20/07/2016

Lição 4 - O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas


INTRODUÇÃO
Jesus, após ter passado quarenta dias dando prova da Sua ressurreição aos discípulos e falado a respeito do reino de Deus (At 1:3), explicitamente determinou qual seria a tarefa principal da Igreja: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). Nota-se que Jesus ordenou que o evangelho fosse pregado por todo o mundo a toda a criatura, uma ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão. Portanto, ganhar almas é tarefa de todo discípulo de Cristo. Nesse sentido, você e eu somos evangelistas (At 2:41-47; 8;4; 11:19-21). I. EVANGELISTA, GANHADOR DE ALMAS
O evangelista é aquele que é usado para pregar a Palavra no intuito de ganhar almas para o reino de Deus. Ele tem sua vida e sua mente voltada para fora da igreja local. É aquele que vai a hospitais, presídios, praças, favelas…Sua vida é totalmente voltada para o campo missionário. O Evangelista é, portanto, alguém que é posto pelo Senhor para se dedicar ao crescimento quantitativo do reino de Deus, mediante a pregação do Evangelho, com o fim de buscar almas para o reino de Deus. É alguém que é escolhido para se voltar para o mundo sem Deus e sem salvação, visando trazer novas vidas para a comunhão com Cristo Jesus.
1.      O evangelista em o Novo Testa­mento. Na Igreja Primitiva, o primeiro discípulo de Cristo a receber o título de evangelista foi o diácono Filipe (At 21:8). Este grande servo de Deus fora contemplado pelo Espírito Santo com o Dom de evangelista. Em seu trabalho evangelístico ele atuou em duas modalidades: no evangelismo de massa e no evangelismo pessoal. Com relação à primeira modalidade, ele atuou, por exemplo, em Samaria; quanto ao evangelismo pessoal, ele atuou, por exemplo, no deserto, a um gentio (Atos 8:26-30). Deus tira Filipe da multidão e o envia para evangelizar a uma única pessoa, no deserto. Para Deus, uma vida vale todo o investimento. Isso nos ensina uma verdade: O evangelista precisa está disposto a pregar para uma multidão e também para uma única pessoa. Filipe sai de um avivamento na cidade de Samaria e vai para o deserto por orientação divina (Atos 8:26). Por lá, viajava um eunuco da Etiópia, que precisava de esclarecimento espiritual. Este fato nos mostra um grande feito do cristianismo: a quebra de barreiras erigidas pelo judaísmo.

a)                 É preciso sair das quatro paredes do templo e ir onde os pecadores estão para levá-los a Jesus. Filipe obedeceu prontamente à ordem do anjo (Atos 8:26) – Isto significa ação fora do templo, lá fora onde está o movimento: nas estradas e alamedas da humanidade; lá fora nos lugares públicos, seja qual for o meio. Trata-se de colocar o evangelho ao alcance das pessoas, de modo que pobres e ricos possam ouvi-lo.

