21/08/2015

Lição 8 - Aprovados por Deus em Cristo Jesus

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
3º trimestre de 2015 –
A igreja e o seu testemunho –

INTRODUÇÃO
Nesta seção da II Epístola de Paulo a Timóteo, somos instruídos pelo Apóstolo a viver em santidade, fundamentados na Palavra. Veremos na aula de hoje que Paulo orienta Timóteo a ser obreiro aprovado, e que não tenha do que se envergonhar. Em seguida, faz a distinção entre os obreiros que honram e desonram o trabalho de Deus, comparando-os a vasos de ouro, prata, madeira e barro. Ao final, faz advertências a Timóteo, bem como à Igreja, para que não se envolvam em questões loucas, e contendas que a nada levam, e que não resultam em edificação.
  1. OBREIRO APROVADO POR DEUS
Paulo é um exemplo de obreiro aprovado por Deus, isso porque suporta todas as coisas por amor dos eleitos (II Tm. 2.10). Uma das características primordiais de um obreiro aprovado é sua disposição para sofrer por causa de Cristo e Sua igreja, uma demonstração de amor ao evangelho (II Co. 11.16-23; Rm. 8.35-39). Essa é uma mensagem que contradiz a doutrina triunfalista comumente apregoada nos arraiais evangélicos. Há pastores que não querem mais se sacrificar pelo rebanho. Diferentemente destes, Paulo está disposto a suportar todas as coisas a fim de que, por meio de seu ministério, as pessoas sejam salvas eternamente em Cristo (II Tm. 2.11-13). O obreiro dedicado a Deus não pode fugir da sua responsabilidade, deve ser fiel, mesmo diante das perseguições, pois o Deus a quem servimos permanece fiel, em todas as circunstâncias. É preciso ter cuidado para não se envolver em discussões loucas, contendas desnecessárias, totalmente inúteis (II Tm. 2.14). Existem obreiros que estudam, mas tão somente para demonstrar erudição, sem compromisso com a verdade exarada na Palavra de Deus. O conhecimento bíblico-teológico é fundamental ao exercício do pastorado, mas não deve ser instrumento de arrogância. Os falsos mestres que se infiltraram em Éfeso, como alguns que conhecemos atualmente, debatam assuntos que desconhecem, e que não estão revelados nas Sagradas Escrituras. Para demonstrarem uma espiritualidade superior, arrogam sobre si um conhecimento especial, sem qualquer fundamentação bíblica. O obreiro aprovado por Deus maneja bem a palavra da verdade, ele não apenas conhece o texto bíblico, mas sabe também interpretá-lo, sem deturpar o conteúdo da mensagem (II Tm. 2.15, 16).
  1. VASOS DE HONRA E DESONRA NA IGREJA
O Senhor conhece aqueles que são seus, existem muitos supostos mestres que andam pelas igrejas, que advogam serem conferencistas, mas na verdade não passam de enganadores. Uma das marcas dos verdadeiros mestres é a santidade, eles se apartam da injustiça e vivem para a glória de Deus (II Tm. 2.18,19). Como em uma mesma casa existem vasos de ouro e prata, bem como de madeira e barro, entre os obreiros existem aqueles que são para honra, e outros para desonra. A característica de um vaso de honra na casa de Deus é a pureza, a santificação, diferentemente daqueles que vivem na hipocrisia, e se entregam à lassidão moral (I Co. 15.33). Paulo dá uma orientação específica para Timóteo: “Fuja, porém, dos desejos da juventude, e vá pós a justiça, a fé, o amor, a paz com aqueles que invocam o Senhor de coração puro” (II Tm. 2.22). Os jovens pastores, ao que tudo indica, são mais susceptíveis às tentações, por isso devem ter cuidado redobrado. Satanás tentou a Cristo, de igual modo tentará distanciar os obreiros da comissão para a qual foram chamados. Mas como o Senhor poderemos vencer através da Palavra de Deus (Mt. 4.1-4), por meio dela fugiremos da tentação do prazer desenfreado, do poder descontrolado, e das possessões terrenas. Infelizmente muitos obreiros estão se deixando levar pelas propinas do Diabo, alguns deles justificam a desonestidade tratando o pecado com naturalidade. A hipocrisia está solapando o meio evangélico, há líderes que censuram determinadas práticas mundanas, mas dentro da igreja são vasos de desonra. Pastores que amam o presente século, que se dobram diante de Mamon, o deus deles não é o da Bíblia, mas o próprio ventre. O evangelho de Jesus Cristo tem sido deturpado por causa de alguns pastores televisivos, que por se encontrarem em evidência, passam para a sociedade um modelo de cristianismo que nada tem a ver com Cristo.
  1. CONTENDAS DESNECESSÁRIAS
Em seguida Paulo instrui Timóteo a rejeitar as questões insensatas e ignorantes, isso porque servem apenas para gerar contendas desnecessárias. Existem falsos mestres na igreja que semeiam intrigas entre os irmãos, fundamentando-se em revelações particulares, distanciadas da Palavra. É preciso ter cuidado com o experiencialismo que predomina em algumas igrejas evangélicas, principalmente entre os pentecostais. Há crentes que não leem a Bíblia, não frequentam a Escola Dominical, não querem saber da doutrina e instrução na Palavra. Esses se tornam alvos fáceis dos falsos mestres, e geralmente disseminam heresias no seio da congregação. Ainda por cima arvoram serem mais espirituais do que os outros, alguns querem até ter maior autoridade que os ministros da igreja. Ao contrário da arrogância demonstrada por esses, os crentes devem ser amáveis com todos, qualificado para ensinar, paciente ante as injúrias, e que com mansidão devem corrigir os oponentes. Não adianta entrar em discussões infindas, que não levam à edificação espiritual, às vezes é melhor calar (II Tm. 2.23,24; I Pe. 2.21-24). É possível que, através de um comportamento de mansidão, até mesmo os falsos mestres venham a se arrepender dos seus procedimentos. Não podemos perder a esperança de conduzir as pessoas a Cristo, principalmente porque existem pessoas que estão sendo enganadas, e que se forem alertadas a tempo poderão abandonar o erro. Essas pessoas precisam ser constantemente advertidas, é importante que frequentem os trabalhos de ensino da igreja. Mas é necessário fazê-lo com cautela, com sólida formação bíblica, e equilíbrio espiritual, caso contrário, há o risco de se deixar conduzir por aqueles que apregoam doutrinas falsas.
CONCLUSÃO
Por causa do evangelho Paulo passou por adversidades, mas não fez concessões em relação ao conteúdo da mensagem. O exemplo do Apóstolo deve servir de motivação para todos os obreiros que desejam ser aprovados por Deus. Tal aprovação depende de uma vida alicerçada na Palavra de Deus, demonstrada em santificação. Uma vida piedosa poderá surtir efeito até mesmo entre os opositores. Na medida em que vivemos com amabilidade, poderemos conduzir alguns a Cristo, principalmente aqueles que estão sendo vítimas do engano.

