19/05/2011

Lição 8 – O genuíno Culto Pentecostal

INTRODUÇÃO

Vivemos uma época de muitos modismos. Fala-se em rir, rugir, cair, pular e dançar de poder. Tais procedimentos são defendidos, muitas vezes, por pessoas que dizem ter uma nova unção do Espírito. Esta, porém, não existe, visto que a unção do Espírito de Deus é uma só, como ensina o apóstolo João: “E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo”, 1Jo 2.20. Nesse caso, interessar-se por manifestações estranhas, diferentes das apresentadas no NT, é se opor à legítima operação do Espírito Santo. Em 1 Coríntios 14, encontramos conselhos importantes quanto ao comportamento do cristão em um culto pentecostal. No versículo 20: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento”. Menino, neste contexto, é aquela pessoa que não tem discernimento, que pode ser facilmente influenciada por doutrinas errôneas (Ef 4.14). Segundo o autor da epístola aos Hebreus, somente pela observância à doutrina bíblica poderemos passar para o estágio de adulto (Hb 5.11-14)

1-ADORAÇÃO E CULTO

Para poder adorar a Deus em espírito e em verdade é necessário ter clara idéia do que é um culto.

Resumindo, podemos dizer que um culto é uma reunião dedicada à adoração e ao louvor a Deus mediante o canto e testemunhos pessoais dos fiéis. É uma ocasião para falar com Deus por meio da oração e de ouvir a Deus pela exposição de Sua Palavra e pelas impressões do Espírito Santo. É uma oportunidade de estar em comunhão com Deus e dos fiéis entre si. É um meio para promover o crescimento espiritual.

Culto é a honra e a adoração prestada a Deus pelo crente.
Mas será que muito daquilo que aparece na Igreja hoje sob o título de “Culto” é verdadeiramente aceitável a Deus ? O adjetivo usado no Novo Testamento para qualificar o culto verdadeiro é “aceitável” ( Rm 14.18 ; 15.16 e Fp 4.18 ). Todo adorador deve se preocupar em oferecer a Deus o que é aceitável a Ele. Em João 4.19-24, Jesus estabelece o novo culto ou o culto cristão na Nova Aliança :

• Quem deve ser adorado ? Deus-Pai, que é Santo, Sábio e Soberano. (Rm 11.33; Ap 15.4 ;Dn 4.34-37 )
• Quem deve adorar? Somente os convertidos - “Verdadeiros adoradores”
• Como deve ser a adoração ? Fundamento no conhecimento e deve ser em Espírito e Verdade.

Qual o lugar da adoração ? Não se limita a lugares religiosos, a objetos e a liturgias fixas.

Qual o tempo da adoração ? Hoje é o tempo - “A hora vem e já chegou” O autor aos Hebreus diz : “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” ( 13.15 )

A COMPOSIÇÃO DO CULTO PENTECOSTAL

Paulo trata neste cap. 14 - sobre a prática dos dons Espirituais no culto.

Neste v. 26 - Revela-nos algumas lindas verdades:

1ª.) O Culto começa com - “Quando vos ajuntais” - União - Sl 133

2ª.) O ajuntamento do Povo de Deus jamais deve ser sem propósitos…

3ª.) Note duas coisas importantes que Paulo ressalta no Culto

- A participação Coletiva - “Quando vos ajuntais…”

- A participação individual - “cada um tem…”

O Texto nos mostra o perfil do Culto Pentecostal - O mesmo deve ter 3 coisas indispenáveis:
A. TEM SALMO - O MINISTÉRIO DO LOUVOR

Como é de suma importância este Ministério no Culto

Porque o louvor da Igreja (congregacional) é o melhor
Porque o Senhor habita no meio dos louvores
Porque o louvor liberta - At 16:25-31
Porque através do louvor - A Igreja proclama quem é o Senhor…



B. TEM DOUTRINA - O MINISTÉRIO DA PALAVRA

Um culto sem Palavra é um rio sem água - É um dia sem sol - É uma mesa sem pão

É lamentável, o número de igrejas que abriram mão da Palavra - e optaram por outras coisas: Música excessiva - Muitos avisos - Coreografias - peças - etc…
Lembremos que Jesus - multiplicou mais pão do que peixe
Feliz a Igreja que prioriza a Palavra - Jr 15:16



C. TEM REVELAÇÃO, TEM LÍNGUA, TEM INTERPRETAÇÃO - O MINISTÉRIO DOS DONS ESPIRITUAIS Em nossos cultos deve haver efusão dos dons espirituais - 1 Co 12:1-11