 b) É preciso explicar as Escrituras e levar as pessoas a Cristo  (Atos 8:34,35). O evangelista é também um mestre. A palavra de Deus precisa ser lida, explicada e aplicada. Hoje vemos muitos pregadores substituindo a exposição das Escrituras pela experiência.
c) É preciso receber as pessoas que creem em Cristo pelo batismo  (Atos 8:36-38).
O eunuco perguntou a Filipe: “que impede que seja eu batizado?“. Filipe podia ter respondido com uma longa preleção teológica sobre o que a lei dizia sobre eunucos.
d) é preciso estar sempre aberto à nova direção do Espírito Santo (Atos 8:39,40). Filipe foi dirigido pelo Espirito Santo para novos horizontes. Filipe podia pensar: agora serei o evangelista do deserto, da estrada. Ele não engessou o método, mas se abriu para a nova agenda do Espírito. O que Deus quer que eu faça agora? Às vezes, fazemos a mesma coisa na igreja há décadas, quando o vento do Espirito nos conduz a outros campos, outras áreas, outras frentes e novos horizontes.
Mais tarde, quando da conclusão da terceira viagem missionária de Paulo, encontramos novamente Filipe, dessa vez em Cesaréia e ainda servindo a Deus como Evangelista. Lucas reconhece-lhe o ministério, tratando-o como Evangelista (Atos 21:8). Era a primeira vez na História da Igreja Cristã que um obreiro recebia semelhante distinção.
2.      O evangelista na era da Igreja Cristã. A história da Igreja cristã mostra que, em todos os reavivamentos, o Espírito Santo destaca a evangelização como o principal evento da igreja. Cito, como exemplo, alguns notáveis evangelistas da história do cristianismo.
a) Estêvão e Filipe. Faziam parte do grupo dos sete diáconos (At 6:3-6). São considerados os dois primeiros evangelistas na era da Igreja cristã. Logo após ser consagrado ao diaconato, Estêvão começou a destacar-se como evangelista. Sua palavra fez-se tão irresistível, que levou o clero judaico a condená-lo à morte traiçoeiramente (At 8:1,2). Estêvão morreu, mas a evangelização reavivou-se com as incursões de Filipe. Ao deixar Jerusalém, proclamou, entre os gentios de Samaria, um evangelho autenticamente pentecostal. Sua palavra era acompanhada de milagres, sinais e maravilhas; era simplesmente irresistível.
b) Dwight L. Moody (1837-1899). Tornou-se o maior evangelista do final do século XIX. Perdeu o pai com ape­nas cinco anos de idade, o que obrigou sua mãe a criar nove filhos em meio a grande pobreza. Não é difícil entender por que Moody deixou a escola aos treze anos, em busca de melhores oportunidades. De vendedor de sapatos a negociante bem-sucedido, seus êxitos materi­ais eram inegáveis. Após a experiência de salvação, Moody começou a usar sua influência para ajudar os pobres e desabrigados em áreas urbanas – não se esquecendo de sua origem humilde. Usando histórias práticas, compartilhava de seu amor por Cristo de uma forma simples, mas irresistível, resultando em milhares de decisões pessoais por Cristo. Seu amor pelos perdidos também o levou a iniciar um centro de treina­mento para obreiros. Em 1886, ele começou a Socieda­de de Evangelização de Chicago, hoje conhecida como Instituto Bíblico Moody. Depois de pregar pessoalmente a cem milhões de pessoas em quarenta anos de carreira, Moody adoeceu e morreu durante sua última cruzada, em dezembro de 1899. A contribuição incansável de Dwight L. Moody para o Reino de Deus, e seu contínuo amor pelos perdidos fazem com que sua memória permaneça para sempre.
c) John Wesley. Ele tinha 37 anos quando começou a viajar e a pregar na Inglaterra. Juntamente com seu irmão Charles Wesley dirigia-se às prisões para levar a mensagem de salvação aos presos, bem como aos trabalhadores e a outras pessoas da cidade.
d) Billy Graham. Pregou pessoalmente para mais pessoas do que qualquer pregador da história ao redor do mundo. De acordo com a sua equipe, a partir de 1993, mais de 2,5 milhões de pessoas tinham dado um passo à frente em suas cruzadas para aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal.
e) David Wilkerson. Ele iniciou o seu ministério no ano de 1958, em Nova Iorque. Ali, ele pregou para pessoas drogadas, marginalizadas e representadas pelas gangues locais. A obra “A Cruz e o Punhal”, mundialmente conhecida, narra esse período da vida deste evangelista. Sua frase famosa: “Não culpe a Deus por não ouvir suas orações, se você não está ouvindo o chamado dele para ser obediente”.