14/08/2015

Lição 7 - Eu Sei em Quem Tenho Crido

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
3º trimestre de 2015 –
A igreja e o seu testemunho –


INTRODUÇÃO


Segunda Epístola de Paulo, foi sua última epístola pastoral, quando estava preso em Roma, antes de ser martirizado. Depois de Primeira a Timóteo Paulo escreveu a Tito. Na aula de hoje nos voltaremos para a primeira seção de II Timóteo, ressaltando a necessidade da intercessão pelos ministros, a importância da convicção do obreiro em relação à doutrina, e a realidade do sofrimento para aqueles que seguem piedosamente a Cristo.

1.      INTERCESSÃO PELOS MINISTROS
Depois de identificar-se como “enviado de Cristo Jesus”, Paulo se dirige a Timóteo como “amado filho”, mostrando interesse pelo seu ministério. Os pastores devem ser acompanhados por outros pastores, é preciso reconhecer as agruras da obra, e a necessidade de ter um ombro amigo, alguém que realmente seja digno de confiança, para quem o ministro pode se dirigir, principalmente nos momentos mais difíceis. Sabemos que essa não é uma tarefa fácil nos dias atuais, marcados por tanta disputa eclesiástica. Muitos pastores carregam traumas e marcas na alma, porque não conseguem se abrir, e não confiam nas pessoas que, ao invés de ajudarem, almejam se apropriar dos seus cargos. O receio de perder a posição também está adoecendo muitos obreiros, que se apegam demasiadamente aos recursos materiais, e por isso se tornam escravos da condição na qual se encontram. É digna de destaque a identificação do Apóstolo com seu filho na fé. É gratificante quando testemunhamos casos de convivência saudável entre os ministros de Deus. Paulo destaca a fé de Timóteo, que diferentemente da dos falsos mestres de Éfeso, estava alicerçada na Palavra de Deus, que ele havia aprendido dos seus familiares, e também do próprio Apóstolo (II Tm. 1.5). A formação bíblica, inicialmente na família, é fundamental para o crescimento na fé, e contribui para o desenvolvimento do ministério. Alguns dos mais dedicados obreiros na casa de Deus tiverem seus primeiros ensinamentos em casa, junto aos pais e mães dedicados ao evangelho, que repassarem os fundamentos da verdade cristã.
2.      A CONVICÇÃO DO OBREIRO CRISTÃO
O ministro de Deus, diante das oposições pelas quais passa, pode vir a querer desfalecer em algum momento da vida. Paulo sabia que Timóteo, mesmo sendo um obreiro dedicado, corria esse tipo de risco, principalmente por causa da sua timidez (II Tm. 1.6-8). Por isso, o incentiva a despertar o dom de Deus que estava sobre ele, é provável que Paulo tenha sido informado que Timóteo estava tendo dificuldade para lidar com a oposição em Éfeso. Esse não era o caso, mas há ministros que fazem concessões do evangelho quando se veem ameaçados. Nos dias atuais, nos quais predomina o humanismo materialista, há obreiros querendo trocar o evangelho por ideologias humanas. A verdade das Escrituras está sendo substituída por pensamentos humanos, que nada têm de escriturísticos. Em contextos mais acadêmicos esse risco é maior ainda, principalmente quando queremos racionalizar o evangelho, ou mesmo dá-lhe uma conotação meramente social. Os ministros de Deus são chamados para permanecer naquilo que foram instruídos e inteirados, sabendo que o que aprenderam veio de Cristo, não de homens (II Tm. 3.16,17). Paulo dá exemplo assumindo que sabe em quem creu, e muito mais que isso, que