo sua missão.
Conclusão:
Devemos aprender com Jesus
que o crescimento é biopsicossocioespiritual, ou seja, biológico, psicológico,
social, e, sobretudo, espiritual (Mt 6.33).
Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD
Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor,
formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de
Pessoas.
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