f) Daniel Berg e Gunnar Vingren. Orien­tados pelo Espírito Santo, estes pioneiros escolheram a cidade de Belém, no Pará, como ponto de partida para a sua missão no Brasil. Logo em sua chegada, em 19 de novembro de 1910, constataram que a capital paraense era geograficamente estratégica para se alcançar o país em todas as direções. Eles trouxeram a mensagem pentecostal para o Brasil. Os milagres vieram juntos.
Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da humanidade e a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. Fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembleia de Deus. Em poucas décadas, a Assembleia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.
Oremos para que o Senhor da Seara continue a despertar a Igreja a um novo avanço evangelístico.
II. ATRIBUTOS DE UM EVANGELISTA
O Evangelista é o agente das Boas-Novas. Ele é o semeador que saiu a semear. Paulo destaca o seu ministério como um dos mais importantes da Igreja. O ministério evangelístico não se limita a uma opção pessoal, firma-se numa intimação do próprio Cristo. Requer-se do Evangelista os seguintes atributos: amor às almas, conhecimento da Palavra de Deus, espiritualidade plena e queprega a Palavra de Deus aos ouvidos e aos olhos.
1.      Amor às almas. Veja o exemplo do grande bandeirante do cristianismo, o apóstolo Paulo. Ele tinha um amor tão grande pelas almas que, por estas, chegava a sentir dores intensas, como se estivesse a dar filhos à luz (Gl 4:19). Foi esse amor que cons­trangeu Filipe a deixar o lugar onde muitos estavam sendo abençoados e ministrar apenas a um homem, no deserto (Atos 8:26). Durante um grande despertamento espiritual em Samaria, um anjo do Senhor conduziu Filipe a um novo campo de trabalho: ao deserto para evangelizar a um homem só.
Qual o valor de uma vida? Para Deus tem um grande valor. Só quem tem um grande amor pelas almas pode dimensionar isto. Filipe prontamente obedece sem questionar e viajou do sul de Samaria para Jerusalém, de onde tomou um dos caminhos que levavam a Gaza. Filipe deixou um lugar habitado e espiritualmente fértil e foi a uma região estéril. O evangelista nada é, e nada fará sem o amor às almas perdidas. Pense nisto!
Expressões que demonstram grande amor pelas almas perdidas (extraidas do livro: “Esforça-te para ganhar almas. Orlando Boyer. Ed. Vida). Estas expressões revelam como o coração de grandes personagens na história da igreja os abrasava com o desejo de ganhar almas para o reino de Deus. Cito algumas expressões:
§  O apóstolo Paulo. “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns” (1Co 9.22).
§  Knox. Assim rogava a Deus: “Dá-me a Escócia ou eu morro!”.
§  Whitefield. Implorava: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”.
§  John Wesley. “Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo”.
§  Mateus Henry. Assim dizia: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para Cristo, do que em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo”.
§  D. L. Moody. “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha vazia, enche-me com a Tua graça”.
§  Henrique Martyn. Ajoelhado na praia da Índia, onde fora como missionário, dizia: “Aqui quero ser inteiramente gasto por Deus”.
§  João Hunt. Missionário entre os antropófagos, nas ilhas de Fidji, no leito de morte, orava: “Senhor, salva Fidji, salva Fidji, salva este povo. Ó Senhor, tem misericórdia de Fidji, salva Fidji!”.
§  Praying Hyde. Missionário na Índia, suplicava: “Ó Deus, dá-me almas ou morrerei!”.
§  Davi Stoner. Quando aqueles que assistiam a morte de Davi Stoner, pensavam que seu espírito já tivesse voado, ele se levantou na cama, e clamou: “Ó Senhor, salva pecadores! Salva-os as centenas e salva-os aos milhares!”, e findou a sua obra na terra. O desejo ardente da sua vida, dominava-o até a morte.
§  Davi Brainerd. “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino”. Ele escreveu: “Lutei pela colheita de almas, multidões de pobres almas. Lutei para ganhar cada alma, e isto em muitos lugares. Sentia tanta agonia, desde o nascer do sol até anoitecer, que ficava molhado de suor por todo o corpo. Mas, oh! Meu querido Senhor suou sangue pelas pobres almas. Com grande ânsia eu desejava ter mais compaixão”.
§  Brainerd podia dizer de si: “Não me importava o lugar ou a maneira que tivesse de morar, nem por qual sofrimento tivesse de passar, contanto que pudesse ganhar almas para Cristo. Quando dormia, sonhava com essas coisas, e ao acordar, a primeira coisa em que me ocupava essa era grande obra; não tinha outro desejo a não ser a conversão dos perdidos”.