Jesus dará, em tempo oportuno, o bom depósito espiritual, prometido a todos aqueles que forem fieis no ministério (II Tm. 1.12). Em outra oportunidade Paulo deixou claro que não se envergonhava do evangelho, isso porque era poder de Deus e salvação para todo o que crê (Rm. 1.16). A mensagem do evangelho é simples, e na maioria das vezes escandalizadora, e não se coaduna à lógica deste mundo. Por causa disso somos tentados, a todo instante, a negar a sua loucura. Os judeus sempre foram afeitos aos sinais, e os gregos à sabedoria, mas o evangelho de Jesus Cristo é crucificação (I Co. 1.18-25). Paulo admoesta Timóteo a não fazer concessão em relação ao evangelho. Os obreiros de Deus, em todos os tempos, não foram chamados para pregar uma mensagem agradável ao mundo. A contextualização na pregação da palavra é necessária, mas sem subverter os princípios eternos do evangelho de Jesus Cristo.
3.      OS SOFRIMENTOS POR CAUSA DE CRISTO
Nesse trecho da Epístola Paulo ora pelo pastor-filho e amigo Timóteo. Sobretudo para que ele seja fortalecido na graça que há em Cristo Jesus, considerando que esse passava por momentos de adversidade e sofrimento (II Tm. 2.1). É sempre necessário lembrar, principalmente aos que tem aspiração ao ministério, que essa é uma obra de sacrifício (II Tm. 3.12). Na verdade, Cristo não prometeu que a vida cristã, especialmente a do ministro, estaria isenta de sofrimento (Jo. 16.33). Isso nos instiga a fazer os mesmo pelos pastores, principalmente nos dias atuais, marcados por tanto descaso e perseguição ao ministério. Muitos estão sofrendo o preconceito resultante dos excessos de líderes aproveitadores. Mas devemos reconhecer a seriedade daqueles que labutam na organização da igreja, e principalmente na palavra e na doutrina (I Tm. 5.17). Existem obreiros fiéis na seara do mestre, pastores que são dignos do nome que carregam, que realmente apascentam o rebanho. Muitos deles são esquecidos pela mídia, não estão nos programas de televisão, preferem viver em surdina, sacrificando-se pelo evangelho no anonimato. Esses se esmeram para dar o melhor para a edificação da casa de Deus, para a maturidade do Corpo de Cristo. Esses são soldados valorosos, alistados no exército de Cristo (II Tm. 2.3).  Como bons soldados do Senhor, não se embaraçam com as coisas terrenas, pois o alvo deles é conduzir os súditos do Reino ao céu. Muitos obreiros atuais não são soldados do exército divino, servem ao reino de Mamom, querem saber apenas do dinheiro dos crentes. Eles militam em prol dos seus interesses, não dos de Deus, fazem fortuna através do evangelho falacioso que pregam. Os pastores dedicados são como os agricultores, que plantam a semente da palavra no coração das pessoas, na esperança que ela germine, e produza frutos para a glória de Deus (II Tm. 2.6).
CONCLUSÃO
Essa Segunda Epístola de Paulo a Timóteo é uma advertência séria em relação à importância da fidelidade no ministério, sobretudo à Palavra de Deus. Como ministros precisamos permanecer cientes do nosso chamado, sobretudo do conteúdo daquilo que recebemos, não de homens, mas de Deus em Jesus Cristo. Os ministros precisam estar convictos do que creram, devem ser conhecedores da mensagem, e não se apartarem dela, ainda que não agrade aos padrões do mundo. Esses obreiros, que sabem em Quem têm crido, e são fiéis à mensagem de Cristo, receberão do Senhor o bom depósito, por ocasião da Sua vinda.