MODISMOS LITÚRGICOS Alguns líderes, infelizmente, não incentivam os crentes a freqüentar a Escola Dominical e a tomar parte nos cultos de ensino. Em decorrência disso, estão aparecendo expressões esquisitas em nosso meio como: “Segura a bola de fogo que Jeová vai mandar”, “Contempla o varão de branco com a espada na mão” e outras mais conhecidas: “Queima ele”, “Fica no mistério”, “Tá amarrado” etc. Em Romanos 12.1, Paulo ensina que o culto agradável a Deus é racional. Isto significa que, apesar de haver liberdade para a multiforme operação do Espírito Santo na vida dos salvos (1Co 12.6-7), o culto pentecostal não deve ter exageros ou modismos. Se deixarmos de fazer uso da razão, ignorando os princípios bíblicos, poderemos cair no erro de inventar práticas e atribuí-las ao Espírito de Deus, mesmo que sejamos espirituais. Na verdade, o cristão deve evitar os dois extremos - o fanatismo e o formalismo. O primeiro consiste na adoção de práticas exageradas e extra-bíblicas, enquanto o segundo rejeita qualquer manifestação, sob o pretexto de não correr riscos. Como evitar estes extremos? Pedro responde: “Crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, 2 Pd 3.18. Quem quiser crescer só na graça, fatalmente se tornará um fanático. E quem buscar só o conhecimento não terá como escapar da frieza espiritual. Para crescer na graça, o caminho é sempre o mesmo: consagração a Deus através de oração e jejum, bem como uma vida de amor e santificação. Mas, para crescer em conhecimento é preciso estudar a Palavra e, principalmente, obedecer aos seus ensinamentos. Grandes movimentos pentecostais do início deste século se desviaram da vontade de Deus ou acabaram por falta de observância ao que a Bíblia ensina sobre a autêntica operação do Espírito Santo. Quando em uma igreja se dá pouca ou nenhuma ênfase à doutrina pentecostal, a possibilidade de surgirem expressões e manifestações estranhas é muito grande. E o que dizer de um culto em que todos batem palmas ou pulam, como se estivessem em um show ou em um estádio de futebol? Não é pecado saltar em um momento de extrema alegria (At 3.8), mas transformar essa prática em uma regra é exagero. Irmãos, sejamos pentecostais, mas não nos esqueçamos da ordem, da decência e do equilíbrio. E jamais deixemos os verdadeiros elementos de um culto pentecostal: “Cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para a edificação”, 1Co 14.26.

A troca do avivamento pelo movimento. Muitos acham que, para terem um milagre em suas vidas, devem correr atrás de movimentos. Entretanto, na Bíblia está escrito que os sinais seguiam aos que criam e não que estes se tornavam crentes para ter os milagres (Mc.16:17). Antes de mais nada, criam em Jesus, que Este é o Filho de Deus e a única saída para terem seus pecados perdoados (At.4:12). É coisa muito diferente ser convencido intelectualmente de ser convencido pelo Espírito. O convencimento intelectual é “fogo de palha”, que logo se apaga e que tem de ser sempre reacendido pelas pregações motivacionais, ditas equivocadamente “avivalistas”. Vemos isto em todas estas estratégias criadas pelos homens e que estão a infestar as igrejas na atualidade, estratégias estas, porém, que, como todo fermento(I Co.5:7,8), leveda a massa mas logo murcha, pois o motivacional da estratégia humana logo se esvai.

- O convencimento pelo Espírito Santo, porém, arde no coração, na alma, tornando-nos perdidos pecadores que precisam de arrependimento, afetando inexoravelmente e sem retorno o nosso centro de decisões, transformando nossas atitudes em uma busca de novidade de vida e que nos impulsiona a propagarmos o nosso testemunho ao mundo, incendiando-o. É o que o oleiro faz, enfia a mão no meio do barro e o molda de dentro para fora. Esta aparentemente pequena, mas muito sutil diferença está sendo usada pelo inimigo e é a responsável pela difusão das heresias e pela troca das coisas de cima pelas coisas desta vida, em total oposição ao que nos ensina a Bíblia Sagrada (Mt.6:33; Cl.3:1-3).

Muitos confundem este emocionalismo com pentecostalismo. Os crentes pentecostais creem na atuação direta do Espírito Santo, mas isto não significa em absoluto que sejamos emocionais. O Espírito Santo trata de coisas “espirituais” (I Co.2:13) e o “espiritual”, embora traga emoções, não se limita a elas. Por isso, o apóstolo Paulo nos mostra que o verdadeiro e genuíno culto é “racional” (Rm.12:1). Provocar emoções no povo, levá-lo a um “êxtase” puramente psicológico, usando-se de estratégias aprendidas na neurolinguística ou nas artes cênicas são mecanismos abomináveis ao Senhor, são “fraudes espirituais”, que devem ser evitadas e abandonadas num culto verdadeiramente pentecostal.