§  João Welsh. Encontrava-se João Welsh, nas noites mais frias prostrado no chão, chorando e lutando com o Senhor, por seu povo. Quando sua esposa implorava que explicasse a razão de sua ânsia, respondia: “Tenho que dar conta de três mil almas e não sei como estão”.
E nós? Qual será nossa atitude? Deus tem pressa, e quer nos usar em sua obra, só depende de nossa vontade. Pensemos nisso!
2.      Conhecimento da Palavra de Deus. A capacidade para pregar e ensinar não vem da força, das técnicas da psicologia nem mesmo do ofício que o evangelista ocupa, mas do conhecimento da Palavra de Deus para aplicá-la corretamente. Somente um indivíduo que tem destreza nas Escrituras Sagradas pode confrontar os falsos mestres, combater os falsos ensinos e convencer aqueles que contradizem a Palavra de Deus.
O Evangelista, embora proclame uma mensagem simples e direta, não há de conformar-se com uma teologia rasa. Antes, aprofundar-se-á na Palavra da Verdade, para que venha a manuseá-la com destreza e oportunidade. Ao jovem Timóteo, recomenda Paulo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15). Sua mensagem, portanto, será simples, mas jamais simplória, porquanto Deus o chamou a falar a judeus e a gregos, a sábios e a ignorantes, a servos e a livres.
Foi porque conhecia profundamente a Palavra de Deus que Filipe soube como conduzir a Cristo o mordomo-mor de Candace que, de volta à Etiópia, vinha lendo o profeta Isaías. Eis como ele foi eficiente: “Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta… Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus (Atos 8:34,35).
3.      Espiritualidade plena. No ministério da igreja primitiva e na sua administração, no tempo dos apóstolos, serviam os que eram revestidos com poder do Espírito Santo (Atos 6:3-8; Lucas 24:49). Segundo Orlando Boyer, são dois os que testificam juntos de Cristo e Sua salvação: o crente e o Espírito Santo nele (Atos 5:32). O crente que testifica ao perdido, mas se esquece dAquele que quer trabalhar nele, falhará em levá-lo ao Salvador. É o Espírito Santo quem convence o ser humano do pecado (João 16:8).
Filipe era um homem cheio do Espírito Santo (At 6:2-4). E, por essa razão, teve um ministério colorido de milagres e atos extra­ordinários (At 8.6,7).
Quem evangeliza não se contenta com uma vida espiritual medíocre, mas busca o poder do alto para proclamar, a todos e em todo tempo e lugar, que Jesus é a única solução. É bom ressaltar que a plenitude do Espírito não é uma experiência de uma vez para sempre, que nunca podemos perder, mas sim, um privilégio que deve ser continuamente renovado pela submissão à vontade de Deus. Temos a necessidade do enchimento diariamente.
4.      Prega a Palavra de Deus aos ouvidos e aos olhosUma coisa é proferir a Palavra de Deus, outra coisa é ser boca de Deus. Uma coisa é pregar aos ouvidos, outra coisa é pregar também aos olhos. Algumas pessoas pregam a Palavra e os corações permanecem insensíveis. Outras pessoas pregam a mesma verdade e os corações se derretem. Por que essa diferença? É que algumas pessoas são boca de Deus e outras não são (Jr 15:19). A viúva de Sarepta disse que a Palavra de Deus na boca de Elias era verdade. Nem todas as pessoas que proferem a Palavra de Deus são boca de Deus. Geazi colocou o bordão profético no rosto do menino morto e o menino não se levantou. O problema não era o bordão, mas quem carregava o bordão. O bordão na mão de Geazi não funcionava porque a vida de Geazi não era reta diante de Deus como a vida de Eliseu. O poder não está no homem, está em Deus, mas Deus usa vasos de honra e não vasos sujos. Hoje, os homens escutam de alguns pregadores belas palavras, mas não veem neles vida. Precisamos pregar aos ouvidos e também aos olhos. Precisamos falar e demonstrar. Precisamos pregar e viver. Precisamos de evangelistas que sejam semelhantes a Elias, Estêvão, Filipe, Paulo… Homens de Deus, em cuja boca a palavra seja verdade.
III. O TRABALHO DE UM EVANGELISTA
O trabalho básico de um evangelista consiste na proclamação do Evangelho, na defesa do Evangelho e na integração do novo convertido.