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06/08/2015

LIÇÃO 6: CONSELHOS GERAIS

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
3º trimestre de 2015 –
A igreja e o seu testemunho –


INTRODUÇÃO
Após instruir Timóteo em relação aos falsos mestres, Paulo dá alguns conselhos sobre o ministério cristão. Na aula de hoje meditaremos a respeito dos conselhos dados pelo Apóstolo com vistas à melhoria dos relacionamentos no contexto eclesiástico. Conforme veremos, isso envolve, entre outros assuntos, a relação entre patrão e empregado, bem como o cuidado financeiro do rebanho com o seu pastor, ainda que esse não deva depositar sua confiança nas riquezas.
  1. O MINISTÉRIO CRISTÃO
A igreja deve permanecer atenta quanto ao sustento dos seus presbíteros, para tanto é preciso reconhecer que digno é o obreiro do seu salário. Os obreiros que tinham dedicação em tempo integral deveriam ser remunerados, aqueles que administravam bem, e se dedicavam à Palavra e à doutrina, seriam dignos de duplicados honorários (I Tm. 5.17). Os presbíteros devem ser aptos a ensinar, na verdade essa é uma das qualificações exigidas para esse ministério (I Tm. 3.2). Depreendemos que os presbíteros eram eminentemente supervisores da obra, mas alguns também se dedicavam ao ensino. É importante que tenhamos ministros que se esmeram no magistério eclesiástico (Rm. 12.7). Uma igreja que não valoriza os seus mestres está fadada a trilhar o caminho das falsas doutrinas. Essa valorização tem a ver com remuneração, especialmente àqueles que dependem totalmente do ministério, pois não se  deve privar o sustento ao boi que debulha (I Tm. 5.18). Os presbíteros também devem ter tratamento diferenciados, inicialmente que tenham vidas dedicadas a Deus, vigiem e orem para não caírem em pecado (Mt. 26.41). No caso de qualquer acusação contra eles, deve-se ter cuidado para não julgar antecipadamente, testemunhas confiáveis devem ser ouvidas (I Tm. 5.19). Se o pecado for comprovado, esse deve ser repreendido publicamente, a fim de que sirva de instrução para os demais, para que não venham a cometer o mesmo erro (I Tm. 5.20). Toda cautela é necessária, evitando, assim, que o obreiro seja injustamente acusado, e que não haja parcialidade (I Tm. 5.21). A imposição de mãos, em I Tm. 5.22, não se refere à consagração, mas a disciplina dos presbíteros. Com essa orientação o Apóstolo demonstra sensatez diante da necessidade da disciplina, ao mesmo tempo em que favorece a possibilidade de restauração do obreiro. Em seguida recomenda a Timóteo quanto à ingestão de um pouco de vinho, por razões medicinais, considerando que essa era uma prática comum na antiguidade (I Tm. 5.23). Na medicina antiga o vinho era prescrito, a fim de evitar problemas gástricos. Ninguém deve assumir esse recomendação como doutrinária, trata-se de uma orientação específica para Timóteo.
  1. A RELAÇÃO PATRÕES E EMPREGADOS
Relacionamentos saudáveis são extremamente importantes para o bem estar da igreja. Por isso Paulo dá alguns conselhos sobre o trato entre patrões e empregados. A fé cristã sempre valorizou o trabalho, reconhecendo que esse é uma benção de Deus, uma possibilidade para glorificá-LO. O Deus que também trabalha espera que os seus servos façam tudo para glória dEle, não apenas para agradar a homens. Qualquer tipo de trabalho, contanto que seja lícito, é uma oportunidade para revelar nosso compromisso com Deus (Cl. 3.22,23). Por isso os servos devem estimar seus senhores, evitando que o nome de Deus, seja blasfemado (I Tm. 6.1). Como o cristão não trabalha apenas para homens, deve ser um empregado dedicado, não roubando do