25/05/2016

Lição 9 – A Nova Vida em Cristo



Texto Base: Romanos 12:1-12
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”(Rm 12:1).

INTRODUÇÃO
Nesta Aula, estudaremos o capítulo 12 da Epístola aos Romanos. O capítulo 12 ao 16 responde à pergunta: “como deve ser a vida diária dos que foram justificados pela graça?”. Paulo trata de nossos deveres em relação a outros cristãos, à comunidade, aos nossos inimigos, ao governo e aos irmãos mais fracos. Paulo mostra que após experimentar da graça divina não é mais possível viver segundo as normas ou a maneira de pensar deste mundo pecaminoso (Rm 12:1,2). Uma vida transformada tem relacionamentos transformados. Não podemos amar a Deus e odiar nossos irmãos; não podemos ter um relacionamento vertical correto se os relacionamentos horizontais estão errados. O apóstolo também mostra que como novas criaturas, pertencemos ao um corpo, o “Corpo de Cristo”. Cada membro desse Corpo recebeu dons e talentos e estes precisam ser usados com humildade, amor, sabedoria, contribuindo para o bem-estar de todos.

I.                    EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12:1,2)

1.      Uma exortação em forma de apelo. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus...”(Rm 12:1). A parte prática da Epístola começa com uma convocação, um apelo, um chamado, uma convocação do apóstolo – “Rogo-vos” -, que, em outras versões, é “exorto-vos”; é a primeira palavra desta parte da Epístola aos romanos. No texto original grego é “parakaleo”, que tem o sentido de exortar, apelar, convocar, chamar, rogar, mas no sentido de chamado. A razão pela qual Paulo roga aos crentes judeus e gentios com esse tom de autoridade é porque Deus já lhes havia demonstrado sua copiosa misericórdia. Exortar é estimular, incentivar, dar estímulo por meio de algo. Paulo, após ter mostrado o maravilhoso plano de Deus para a salvação do homem e o Seu absoluto controle para o cumprimento de Suas promessas, lança um convite, um chamado aos crentes de Roma para que, diante do conhecimento deste propósito de Deus para os homens, passassem a viver de acordo com a vontade do Senhor.
2.      Uma palavra concernente ao corpo (Rm 12:1) – “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Paulo apresenta uma exposição doutrinária, e em seguida uma exortação ética, interligando ambas pela conjunção “pois” (Rm 12:1). Nunca é demais ressaltar que Paulo sempre baseia o dever na doutrina. Mostra que o caráter é determinado pelo credo.
– “…que apresenteis o vosso corpo…”. O termo “apresenteis”, neste versículo, significa “apresenteis de uma vez por todas”. Paulo ordena uma entrega definitiva do corpo ao Senhor, como os noivos se entregam um ao outro na cerimônia de casamento. Esse sacrifico é descrito como “vivo” em contraste com os sacrifícios antigos cuja vida era tirada antes de ser apresentada sobre o altar; como “santo”, isto é, consagrado, separado e reservado para o serviço de Deus; e “agradável” a Deus”, como o ascender em sua presença da oferta aromática de outrora oferecida no ritual judaico.
Concordo com John Stott quando diz que nenhum culto é agradável a Deus quando é unicamente abstrato e místico; nossa adoração deve expressar-se em atos concretos de serviço manifestados em nosso corpo.
Glorificamos a Deus em nosso corpo quando contemplamos o que é santo, quando nossos ouvidos se deleitam no que é puro, quando nossas mãos praticam o que é reto, quando nossos pés caminham por veredas de justiça.
Paulo diz que a oferta do nosso corpo a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável é nosso culto racional. A palavra, no original grego, carrega a ideia de razoável, lógico e sensato. Trata-se, portanto, de um culto oferecido de mente e coração, culto espiritual em oposição a culto cerimonial.
– “…por sacrifício vivo…”. Como pode o corpo tornar-se um sacrifício? Deixe que o olho não veja nada mau, e ele se tomará um sacrifício; permita que a língua não diga nada vergonhoso, e ela se tornará uma oferta; deixe que a mão não faça nada ilegal, e ela se tornará uma oferta em holocausto. Todavia, isso não será suficiente; precisamos ter a prática ativa do bem: a mão precisa ajudar o necessitado; a boca precisa abençoar em lugar de amaldiçoar; o ouvido precisa dar atenção sem cessar aos ensinamentos divinos. Pois um sacrifício não tem nada impuro; um sacrifício é a primícia de outras coisas. Portanto, que nós possamos produzir frutos para Deus com as nossas mãos, com os nossos pés, com a nossa boca e com todos os nossos outros membros(Lopes, Hernandes Dias. Romanos – O evangelho segundo Paulo).
3.      Uma palavra concernente à mente (Rm 12:2) – “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Há duas palavras que regem esse versículo: conformação e transformação. O crente é alguém que não se amolda ao esquema do mundo, mas se transforma pela renovação da mente. “Mundo”, aqui, não significa o universo, a Terra e nem mesmo seus habitantes e, sim, o sistema que impera em nossa sociedade e que é contrário a Deus. É nesse sentido que o Novo Testamento fala que antes de nos convertermos, nós andávamos “segundo o curso deste mundo”, que “o mundo jaz no maligno” e que o diabo é “o príncipe deste mundo”. Quem não segue a Jesus segue o mundo e seu príncipe e que tudo que ele pensa não está moldado por Deus e Sua Palavra (Rm 12:1,2, 1João 2:15-17, Ef 2:2).
Paulo nos ensina que quem se converteu está crucificado para o mundo e o mundo para ele. Em outras palavras, não dá para viver nos dois barcos. Não dá para ser cidadão de dois reinos. No reino de Deus não é permitida dupla cidadania. Nesta guerra não podemos ficar na neutralidade. É por isso também que ele afirma que não devemos nos conformar com este mundo, ou seja, tomar a forma do mundo ou nos amoldarmos a ele (Rm 12:1,2). Apontando na mesma direção, João nos afirma que não devemos amar o mundo nem o que nele há, porque não dá para amar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo (1João 2:15-17).
Alguém disse, com propriedade, que “ou a igreja transforma o mundo ou o mundo deforma a igreja”. Aqui não dá para haver convivência pacífica. Tristemente, temos visto que a filosofia mundana vai invadindo a igreja em termos de linguagem, vestuário, gírias, ritmos, bebida, namoro, costume, modismo, etc., e nem mais temos critério para discernir tudo isso – já virou cultura. Quando o cristão se deixa enganar pelas propostas desse mundo espiritualmente tenebroso, torna-se escravo de um sistema maligno que rouba, mata e destrói (João 10:10). Sua única saída é retornar imediatamente ao seio do Pai, por Jesus Cristo, nosso libertador (João 8:36).
O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que o mundo tem uma fôrma. Essa fôrma é elástica e flácida; é a fôrma do relativismo moral, da ética situacional e do desbarrancamento da virtude; é um esquema que muda todo dia. O crente em vez de entrar nessa fôrma para ser conformado a ela, deve ser transformado de dentro para fora, pela renovação da sua mente. Em vez de viver pelos padrões de um mundo em desacordo com Deus, o crente é exortado a deixar que a renovação de sua mente, pelo poder do Espírito Santo, transforme sua vida harmonizando-a com a vontade de Deus. O crente não deve conformar-se com o mundo porque a fôrma do mundo muda todo dia: o errado ontem é certo hoje; o repudiado ontem é aplaudido hoje; o vergonhoso ontem é praticado à luz do dia hoje. Nós, porém, seguimos um modelo absoluto, que jamais fica obsoleto. Esse modelo é Jesus!
Alguém disse que se o mundo controlar a nossa maneira de pensar, seremos conformados; mas, se Deus controla nossa maneira de pensar, somos transformados. A transformação interior é a única defesa efetiva contra a conformidade exterior, com o espírito do tempo presente. Temos, assim, uma metamorfose gerada pelo Espírito Santo. Quando o nosso corpo é consagrado e nossa mente é transformada, nosso culto torna-se racional e experimentamos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. (Lopes, Hernandes Dias – Romanos – o evangelho segundo Paulo).
A nossa mente precisa estar constantemente ocupada com o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e que encerra louvor. Somente em Cristo temos real condição de sermos transformados para a adoração.
II. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12:3-8)
Trataremos neste tópico acerca do nosso serviço a Cristo por meio dos dons espirituais.
1.      Exercitá-los com moderação e humildade. “Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”(Rm 12:3). Paulo adverte os crentes de que o orgulho exagerado não deve ter lugar em sua vida. Não devemos jamais ter um conceito exagerado de nossa importância nem ter inveja de outros. Precisamos entender que cada pessoa é singular e todos nós temos funções importantes a realizar para o Senhor. Devemos nos alegrar com o lugar que Deus deu a cada um na Igreja e procurar exercer nossos dons com todo o poder que Deus concede. Em outras palavras, tudo que temos, no sentido de capacidades naturais ou dons espirituais, deve ser usado com humildade para edificar o Corpo de Cristo. Se formos orgulhosos, não poderemos exercitar a nossa fé e os nossos dons em benefício dos outros.
2.      Exercitá-los respeitando sua diversidade. Exorta o apóstolo Paulo: “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada…” (Rm 12:4-6).
Paulo apresenta o retrato da identidade do povo redimido de Deus. O novo povo de Deus é como um corpo humano: tem muitos membros, mas cada um tem um papel único. A saúde e o bem-estar do corpo dependem do funcionamento adequado de cada membro. No Corpo de Cristo: há unidade (um só corpo), diversidade (muitos) e interdependência (membros uns dos outros). Assim como nosso corpo não pode ser desmembrado, nós também somos membros uns dos outros. Os membros trabalham juntos para fazer todo o corpo funcionar e quando isso não acontece o corpo sofre.
A marca das obras de Deus é a diversidade, não a uniformidade. Na comunidade cristã, há muitos homens e mulheres das mais diversas origens, ambientes, temperamentos e capacidades. E não só isso, mas, desde que se converteram a Cristo, são também dotados por Deus de grande variedade de dons espirituais e ministeriais. Entretanto, graças a essa diversidade e por meio dela, cada um pode cooperar para o bem do todo. Assim como o corpo humano tem vários membros, Deus concedeu à Igreja vários dons. Somos diferentes uns dos outros para suprir as necessidades uns dos outros.
3.      Exercitá-los com esmero e regularidade. Exorta o apóstolo Paulo: “… se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12:6-8).
Nestes textos de Romanos 12:6-8, Paulo dá instruções acerca do uso de certos dons. Essa lista não abrange todos os dons; a intenção é que seja indicativa, e não exaustiva. Os dons mencionados aqui são divididos em duas categorias: dons de fala (profecia, ensino e exortação) e dons de serviço (servir, contribuir, liderança e mostrar misericórdia). É bastante óbvio que Paulo não estar falando de cargos, mas dos dons. Nem todo dom implica um cargo diferente. Muitos dos dons que Deus dá ao seu povo não exigem nenhum cargo.
Nossos dons diferem “segundo a graça que nos foi dada” (Rm 12:6). Em outras palavras, a graça de Deus concede dons diferentes a pessoas diferentes. Deus também dá a força ou capacidade necessária para usarmos os dons. Assim, temos a responsabilidade de usar essas aptidões concedidas por Deus como bons despenseiros.
III. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm 12:9-21)
Neste tópico trataremos acerca de algumas características que todo cristão deve desenvolver ao se relacionar com outros cristãos e com não-cristãos.
1.      Exercitar o amor (Rm 12:9,10). “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.
O amor a Deus e ao próximo é a essência do cristianismo, por isso é uma exigência bíblica. No evangelho de Lucas 10:27 o amor a Deus e ao próximo é um mandamento divino: “­Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo”. Aquele ou aquela que conhece a Deus, ama de forma verdadeira e perfeita. Quem não conhece a Deus, quem não tem o seu caráter regenerado, não pode amar; e sem amor é impossível viver uma vida plena – “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor”(1João 4:8); sem amor, Jesus não o reconhece como seu discípulo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”(João 13:35).
Se somos participantes da Igreja de Cristo, se somos servos de Jesus neste mundo, devemos, acima de tudo, sermos instrumentos desse amor, pois se somos alvos do amor de Deus, devemos refletir esse mesmo amor através do nosso viver. O amor deve reger nossos relacionamentos. O amor é o sistema circulatório do corpo espiritual, permitindo que todos os membros funcionem de maneira saudável e harmoniosa.
John Stott diz que a receita do amor tem doze ingredientes:
a) Sinceridade – “O amor seja sem hipocrisia” (Rm 12:9a). O amor não é teatro; ele faz parte da vida real.
b) Discernimento – “Detestai o mal, apegando-vos ao bem” (Rm 12:9b). O cristão deve apegar-se ao bem e abominar o mal com todas as forças da sua alma. Precisa sentir aversão e repugnância pelo mal. Não pode ser uma pessoa amorfa, insípida, que fica sempre em cima do muro, sem se posicionar.
c) Afeição – “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal” (Rm 12:10a). Devemos amar nossos irmãos em Cristo como amamos os membros da nossa família de sangue.
d) Honra – “[…] preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12:10b). O amor na família cristã deve expressar-se em honra mútua, assim como em afeição mútua.
e) Entusiasmo – “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12:11). A apatia não combina com a vida cristã. O crente precisa ser um indivíduo em chamas para Deus. Precisa arder de zelo pelas coisas de Deus. É alguém que serve a Deus com fervor. Aqueles que são mornos provocam náuseas em Jesus à semelhança da igreja de Laodicéia, que estão prestes a ser vomitados pelo Senhor.
f) Paciência – “Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes” (Rm 12:12). O crente cruza os vales da vida com os olhos cravados na esperança da gloriosa volta de Cristo. Ele se alimenta de uma viva esperança, enquanto pacientemente enfrenta as tribulações com uma vida de oração perseverante.
g) Generosidade – “Compartilhai as necessidades dos santos” (Rm 12:13a). Isto pode significar tanto participar das necessidades e dos sofrimentos dos outros, como repartir os nossos recursos com eles. Davi diz: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor o livra no dia do mal. O Senhor o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos. O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama” (Sl 41:1-3). Devemos ter uma terna compaixão pelos necessitados. A Bíblia diz: “…se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia” (Is 58:10).
h) Hospitalidade – “[…] praticai a hospitalidade” (Rm 12:13b). Se com os necessitados precisamos ser generosos, com os visitantes devemos ser hospitaleiros. O cristão não tem apenas seu coração e bolso abertos, mas também sua casa. Ele é hospitaleiro. O cristianismo é a religião do coração aberto, da mão aberta e da porta aberta.
i) Boa vontade – “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 12:14). O cristão deve desejar o bem até mesmo para aqueles que lhe desejam o mal. O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que a língua do cristão não deve ser rogo e veneno, mas árvore frutífera e fonte que jorra água límpida. Suas palavras são medicina. O cristão deve tornar a vida das pessoas mais suave com suas palavras. Ele é um encorajador. Suas palavras aliviam o fardo; são azeite na ferida. Suas palavras são verdadeiras, boas, oportunas e encontram graça.
j) Simpatia – “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12:15). O amor nunca se mantém longe das alegrias e das dores dos outros. O Rev. Hernandes Dias Lopes afirma que o cristão não é solitário, mas solidário. Ele chora com o que sofre e alegra-se com o que se alegra. Trafega da festa de casamento para o funeral e do cemitério para um aniversario e solidariza-se com seus irmãos tanto em suas tristezas como em suas alegrias. O amor nunca se afasta das alegrias e das dores dos outros.
k) Harmonia – “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros” (Rm 12:16a). Os cristãos devem viver em concordância uns com os outros. Devem ser unânimes entre si, nutrir os mais nobres sentimentos e praticar as mais excelentes atitudes entre si.
l) Humildade – “[…] em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12:16b). Entre os cristãos não há espaço para o esnobismo. O amor coloca o outro na frente do eu. O Rev. Hernandes Dias Lopes afirma que o cristão não pode aplaudir a si mesmo e colocar placas de honra ao mérito ao longo de seu caminho. Não é aprovado quem a si mesmo louva, diz a Palavra de Deus.
2.      Exercitar o serviço cristão. Disse Paulo: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12:11). A vida cristã é uma vida de serviço, de um serviço em todas as áreas da vida, de um cumprimento de tarefas determinadas pelo Senhor e da qual prestaremos contas quando chegarmos à eternidade.
A palavra servir tem uma tonalidade de submissão. Entre os militares essa expressão é muito comum, como, por exemplo: “Estou servindo no Aeroporto Pinto Martins”. Outros militares falam: “Estou servindo em Fortaleza, Belém etc.”.  Dá a ideia de submissão a uma autoridade superior. Da mesma maneira os cristãos servem ou devem servir ao Senhor.
Na parábola dos dois servos, Jesus nos mostra, claramente, que cada salvo é um servo e que todo servo é alguém que tem de servir, que tem de prestar um serviço, serviço que deve ser “assim”, ou seja, segundo um modelo, um padrão estabelecido pelo Senhor. Ele disse: “Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim”(Mt.24:46).
Agora, pois, que é que o Senhor, teu Deus requer de ti, senão que temas ao Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames e sirvas ao Senhor, teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma”(Dt 10:12). Estas palavras foram ditas ao povo de Israel e que se aplicam, literalmente, a todos nós que pertencemos à Igreja do Senhor.
3.      Exercitar a resistência ao mal. Adverte o apóstolo Paulo: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:21). O crente age transcendentalmente. Não é vencido pelo mal; ele vence o mal com o bem. O bem é o amor ao próximo e de modo geral a vontade de Deus. A primeira vitória sobre o mal é o amor. Abraão Lincoln dizia que a única maneira de vencer um inimigo é fazendo dele um amigo.
Estêvão, quando apedrejado, orou: “Senhor Jesus, não lhes imputes esse pecado” (At 7:60). A Bíblia diz que devemos abençoar os nossos inimigos e orar por eles. Se o nosso inimigo tiver fome, devemos dar-lhe de comer, se tiver sede, devemos dar-lhe de beber. O misericordioso perdoa as ofensas. Ele não registra mágoas. Ele não guarda rancor. Ele não armazena ira. Ele perdoa. Ele vence o mal com o bem. Quem não perdoa não pode ofertar, não pode adorar, não pode ser perdoado. Quem não perdoa adoece, é flagelado pelos verdugos da consciência e jamais receberá misericórdia. “O juízo é sem misericórdia para aquele que não exerce misericórdia” (Tg 2:13).

CONCLUSÃO

Somente os salvos tem uma nova vida em Cristo. A nova vida em Cristo consiste em viver separado do mundo de pecado, viver em santidade, não conformado com o mundo. Esta deve ser uma das características dos crentes salvos, porquanto esta é uma das exigências de Deus – “como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”(1Pd 1:14-16). Na Igreja Primitiva os Cristãos eram ensinados a viver entre os pagãos, andando de forma diferente da deles; eram ensinados a viver no mundo, não deixando que o mundo vivesse neles. Hoje, por certo, não é diferente. Os que estão andando como salvos observam o ensino de Paulo: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”(Fp 2:15). Para viver como salvo é necessário o viver em Santidade. Você está vivendo?

16/05/2016

Lição 8 - ISRAEL NO PLANO DA REDENÇÃO

INTRODUÇÃO. Em Rm 9–11, Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Esses três capítulos foram escritos para responder à pergunta que os crentes judaicos faziam: como as promessas de Deus a Abraão e à nação de Israel poderiam permanecer válidas, quando a nação de Israel, como um todo, não parece ter parte no evangelho? O presente estudo resume o argumento de Paulo.

Israel (= Jacó) é uma designação que se refere tanto ao povo como também à terra. Povo e terra formam uma unidade inseparável. Desta forma, a terra deve pertencer aos palestinos, ou seja, aos árabes? Jamais, pois o próprio Deus garante que ela pertence a Israel. As nações deveriam prestar atenção àquilo que Deus diz do Seu "vermezinho Israel" e como Ele o protege: "Porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho" (Zc 2.8b).

I)                    Há três elementos distintos no exame que Paulo faz de Israel no plano divino da salvação

(1) O primeiro (9.6-29) é um exame da eleição de Israel no passado. (a) Em 9.6-13, Paulo afirma que a promessa de Deus a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da nação. Visava somente o verdadeiro Israel, aqueles que eram fiéis à promessa (ver Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um Israel dentro de Israel, que tem recebido a promessa. (b) Em 9.14-29, Paulo chama a nossa atenção para o fato de que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer com os indivíduos e as nações. Tem o direito de rejeitar a Israel, se desobedecerem a Ele e o direito de usar de misericórdia para com os gentios, oferecendo-lhes a salvação, se Ele assim decidir.

(2) O segundo elemento (9.30—10.21) analisa a rejeição presente do evangelho por Israel. Seu erro de não voltar-se para Cristo, não se deve a um decreto incondicional de Deus, mas à sua própria incredulidade e desobediência.

(3) Finalmente, Paulo explica (11.1-36) que a rejeição de Israel é apenas parcial e temporária. Israel por fim aceitará a salvação divina em Cristo. O argumento dele contém vários passos. (a) Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, pois Ele permaneceu fiel ao “remanescente” que permanece fiel a Ele, aceitando a Cristo (11.1-6). (b) No presente, Deus endureceu a maior parte de Israel, porque os israelitas não quiseram aceitar a Cristo (11.7-10; cf. 9.31—10.21). (c) Deus transformou a transgressão de Israel (i.e., a crucificação de Cristo) numa oportunidade de proclamar a salvação a todo o mundo (11.11,12, 15). (d) Durante esse tempo presente da incredulidade nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os judeus como os gentios (cf. 10.12,13) depende da fé em Jesus Cristo (11.13-24). (e) A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel nacional, acontecerá no futuro (11.25-29). (f) O propósito sincero de Deus é ter misericórdia de todos, tanto dos judeus como dos gentios, e incluir no seu reino todas as pessoas que creem em Cristo (11.30-36; cf. 10.12,13; 11.20-24).

II)                  Várias coisas se destacam nestes três capítulos.

(1) Esse exame da condição de Israel não se refere à vida ou morte eterna de indivíduos após a morte. Pelo contrário, Paulo está tratando do modo como Deus lida com nações e povos do ponto de vista histórico, i.e., do seu direito de usar povos e nações conforme Ele quer. Por exemplo, sua escolha de Jacó em lugar de seu irmão Esaú (9.11) teve como propósito fundar e usar as nações de Israel e de Edom, oriundas dos dois. Nada tinha que ver com seu destino eterno, i.e., quanto a sua salvação ou condenação como indivíduos. Uma coisa é certa: Deus tem o direito de chamar as pessoas e nações que Ele quiser, e determinar-lhes responsabilidades a cumprir.

(2) Paulo expressa sua constante solicitude e intensa tristeza pela nação judaica (9.1-3). O próprio fato que Paulo ora para que seus compatriotas sejam salvos, revela que ele não admitia o ensino teológico da predestinação, afirmando que todas as pessoas já nascem predestinadas, ou para o céu, ou para o inferno. Pelo contrário, o sincero desejo e oração de Paulo reflete a vontade de Deus para o povo judaico (cf. 10.21; ver Lc 19.41, nota sobre Jesus chorando por causa de Israel ter rejeitado o caminho divino da salvação). No NT não se encontra o ensino de que determinadas pessoas foram predestinadas ao inferno antes de nascer.

(3) O mais relevante neste assunto é o tema da fé. O estado espiritual de perdido, da maioria dos israelitas, não fora determinado por um decreto arbitrário de Deus, mas, resultado da sua própria recusa de se submeterem ao plano divino da salvação mediante a fé em Cristo (9.33; 10.3; 11.20). Inúmeros gentios, porém, aceitaram o caminho de Deus, que é o da fé, e alcançaram a justiça mediante a fé. Obedeceram a Deus pela fé e se tornaram “filhos do Deus vivo” (9.25,26). Esse fato ressalta a importância da obediência mediante a fé (1.5; 16.26) no tocante à chamada e eleição da parte de Deus.

(4) A oportunidade de salvação está perante a nação de Israel, se ela largar sua incredulidade (11.23). Semelhantemente, os crentes gentios que agora são parte da igreja de Deus são advertidos de que também correm o mesmo risco de serem cortados da salvação (11.13-22). Eles devem sempre perseverar na fé com temor. A advertência aos crentes gentios em 11.20-23, pelo fato da falha de Israel, é tão válida hoje quanto o foi no dia em que Paulo a escreveu.

(5) As Escrituras estão repletas de promessas de uma futura restauração de Israel ao aceitarem o Messias. Tal restauração terá lugar ao findar-se a Grande Tribulação, na iminência da volta pessoal de Cristo (ver Is 11.10-12 nota; 24.17-23 nota; 49.22,23 nota; Jr 31.31-34; Ez 37.12-14 nota; Rm 11.26 nota; Ap 12.6 nota).

III)                A TRISTEZA DE PAULO (Rm 9.1-3)

Nestes versículos o apóstolo Paulo declara seu amor por sua gente, os judeus. Ele começa declarando: “Em Cristo digo a verdade, não minto”. Visto que era conhecido como judeu zeloso, sua conversão a Cristo o tornou antipá­tico para os judeus, que o viam como “um traidor de sua gente”. Entretanto, Paulo garante que seus sentimentos são sinceros e que sua consciência tinha o testemunho do Espírito Santo, conforme o texto diz: “dando-me testemu­nho a minha consciência no Espírito Santo” (v 1). Esse texto mostra que sua consciência agia sob a orientação ilu­minada do Espírito Santo.
No versículo 2, Paulo ainda declara dizendo: “Que te­nho grande tristeza e contínua dor no meu coração”. É uma expressão de profundo sentimento de amor e respeito pela sua gente, e não de traição. A despeito da hostilidade dos judeus contra a pregação do Evangelho e contra a sua pessoa, Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser sepa­rado de Cristo, para salvar “seus parentes segundo a car­ne”, ele o faria por amor a eles. Essa linguagem é bem típi­ca de quem ama profundamente e é capaz de dar sua vida para salvar outras. No AT podemos lembrar Moisés (Êx 24.16,17).

- Por que essa tristeza de Paulo para com seus irmãos de sangue? A resposta é simples e objetiva: o repúdio do povo judeu para com Jesus Cristo. Sua tristeza tem duas razões específicas: Primeira, Paulo declara que os judeus são seus “parentes” segundo a carne, mas não querem ser seus irmãos segundo o espírito. Segunda, pelo fato de que os judeus, possuindo privilégios especiais como nação, re­jeitaram o “privilégio maior”, que é a salvação em Cristo.

IV)               OS ESPECIAIS PRIVILÉGIOS DE ISRAEL (9.4,5)

Há pelo menos 8 privilégios distintos apresentados por Paulo nesta Carta. - Quais são esses privilégios?
1.      (9.4) “...dos quais é...” - (De quem? Dos “israeli­tas”.) Pertence a eles a adoção, como promessa di­vina, visto que foram feitos filhos ou povo peculiar de Deus, tirado do meio das nações. (Êx 4.22; Os 11.1).

2.    Pertence a eles a glória que se refere a “Shekinâ” que significa a presença de Deus visível no tabernáculo e no templo (Êx 40.34,35).

3.      Pertencem a eles as alianças feitas com Israel. En­tre todas as alianças destaca-se a aliança feita no monte Sinai (Êx 24.8). Porém, podemos lembrar uma ordem nas “alianças”: feita com Abraão (Gn 15.18; 17.4); nos dias de Moisés (Êx 24.8; 34.10; Dt 29.1); nos dias de Josué, o sucessor de Moisés (Dt 27.2; Js 8.30; 24.25); nos dias de Davi: (2 Sm 23.5; Sl 89.28). Subentende-se que Paulo destaca o privilégio de sua gente como nação peculiar de Deus, de receber toda a atenção de Jeová.

4.      Pertence a eles a Lei (9.4), mui especialmente a lei outorgada através de Moisés, que se tornou base de jurisprudência mundial (Êx 20). A concretização da aliança feita com o aparecimento da Lei concretiza a preocupação divina com a vida cotidiana do povo judeu. A Lei trouxe os requisitos de obediência para o povo, na sua vida cotidiana, no seu culto a Deus e no relacionamento com o próximo.

5.      Pertence a eles o culto (Rm 9.4) a Deus, com todos os rituais e cerimoniais. Paulo diz literalmente: “deles é o culto”, no sentido de que foi privilégio particular da nação israelita cultuar ao Deus verda­deiro, visto que as demais nações não conheciam esse Deus verdadeiro. Hoje, pela graça do Senhor Jesus, todos quantos o aceitam têm direito de cul­tuar a esse Deus.

6.      Pertencem a eles as promessas (9.4) (-Quais pro­messas? - Todas!) Desde Abraão Deus tem feito promessas à sua descendência e todas as promessas messiânicas feitas a Davi e através dele acerca do vindouro reino messiânico (Is 55.1; At 13.23,32-34).
Todas as promessas a Israel, desde Abraão, repre­sentam o horizonte escatológico para o qual Israel está sendo conduzido. A revelação de Deus através do cumprimento histórico e futuro dessas promes­sas chegará ao seu clímax no reino messiânico.

7.      Pertencem a eles os pais (9.5), que são os patriarcas de Israel. A estes Deus fez promessas, que represen­tam toda a esperança de Israel. É impossível deixar de reconhecer os “pais da antiguidade”: Abraão, Isaque e Jacó, que revestiram de glória todas as ge­rações dos judeus até o presente (Êx 3.6,13; Lc 20.37). Nestas referências a identificação patriarcal é com Abraão, Isaque e Jacó.

8.      Pertence a eles a descendência de Cristo (9.5). “E dos quais é Cristo segundo a carne”. Note-se que Paulo deixou por último “a Cristo” por ser o mais eminente dos privilégios dos judeus. Os que negam a divindade de Cristo, utilizam a expressão “segun­do a carne” para rejeitar o testemunho que a Escri­tura dá a respeito da divindade de Cristo. Na sequência do texto está escrito: “...o qual é sobre to­dos, Deus bendito eternamente” (9.5). É indiscutí­vel o fato de que o Cristo, o Ungido, é o “Verbo divi­no que se fez carne” (Jo 1.1,14) e “habitou entre nós”. Como Deus bendito, Cristo nasceu como ho­mem, “segundo a carne”, descendendo dos judeus. Sua humanização não afetou em nada a sua divin­dade. Paulo faz um tributo à divindade de Cristo, quando diz que Ele é “sobre todos”, isto é, exalta-o e o coloca em sua real posição de supremacia. Ainda mais, Paulo o trata como “Deus bendito eterna­mente” (9.5). Esse tratamento é identificado no AT, quando o salmista precede o nome de Deus com a palavra “bendito” (Sl 68.35; 72.18). Pode-se en­contrar esse mesmo tratamento paulino em 2 Co 11.31; Rm 1.25, etc. Finalmente, entende-se que Cristo descendeu dos judeus “segundo a carne” para revelar-se ao mundo todo como o Redentor de todos os homens (Mt 1.1; Jo 1.14; Hb 2.16).

V)                 A ELEIÇÃO DE ISRAEL SEGUNDO A SOBERA­NIA DE DEUS (9.6-13)

Inicialmente, precisamos considerar as razões que levaram Paulo a escrever esta Carta aos crentes romanos. Havia na igreja, na comunidade de crentes existentes em Roma, dois grupos distintos, um formado por judeus, e ou­tro por gentios. Essa diferença racial e religiosa promoveu um litígio doutrinário quanto aos privilégios espirituais. O problema foi levantado pelo grupo de judeus que não acei­tava o ensino de Paulo quanto à salvação, pelo fato de Pau­lo apresentar o novo pacto (a graça), como capaz e superior ao velho pacto (a Lei) para salvar o homem.
Daí, então, a preocupação de Paulo em explicar de modo claro e especial nos capítulos 9, 10 e 11, a posição dos judeus no plano divino da salvação.
Aquele grupo de judeus entendia que, pelo fato de seu povo ser chamado “povo escolhido de Deus” não se consi­derava necessitado de salvação. O judeu cria que Deus ha­via eleito seu povo e por isso a sua salvação estava pré-ordenada e determinada. Entendia o judeu que tinha di­reito à salvação. Pelo fato de Jesus ter nascido judeu, e por direito de sangue, a salvação lhes pertencia. E chegavam ao absurdo de achar que os gentios não tinham direito à salvação e à eleição. Foi aí que Paulo resolveu mostrar e es­clarecer a verdade. O apóstolo focalizou com destaque que a eleição para a salvação, na Nova Aliança, é feita segundo, a graça de Deus para todos os homens. Mostrou ainda que a eleição pela graça é feita mediante a fé, e não pelas obras, para que ninguém se glorie.

Conclusão

A eleição divina elegeu “os que creem” em Cristo. A fé é o requisito essencial para todos os homens, sem acepção de raça, cor, cultura ou língua, na eleição divina. A sobera­nia de Deus está implícita no fato de que Ele elegeu os que creem como Abraão, e endureceu os que rejeitam crer, como fez com Faraó (vv 15-17).


Bibliografia
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Graça. Max Lucado. Thomas Nelson Brasil
Justiça e Graça. Natalino das Neves. CPAD
Maravilhosa Graça. José Gonçalves. CPAD
O poder e a mensagem do Evangelho. Paul Washer. Fiel
Um Verdadeiro Arrependimento. Manoel Flausino. Inteligência Editorial
Verdadeiro Evangelho. Paul Washer. Fiel


Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominica, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.

Contatos para palestras, congressos, mensagens:
(21) 99439-0392 (claro)

10/05/2016

Lição 7 - A Vida segundo o Espírito

Introdução


           Na lição de hoje estudaremos como deve ser a vida do cristão segundo a direção de Deus. Claro que já entendemos na lição anterior que a carne milita contra o espírito e que não devemos satisfazer as concupiscências da carne.
          Para o apóstolo Paulo, a direção do Espírito não é questão de impulsos esporádicos, mas é a experiência habitual do crente em Cristo; é o próprio princípio de liberdade da vida cristã. “Se sois guiados pelo Es­pírito, não estais sob a lei.” (Gl 5:18.) A velha escravidão da lei foi abolida; o Espírito introduz os crentes numa nova relação como filhos de Deus, nascidos livres. É o incentivo do Espírito que leva os cristãos a se dirigirem espontaneamente a Deus como seu Pai, usando a mesma expressão que Jesus usou ao falar com Deus como Seu Pai — expressão própria para a atmosfera íntima da afeição familiar. Não admira que numa passagem parecida, em Gálatas, Paulo diga que “enviou Deus” aos corações do Seu povo “o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6). Em outras palavras, eles receberam o mesmo Espírito que desceu com poder sobre Jesus quando este foi batizado (Mc 1:10), que O levou ao deserto (Mc 1:12), que Lhe deu energia para realizar Suas poderosas obras (Mt 12:28) e que deu alento a toda a Sua obra e ministério (Mc 1:8; Lc 4:14,18).


1) Viver na carne x viver no Espírito

a.Viver na carne: viver segundo a natureza físico-material a fim de satisfazer os impulsos que parecem ao próprio ser humano.
b.      Viver no Espírito: viver segundo a natureza físico/espiritual, orientado pelo Espírito Santo, a fim de satisfazer a vontade de Deus.
O genuíno cristão já vive no Espírito e, portanto, deve andar no Espírito.


2) Conceito Bíblico de andar e viver no Espírito

a.      Viver no Espírito Santo: viver pela fé na graça de Deus; estado de comunhão com Deus e dependência de sua orientação  (Ef 2.1).
             “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
           “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl 5.25).
b.      Andar no Espírito Santo: prática diária da vida no Espírito Santo; andar, falar, pensar e agir segundo a vontade de Deus, no temor do Senhor, segundo a direção do Espírito Santo (Rm 8.16)
          Andar: peripateo (grego) seguir pegadas; portar-se, conduzir-se, comportar-se. Andar pressupõe caminho (Jo 14.6) e passos ou pegadas (1Pe 2.21; Rm 4.12).
c.      Viver e andar: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25).
d.      Obra de Deus/dever do homem: Deus fez pelos seres humanos o que seria impossível — ele reabilitou o homem à sua comunhão, perdoou os pecados e deu seu Espírito Santo; mediante esta ação da graça, o crente deve se submeter à vontade de Deus e viver segundo a vontade de Deus.
               O viver é estado de graça — é dado gratuitamente por Deus ao crente.
               O andar é prática de obediência diária e crescente à vontade de Deus.
e.      Obedecer: derivado de ob-(para frente) e -audire (ouvir), isto é, ouvir e seguir.
f.        Compare:
               “Eu sou o caminho” (Jo 14.6) — “andai nele” e (Cl 2.6).
               “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6) — o Espírito guia, convence e vivifica (Jo 16.8).


3) Aplicação da Obra de Cristo no coração do crente (Rm 8.1-4).

Como o Espírito nos inclina agradar a Deus (vv. 5-8).
Que Ele abita em todo verdadeiro cristão (vv. 9-11).
Que Ele nos dá o poder para mortificar a carne, a tendência pecaminosa (vv. 12,13).
Que Ele nos guia como filhos de Deus (vv.14,15).
Que Ele testifica da nossa salvação e da nossa herança (vv.16,17).
Que Ele nos conforta em meio aos sofrimentos do mundo presente (vv.18-25).
Que Ele intercede por nós nas nossas orações (vv.26-27).


O cristão é livre da ira
Esse fato, Paulo fundamenta no amor de Deus em Cristo Jesus (cap. 5)
O cristão é livre do pecado
Aqui Paulo se refere ao batismo, através do qual nós fomos incorporados ao corpo de Cristo, e que o corpo do pecado pode ser destruído (cap. 6).
O cristão é livre da lei
Aqui Paulo se refere à morte de Cristo. No corpo de Cristo nós morremos para a lei (cap. 7).
O cristão é livre da morte
Aqui Paulo se refere ao Espírito, pneuma, o Espírito de Cristo é o poder que faz viver (cap. 8).


Conclusão:

Deus não nos libertou para vivermos em pecado, mas sim, para vivermos em novidade de vida e uma vida no Espírito para que venhamos a agradar ao Senhor. Pecado é pecado na essência e tudo quanto o homem faz de prejudicial na sua relação com Deus e contra a Sua Palavra, afasta o homem de Deus, e, consequentemente, da salvação.


Bibliografia
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Graça. Max Lucado. Thomas Nelson Brasil
Justiça e Graça. Natalino das Neves. CPAD
Maravilhosa Graça. José Gonçalves. CPAD
O poder e a mensagem do Evangelho. Paul Washer. Fiel
Um Verdadeiro Arrependimento. Manoel Flausino. Inteligência Editorial
Verdadeiro Evangelho. Paul Washer. Fiel



Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominica, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.

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