- O culto que se exige de cada cristão é um sacrifício santo, vivo e agradável a Deus (Rm.12:1). Como oferecer sacrifício santo com coisas profanas? Como oferecer um sacrifício vivo com coisas advindas de um mundo que está morto em seus pecados (Ef.2:1)? Como oferecer sacrifício agradável a Deus não atendendo à Sua vontade?

- Deus não só recusa culto que não seja feito conforme a Sua vontade, que não atente para a santidade, como também, mesmo após aceitar o culto, faz passá-lo pelo “teste do fogo”, como nos adverte o apóstolo Paulo (I Co.3:10-15). Como estamos construindo nossa casa espiritual, lembrando que “culto” é, entre outras coisas, “habitação”, “moradia”?

- A propósito, a palavra “show” já é utilizada para designar algumas reuniões de crentes, os chamados “shows gospel”. Efetivamente, estas reuniões realmente não são cultos, são “shows” mesmo, pois ali se tem como objetivo a exibição de “artistas” e não a “reverência respeitosa a Deus”. Muitos cultos, a propósito, não passam hoje apenas de meras “exibições” dos “artistas de Jesus”. Por isso, muitos que não são chamados para se “exibir” nas igrejas locais, notadamente nos domingos, saem bravos, irritados, achando que “perderam tempo”, porque não vieram para cultuar a Deus, mas tão somente para se exibir. Que não sejamos dos tais!

O maior perigo, no entanto, é que o show se centralize na pessoa do artista, ou em algum traço de sua pessoa, como carisma, técnica vocal, etc. Isto significa que o louvor está sendo dado a homens, e Deus vem a ser roubado de Sua glória. O Senhor não divide o palco com ninguém - ou Lhe damos todo o louvor ou Ele fica sem louvor nenhum!

- Em artigo publicado no jornal “O Mensageiro da Paz”, de agosto de 2006, o pastor Martim Alves da Silva, das Assembléias de Deus de Mossoró/RN, bem distinguiu entre culto e “show”, “in verbis”: “…No culto, a pessoa mais importante é Deus; no show, é o artista. No culto a Deus ninguém paga, no show a entrada é mediante pagamento. No culto, Deus está presente; no show, Deus Se faz ausente, pois Sua glória não dá a outrem. No culto, o ministro de Deus soleniza as celebrações; no show, o apresentador é condescendente à desenfreada desordem. No culto, o povo glorifica a Deus; no show, só gritos e assobios para o artista. No culto, o povo reverencia a Deus em adoração; no show, só há bagunça incontrolável….”

- Por isso, inclusive, hoje há muito mais “entretenimento” do que “culto” em muitos lugares. “Entretenimento”, diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é o “ato de distrair, divertir”. Muitos hoje transformaram o culto em um momento de descontração, de distração, de divertimento. Ora, como já dizia o príncipe dos pregadores britânicos, Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), quem deseja entretenimento é “bode”, não a “ovelha” (Apascentando ovelhas ou entretendo bodes.

Alguns consideram o culto não como uma oferta a Deus, como nos mostra o apóstolo Paulo em Rm.12:1, mas, sim, como uma oportunidade de “recepção de bênçãos”. Muitos são os que, hoje em dia, vão aos cultos para “receber bênçãos”. Aliás, não são poucos os “pregadores” que insistem nesta mentalidade, quando, aos gritos, conclamam o povo a “receber bênçãos de Deus”, com seus famosos “Receba, receba, receba”.

- No entanto, as Escrituras mostram-nos que o culto é uma oferta a Deus, uma apresentação dos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm.12:1), chamado de “culto racional”. Quando Pedro e João iam para o culto de oração no alpendre de Salomão, a caminho do templo, na porta Formosa, encontram o coxo e disseram que “tinham algo” para oferecer ao coxo: a cura divina em nome de Jesus (At.3:1-6). Os crentes hodiernos não poderiam realizar este milagre, pois, antes do culto, nada têm, precisam “receber” no culto…

O apóstolo Paulo é claro, também, ao dizer que, quando vamos ao culto, já temos de ter conosco salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação (I Co.14:26). Temos de ir ao culto tendo algo a oferecer a Deus, não para recebermos de Deus. É evidente que o Senhor quer nos abençoar e que somos abençoados no culto, mas a bênção divina é uma consequência de termos, antes, apresentado o devido culto a Deus, de Lhe termos apresentado um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

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