1.      Proclamação do Evangelho. Como Dom, o Evangelista refere-se àquele que é chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido por Deus para que o arauto de Deus, através da mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas para o reino divino. Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas; não importa o número, se uma pessoa, se dezenas, centenas ou milhares; o que importa é pregar Jesus, o crucificado. Ele é o indivíduo funcionalmente envolvido com a proclamação do Evangelho. Diferentemente dos “apóstolos” que, em geral, viajando para uma cidade, permaneciam evangelizando ali a fim de organizarem uma nova igreja local (At 20:1-3,6,7,11,17;21:8,9), os “evangelistas” possivelmente auxiliavam na proclamação do Evangelho aos incrédulos junto às igrejas já construídas, qual Filipe, o evangelista que residia na cidade de Cesaréia (At 21:8). Ou seja, os evangelistas proclamavam a Palavra na região onde estavam congregados. Paulo, sabendo da importância deste dom, disse a Timóteo: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”(2Tm 4:5).
2.      Defender o Evangelho. O verdadeiro evangelista deve estar sempre preparado, objetivando defender a fé cristã ante as nações e os poderosos. Escrevendo aos filipenses, Paulo abre-lhes o coração, e mostra-lhes ter sido chamado não somente a proclamar o evangelho, como também a defendê-lo: “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho” (Fp 1:7).
Os últimos capítulos de Atos mostram como Paulo, além de anunciar Cristo, soube como defender o Evangelho diante das autoridades judaicas e romanas. Destacamos o seu discurso no Areópago de Atenas (At 17). No Areópago, os filósofos epicureus e estoicos consideraram o discurso do apóstolo um raro despropósito. Àqueles varões intelectualmente orgulhosos, só um louco ousaria afirmar que um homem teve de morrer, numa cruz, para que os demais viessem a cruzar os portais da vida eterna. Enfim, àquele seleto grupo, o evangelho era uma loucura. Mas foi ali, entre os gregos, e, mais tarde, entre os romanos, que Paulo apresentou a mais sublime apologia da fé cristã.
3.      Integração do novo convertido. O principal trabalho do Evangelista é trazer as pessoas ao encontro pessoal com Cristo e de criar as condições mínimas para a estruturação da vida espiritual. Ele é o anunciador das boas-novas da salvação. É aquele que está na linha de frente do “ide” de Jesus. Ele tem habilidade especial para diagnosticar a condição do pecador, encorajá-lo a decidir por Cristo e ajudá-lo a encontrar segurança na Palavra de Deus. Os evangelistas devem sair e pregar ao mundo para depois conduzir os convertidos a uma igreja local onde serão alimentados e encorajados espiritualmente. O lado social do converso não pode ser ignorado.
Segundo o pr. Claudionor de Andrade, o objetivo principal do discipulado é formar autênticos seguidores de Cristo. A partir daí, teremos cristãos testemunhais e exemplares. Mas, se não dermos importância à formação espiritual dos que recebem a Cristo, encheremos a igreja de crentes vazios, deficientes e rasos na fé, os quais, muitas vezes, são explorados por falsos pastores mercenários. A essa altura, uma pergunta ganha pertinência: “Até quando deve durar o discipulado?”. Se levarmos em conta as reivindicações apostólicas, o discipulado, na vida de um crente, inicia-se com a sua conversão, e há de perdurar até que seja ele recolhido pelo Senhor. Quanto ao discipulado do novo convertido, em si, que persista até que ele venha a parecer-se em tudo com Jesus Cristo. Somente um discipulado genuinamente bíblico fará a diferença entre o cristão e o não cristão.
CONCLUSÃO
Já ganhaste uma alma para Cristo? Conheces alguém atualmente na glória, com Cristo, levado por ti a Ele? Ou conheces alguém que está no caminho para o céu, porque o informaste do Salvador? Se fossem desvendados os teus olhos, neste momento, para contemplar a eternidade, e se te fosse revelado que tens de passar para lá, neste ano não desejarias depositar aos pés do Salvador algum presente como prova de teu amor? Pode haver um presente tão precioso ou aceitável ao Mestre, como uma alma ganha para Ele, durante um ano? Que todos nós façamos com excelência o trabalho de um Evangelista. A responsabilidade é de todos. Então, proclamemos Cristo a tempo e fora de tempo.
“A Bíblia não manda que os pecadores procurem a igreja, mas ordena que a igreja saia em busca dos pecadores” (Billy Graham).
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Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.
Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Missão Profética da Igreja. PortalEBD_2007.
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco. Evangelização – a Missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.
Caramuru Afonso Francisco – Conservando o verdadeiro Pentecostes.
Caramuru Afonso Francisco – A missão social da Igreja.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja.
O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. O ministério do evangelista. PortalEBD.2014.

Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.

12/07/2016

Lição 3 - Igreja, Agência Evangelizadora

INTRODUÇÃO
A Igreja, como agência evangelizadora, preocupa-se com o bem-estar espiritual ensinando o caminho de Deus, evangelizando, pregando o Evangelho a toda a criatura e encaminhando-a para a comunhão com Deus. Ela cuida da alma e encaminha aqueles que carecem de conforto, orientação e afeto. Na área social, tem um exemplo digno de ser seguido nos primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos. O modelo que temos é o da Igreja Primitiva, a qual se estruturou de tal maneira que conseguiu conquistar a confiança e o respeito da sociedade (At 2:42,47; 4:32,35 e 5:13-14). Podemos classificar o perfil da igreja da época dos apóstolos, à luz dos primeiros capítulos do livro de Atos, em três áreas distintas, a saber: a marturia (o testemunho, a orientação espiritual, o evangelismo e a pregação e ensino da palavra); a koinonia (a formação da comunidade social) descrita em Atos 2:42,47; a diaconia (o serviço de atendimento social, descrito em Atos 6:1-10). Observando esse modelo a igreja estará cumprindo a sua missão integral. Assim sendo, crescerá de forma sadia. Nossos dias exigem um retorno imediato, ousado, enérgico e amoroso aos princípios que caracterizavam a igreja em seu princípio (Atos 2:42-47).


Orientação Pedagógica: Sendo a Didática a arte e a técnica de transmitir o ensino ou os conhecimentos, o professor tem papel fundamental, no sentido de "estimular, dirigir e auxiliar a aprendizagem...". O Professor cristão deve ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo, para transmitir a Palavra de Deus. Jesus disse: "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 19.28).
Segundo GRIGGS (p. 18-20), o professor cristão deve ser amigo, procurando relacionar-se bem com os alunos; deve ser intérprete, traduzindo para os alunos aquilo que lhes é ensinado; planejador, procurando adaptar as lições, os currículos às necessidades dos alunos; aprendiz, estando disposto a colocar-se no lugar dos que querem sempre aprender mais para ensinar melhor.
Além disso, o professor cristão deve ser um EXEMPLO para seus alunos. "Assim falai, assim procedei..." (Tg 2.12). Na escola secular, o professor pode ser um mero transmissor de conhecimentos. Na Igreja, é diferente. O professor tem que ser didático e exemplar.


I. A FUNDAÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA
A Igreja de Jesus Cristo nasceu historicamente no dia de Pentecostes, conforme narrado pelo evangelista Lucas, em Atos capítulo 2. Nasceu sob o derramamento do Espírito Santo (At 2:1-13). Num pequeno cenáculo, pessoas foram cheias do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, a profetizar e a tomar uma consciência de coragem e ousadia para proclamar as maravilhas de Deus à humanidade (At 2:14-36). Jesus disse que eles receberiam o poder do Espírito sobre suas vidas (Atos 1:8), o que de fato aconteceu, quando na festa de Pentecostes foram cheios do Espírito (Atos 2:4).
A Igreja de Atos é uma igreja que vive na dimensão do Espírito Santo. Foi cheio do Espírito que Pedro falou diante do Sinédrio (Atos 4:8). Uma das características principais dos homens que seriam escolhidos para cuidar da obra social da Igreja era ser cheio do Espírito (Atos 6:5). Estevão estava cheio do Espírito quando viu Jesus sentado à direita de Deus (Atos 7:55). Ananias impôs as mãos sobre Saulo, de modo que ele fosse curado de sua cegueira e fosse cheio do Espírito (Atos 9:17). Enfim, esta ação do Espírito era e é imprescindível.
II. A MISSÃO PRIORITÁRIA DA IGREJA
Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do corpo de Cristo em particular (1Co 12:27). Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo Jesus (At 1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo, através de nossas boas obras, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt 5:16).
1.       Evangelização. Logo após receber o revestimento de poder, como Jesus tinha prometido (cf. Lc 24:49), os discípulos procuram cumprir a sua missão prioritária: a evangelização. A ordem de Jesus foi: “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:19,20).
A ordem do Senhor é que devemos ir ao encontro do mundo, ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.
A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, é alvo de todo ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo da sociedade e do mundo (vide Mc 5:1-20). É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Jonas teve de pregar para todos, sem exceção, ainda que muitos, pela sua extrema crueldade e maldade, fossem, na verdade, verdadeiras “bestas-feras”, verdadeiros “animais” (Jn.3:8), que, mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus – Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo. E nós, o que estamos a fazer?
2.       Missões em Atos. Missão estava no coração da igreja de Atos do Espírito Santo. Nada a fazia arrefecer desse mister. A despeito das perseguições, os novos discípulos testemunhavam todos os dias, não cessavam de ensinar e anunciar a Jesus Cristo: nas ruas, nas casas, nas vilas, cidades, ensinando e proclamando intensamente o evangelho. Todos, indistintamente, estavam empenhados em organizar novas igrejas, obedecendo a um plano de avanço missionário. E hoje, o que estamos fazendo em prol da evangelização local e universal?
O campo missionário é o mundo. Jesus disse: “o campo é o mundo” (Mt 13:38). Ele não disse que o campo é Jerusalém, nem a Judéia, nem Roma, nem minha cidade e nem a tua. Infelizmente há ainda os que pensam que o “campo” é a sua cidade e por isso mostram-se não somente apáticos às missões, mas também posicionam-se contra elas. Outros não são contra, mas não se esforçam, são acomodados. É dever de cada crente incentivar missões, orar pelos missionários e pelos que estão sendo enviados, e contribuir financeiramente para o sustento dos missionários.
Os discípulos entenderam a ordem de Jesus e estenderam a obra missionária para além de suas cidades originais. De ação em ação, a Igreja de Cristo veio a alcançar, em apenas uma geração, os luga­res mais remotos daquela época – “que já chegou a vós, como também está em todo o mundo…” (Cl 1:6).
3.       Promoção social. A Igreja Primitiva encarregava-se de promover os novos convertidos integralmente. Isto envolve doutrina e ação social (cf. At 6:1-7). Em virtude do rápido crescimento quantitativo da Igreja, os apóstolos não puderam conciliar as atividades de oração, pregação e ensino da Palavra de Deus com as atividades assistenciais. Cônscios da responsabilidade social que a igreja tem, os apóstolos, de forma resoluta, logo procuraram dar uma solução para este “importante negócio”(At 6:3): estabeleceram pessoas certas, cheias do Espírito Santo, para cuidar dos necessitados da igreja. A função de assistência social na Igreja é uma das suas pedras de toque e, sem dúvida, uma das formas mais poderosas de demonstrarmos ao mundo a nossa diferença e o amor de Deus que está em nossos corações.
Por que ajudar aos necessitados é importante?
Em primeiro lugar, porque é um ato pelo qual demonstramos nosso amor ao próximo. Por isso, não pode o salvo se isentar de toda e qualquer ação que venha a promover o bem-estar da coletividade, a bênção de Deus sobre as pessoas, que venha mitigar o sofrimento daquele que está ao nosso redor. Na parábola do bom samaritano (Lc 10:25-27), Jesus mostrou que próximo é qualquer um que esteja em nosso caminho e, em algumas oportunidades, o apóstolo Paulo ensinou que fazer o bem a outrem é uma qualidade que não pode faltar àqueles que dizem servir a Deus (Rm 12:13-21; Gl 4:31,32; Cl 3:12-14; 1Ts.4:9-12).
Em segundo lugar, porque é um mandamento divino. Este mandamento é dito tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, ou seja, ele foi dado para Israel e para Igreja. Deus reconheceu a existência dos pobres no meio do seu povo e ordenou providência a respeito deles: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra”(Dt 15:11a). Esta é a frase que mais contraria a pregação contemporânea da teologia da prosperidade. Pretende-se exterminar a pobreza no meio da igreja. No entanto, o texto declara: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra”. E Jesus ratifica: “Porque os pobres sempre os tendes convosco”(João 12:8). Compete àqueles que têm recursos, minimizar a situação. Deus não prometeu riquezas para todos, porém, daqueles a quem ele deu e dá riqueza, no exercício da Mordomia Cristã das Finanças Ele quer que os pobres não sejam esquecidos, tal como aconteceu na Igreja de Jerusalém – “Não havia entre eles necessitado algum…”(Atos 4: 34). Pobres, sim; necessitados, não. Esta é a regra a ser seguida pela Igreja, hoje.
Em terceiro lugar, porque é um ato de benignidade (Dt 15:10). Pobreza não é maldição, é consequência do sistema controlado por homens gananciosos. Os pobres estão no nosso meio para que tenhamos oportunidade de exercitar amor – “Livremente lhe darás, e não fique pesaroso o teu coração quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a mão”(Dt 15:10). Não se arrependa de haver dado, nem sinta dor no coração. O Apóstolo João é enfático: quem vir a seu irmão padecer necessidade e não suprir essa necessidade não é cristão: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus?”(1João 3:17).

III. ANTIOQUIA, IGREJA MISSIONÁRIA
Uma das características da igreja de Antioquia: era aberta às pessoas. Os cinco líderes mencionados em Atos 13:1-4 (Barnabé, Simeão por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém e Saulo) simbolizam a diversidade étnica e cultural de Antioquia. Barnabé era um judeu natural da ilha de Chipre. Simeão era africano, uma vez que a palavra “Níger” significa “de aparência escura”. Alguns sugerem que esse Simeão é o mesmo homem de Cirene que levou a cruz de Cristo (Lc 23:26), agora é um dos principais responsáveis por levar diretamente a história da cruz a todo o mundo. Lúcio era de Cirene, ou seja, do norte da África. Manaém tinha conexões com a aristocracia e a corte, pois era irmão de leite de Herodes Antipas, o rei que mandou matar João Batista e escarneceu de Jesus em seu julgamento. Saulo era judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e também cidadão romano. Vale destacar que entre os cinco veteranos em Antioquia, com admirável modéstia, Saulo estava contente com a posição mais inferior.
Outra característica da igreja em Antioquia: priorizava a doutrinao ensino da Palavra de Deus (At.11:22-26). Barnabé, ao verificar que havia conversão autêntica de muitos irmãos naquela igreja, tratou de buscar a Paulo e, durante todo um ano, houve o ensino da Palavra àqueles crentes. O resultado daquele ano de ensino não poderia ser melhor: os convertidos passaram a ter uma vida muito semelhante a de Jesus; passaram a ser diferentes dos demais moradores de Antioquia; passaram a ser provas vivas da transformação que o Evangelho produz nas pessoas.
Portanto, não basta que a Igreja pregue o Evangelho, ou seja, proclame a Palavra de Deus, mas é preciso, também, que a Igreja “ensine as nações”, “faça discípulos”, cuidado este que era patente nos tempos apostólicos, a ponto de os apóstolos terem chamado para si esta tarefa, considerando, inclusive, não ser razoável deixar de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra (At 6:2,4), sem falar dos conselhos que Paulo dá a Timóteo no sentido de jamais se descuidar com o ensino junto aos crentes (1Tm 4:12-16).
Muita meninice e práticas heréticas que vemos por aí se deve à ausência do ensino da Palavra de Deus. O crente permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação a elas (Ef 4:14,15). Por isso o ensino da Palavra de Deus é importante “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”(Ef 4:14).
2.       Uma igreja completa. Em An­tioquia, o ministério era completo. A igreja estudava a Palavra de Deus (Atos 13:1), buscava a face de Deus em oração (Atos 13:3) e obedecia a Deus (Atos 13:3). A igreja tinha profetas e mestres, ou seja, pregava e ensinava a Palavra de Deus (Atos 13:1), mas quem a dirigia na obra missionária era o Espírito Santo (Atos 13:2).

3.       Uma igreja missionária. Antioquia era uma igreja missionária. Dentre os seus mem­bros, saíram os primeiros missionários transculturais do Cristianismo. Enquan­to a igreja e os seus obreiros oravam, jejuavam e serviam ao Senhor, disse o Espírito Santo: “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2). Vê-se que o Espirito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora. É a igreja que impõe as mãos e despede. Mas é o Espírito Santo quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espirito Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os missionários para o campo de trabalho (Atos 13:3,4).

3.       Uma igreja que orava. A oração é fundamental para poder discernir a vontade de Deus. Sem oração a Igreja morre. As decisões da igreja de Antioquia eram envolvidas com muita oração. No culto da igreja de Antioquia o Espírito Santo chamou Saulo e Barnabé para fazer missões. (Atos 13:3). Até a escolha de pastores nas igrejas era feita mediante a oração, não pela capacidade humana (Atos 14:23).


CONCLUSÃO
A missão da Igreja de Cristo é evangelizar. A Igreja não foi edificada por Cristo para construir escolas, fundar hospitais ou assumir cargos políticos, por mais dignas que sejam tais realizações, mas para cumprir com o mandato de “ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). Quando os crentes prescindem da evangelização, não resta mais nada a igreja do que ser uma associação religiosa em busca de privilégios e reconhecimento social. Cada crente deve envolver-se com a evangelização dos pecadores. Cada cristão deve ser uma fiel testemunha de Cristo. Pense nisso!
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Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards.
Revista Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.
PortalEBD_2007.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos.

O desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.