seu empregador, nem agindo com falta de responsabilidade. Os patrões, por sua vez, devem respeitar os direitos trabalhistas, há patrões que tratam muito mal seus empregados. Deus julgará a injustiça daqueles que administram gananciosamente seus recursos, privando os servos do pagamento necessário (Tg. 5.4). Existem leis trabalhistas que regem as relações patrão e empregado, e essas devem ser respeitadas pelos cristãos, para que sirvam de exemplo para a sociedade. Por outro lado, os empregados cristãos devem fazer todo o possível para não levar seus patrões também cristãos aos tribunais humanos. Paulo aconselha os crentes de Corinto, e isso se aplica também a nós, que resolvamos esse tipo de demanda internamente, sem apelas aos tribunais públicos (I Co. 6.6).
  1. ALGUNS CONSELHOS
Na parte final da Epístola Paulo dá conselhos aos crentes a respeito de assuntos diversos. Inicialmente chama a atenção quanto àqueles que não respeitam a sã doutrina, que se distanciam da Palavra de Deus. Não podemos deixar de lembrar que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo (II Tm. 2.16,17; II Pe. 1.21). As igrejas genuinamente evangélicas se submetem ao testemunho fiel e verdadeiro das Escrituras, os ensinamentos são avaliados à luz desse crivo, os doutrinadores são julgados a partir daquilo que está escrito. É importante considerar esse conselho porque existem muitos mestres que estão se infiltrando nas igrejas apenas para auferir lucros dos fiéis. O obreiro de Deus, mesmo sendo sustentado pela igreja, não pode ser ganancioso, muito menos colocar o coração nas riquezas. A maior riqueza de um obreiro é a piedade (gr. eusebeia), uma vida dedicada a Deus, através de momentos de oração e meditação na Palavra. Existem muitos pastores que, por causa do desejo de ficarem ricos, estão se afastando da fé. Paulo adverte quanto ao amor ao dinheiro, ressaltando que o amor a esse é a raiz de toda espécie de males (I Tm. 6.9,10). Essa mensagem confronta diretamente a famigerada teologia da ganância, que está se infiltrando em muitas igrejas evangélicas. A espiritualidade do obreiro não deve ser identificada pelo total de bens que conseguiu acumular. De nada adianta ser rico na terra, ajuntar tesouros nos bancos, e não ser rico para Deus (Lc. 12.21). Há lideranças nas igrejas que se tornaram escravas do dinheiro, são obreiros fraudulentos que não conseguem ver outra coisa, a não ser a lã das ovelhas. Até mesmo os ricos da igreja devem ser ensinados a não colocar sua fé nos bens materiais que possuem, mas em Deus que abundantemente nos dá todas as coisas (I Tm. 6.17). Os bens não podem ser usados apenas para satisfação pessoal, devem servir também para fazer o bem ao próximo, é assim que se enriquece em boas obras (I Tm. 6.18).
CONCLUSÃO
O tesouro do cristão não está na terra, pois ele não coloca a sua fé no que tem, mas em quem Deus é (Mt. 6.19-24). Mamom é o deus deste século, e tem seu altar estabelecido no meio dos homens. O crente aprendeu a viver contente em todas as circunstâncias, e sabe tanto ter abundância quanto passar por privação (Fp. 4.13).  A piedade, demonstrada através do contentamento, é grande fonte de lucro para o cristão (I Tm. 6.6). Os obreiros desta geração não podem esquecer essa importante verdade bíblica, que está sendo deturpada por uma teologia equivocada, que busca apenas as riquezas terrenas, e que nada tem a ver com as Escrituras.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, E. R. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
WILSON, G. B. As epístolas pastorais. São Paulo: PES, 1982.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa