21/07/2010

Lição 4 Profecia e Misticismo

No âmbito religioso, evangélico ou não, as questões espirituais que envolvem o “misticismo” são bastante enfatizadas, principalmente através dos meios de comunicação. Nesta aula, daremos ênfase, embora resumidamente, ao misticismo enganoso que se camufla por trás da nomenclatura de Profecia

1.O QUE É MISTICISMO? Segundo o dicionário Aurélio, é a crença ou doutrina religiosa dos místicos; disposição para crer no sobrenatural. Místico: Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado; religioso; aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.

O Misticismo tem estado presente em todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2:16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo).

O misticismo atual no meio do povo evangélico. Quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir a Bíblia e se basear apenas em suas experiências. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos.

Profetismo sem Bíblia. Escutamos frequentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1:4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2:4); “E veio a mim a palavra do Senhor”(Jr 2:1; 16:1); (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “... Isto diz o Espírito Santo...” (At 21:11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Uso de chavões: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. São frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da falta do ensino da Palavra de Deus.



2. Como posso saber se uma palavra profética é verdadeira? “Amados, não deis créditos a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”(1João 4:1).

Princípio 1: A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus!

Princípio 2: Se uma profecia contém predições que não se realizam, a profecia é falsa. Dt 18:22

Princípio 3: Se uma profecia se cumprir e promover a desobediência contra Deus ou contra as Escrituras, não é uma profecia verdadeira. (Dt 13:13).

Princípio 4: Qualquer profecia que se cumpre mas não dá glória e honra ao Senhor Jesus Cristo é um espírito de advinhação. Profetas que se enquadram neste princípio são considerados "embusteiros" (enganador, desonesto, trapaceador). O apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2Co 11:14)



2. Como identificar a fonte do milagre? (Dt 13:2). A Palavra de Deus é a firmeza do cristão. Portanto, qualquer profecia fora do seu conteúdo sagrado considere-se anátema. Também, os profetas devem ser avaliados pelos seus frutos. Disse Jesus: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mt 7:16). Frutos são o resultado da natureza, da espécie de cada ser. Os frutos de um falso profeta serão conhecidos não apenas pela forma com que vive, mas pelo resultado de suas profecias. Da mesma forma que o fracasso das previsões feitas pelos adivinhadores dos tempos bíblicos identificavam sua ruína, o mesmo se dará com quem fala em nome do Senhor sem que o Senhor tenha falado.



3. As abomináveis práticas divinatórias (Dt 18:9-11). As práticas divinatórias são uma forma infame de idolatria e satanismo e, portanto, repulsivas aos olhos de Deus (Gl 5:20,21; Ap 22:15).



O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. A adivinhação do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Seja como for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo". O "prognosticador" significa "fazer agouros pela nuvem"; é aquele que pratica magia, vaticínio, presságio, prognóstico, e tenta prever o futuro por meio de sortilégios. O "agoureiro" é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2Rs 17:17). O "feiticeiro", também conhecido por "bruxo", é aquele que faz uso da magia, de fórmulas ou encantamentos. No Egito, fazia parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7:11). O "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica; é o praticante de macumba, de despacho etc. O “necromante” é aquele que procura interrogar os mortos; os praticantes deste seguimento divinatório abrangem: médium, espírita e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).



Advinhação X Profecia Bíblica



a) A adivinhação faz afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos. A profecia bíblica é a história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso (Is 46:9-10).

b) A adivinhação interpreta algum tipo de sinal. A profecia bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente em sua própria realização.

c) Adivinhação e interpretação de sinais são baseados em mentiras, enquanto a profecia divina é a mais absoluta verdade.



4.A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA

A voz de Deus na terra. A profecia bíblica prova a inspiração divina da Palavra de Deus. A Bíblia é diferente de todos os outros livros religiosos. Os livros que são o fundamento das principais religiões e cultos interpretam o presente e tratam do passado.



“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”(2Pe 1:19)



CONCLUSÂO

Diante do que foi visto, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio. Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas divinatórias disseminadas no atual universo evangélico. Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap 2:2).



Fontes:

CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.
Comentário Bíblico Beacon: CPAD. Vol 2
Dicionário VINE. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD
Luloure.blogspot.com
Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Vida, 2001

Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino

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