01/01/2018

Lição 1 - A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho.” (Hb 1.1)

Orientação Pedagógica

O processo de ensino-aprendizagem passa por várias concepções: a primeira é a tradicional, onde os alunos são receptores de saberes que seus professores os transmitem, nessa o que mais importa é a quantidade de conteúdos que se trabalha, o professor tem o conhecimento acabado sendo dono da verdade, onde as tarefas são padronizadas. Na segunda vem a comportamentalista, a qual consiste num arranjo e planejamento de condições externas que proporcionam aos estudantes a aprender. Nessa o professor ensina e observa o comportamento de cada um, recebendo incentivos através de prêmios, os elementos mais importantes são o aluno e o objetivo proposto.

Na humanística, o ensino está centrado na pessoa, onde o professor devera orientá-lo para a vida, a fim de conseguir agir em sociedade. Aqui a aprendizagem deve ser significativa, modificando o comportamento e as atitudes; na cognitiva os alunos recebem estímulos do meio conseguindo organizar seus conhecimentos, sentem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos verbais, conseguindo processar e interagir informações. por isso o ensino é baseado no ensaio e erro, na pesquisa na investigação, na solução de problemas por parte do aluno; e na sócio-cultural supera-se a relação opressor-oprimido através da socialização de saberes de igual valor, transformando a situação objetiva geradora de opressão, trabalhando desenvolvimento da consciência crítica e da liberdade, sendo os alunos sujeitos criadores.

A Epístola aos Hebreus  tem recebido muitos predicados: “Os conceitos da epístola são admiráveis” Orígenes (185 – 254 d.C.). Lutero (1483-1546) classificou como “uma epístola maravilhosamente bela”.  Calvino (1509-1564), por sua vez, afirmou que “não há nenhum livre da Santa Escritura que tão claramente fale do sacerdócio de Cristo. Adam Clarke (1760-1832) relata que “a epístola aos Hebreus é de longe, a mais importante e útil de todos os escritos apostólicos; todas as doutrinas do evangelho estão nela encarnadas.”

          Autoria: Esta carta, indubitavelmente, é anônima, porém, inspirada pelo Senhor. Segundo Champlin, ao longo dos anos, muitos são as conjecturas sobre a autoria deste livro: Barnabé, Silas, Timóteo, Áquila, Priscila, Clemente de Roma, Apolo ou o diácono Filipe. A Carta já foi considerada de autoria paulina,  (Concílio de Cartago 397 d.C.). Tertuliano sugeria a autoria a Barnabé.

          Na Idade Média, esta idéia permaneceu, porém, com o advento do Renascimento e da Reforma Protestante, voltaram-se a falar sobre o assunto. Lutero, por exemplo, acreditava que o autor fora Apolo (At 18.24)  e não Paulo. Reafirmamos que o questionamento é sobre a autoria e não relacionado à inspiração divina.

          Destinatários: Na visão tradicional, a epístola foi escrita aos cristãos judeus na Palestina, porém, alguns, como Theodor Zahn, sugere que ela se destinava ao grupo de cristãos judeus em Roma. EM 1836, sugeriu-se pela primeira vez, que Hebreus foi dirigida basicamente aos gentios.

          A Expressão em 13.24 “os da Itália vos saúdam”, soa como se italianos longe de casa estivessem enviando saudações aos amigos em Roma.
Conteúdo e Propósito: Nesta carta, o autor tem a intenção de produzir ânimo, fé e esperança, em um tempo de apostasia (abandono da fé), como nos dias atuais e apresenta  Jesus como o Sumo Sacerdote , sendo superior a cada aspecto da religião do Antigo Testamento. A Palavra chave é “melhor” ou “superior” ou “mais excelente”. Cristo é superior a Moisés, aos anjos ou Josué.

A Superioridade de JESUS

          A superioridade de Jesus é um dos principais temas do livro de Hebreus, um dos mais fascinantes livros do Novo Testamento. O autor deste livro mostra que Jesus ocupa uma posição acima dos anjos, acima de Moisés, acima dos sacerdotes do Antigo Testamento e acima dos sacrifícios feitos sob a velha Lei. Todos estes argumentos apoiam a conclusão que a Aliança dada por Jesus é superior à Aliança dada por meio de Moisés.
          As afirmações do primeiro capítulo de Hebreus nos impressionam com a exaltação de Jesus. Sua palavra é mais importante do que as revelações do Antigo Testamento, dadas aos pais e profetas, porque ele é o Filho de Deus. Ele criou o universo e sustenta a criação “pela palavra do seu poder” (Hebreus 1:2-3). Jesus mostra aos homens a imagem exata do Pai, e habita atualmente na presença do Pai, para onde voltou depois de completar seu trabalho redentor aqui na terra (Hebreus 1:3-4).
           “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1:5; citação de Salmo 2:7). Alguns usam estas palavras erroneamente para negar a eternidade de Jesus, sugerindo que ele foi gerado no sentido de ser criado pelo Pai. Porém, o próprio contexto citado (Salmo 2) e todas as citações deste versículo no Novo Testamento falam da exaltação de Jesus, não do seu nascimento ou criação. Jesus, o eterno “Eu Sou” (João 8:24), não passou a existir, mas foi “gerado” quando o Pai o exaltou.
          “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hebreus 1:6; citação de Salmo 97:7). Este versículo é muito interessante no estudo das afirmações da divindade de Jesus no Novo Testamento. Adoração é reservada exclusivamente para Deus, como o próprio Jesus ensinou (Mateus 4:10). Quando o Pai mandou que os anjos adorassem o Filho, ele afirmou a divindade de Jesus!
          “No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra” (Hebreus 1:10; citação de Salmo 102:25). O entendimento desta citação tira qualquer dúvida sobre a posição do autor de Hebreus referente a Jesus Cristo. Esta é a terceira de uma série de citações “acerca do Filho” (Hebreus 1:8). Quando voltamos a examinar o texto citado, percebemos que este salmo de louvor foi dirigido ao SENHOR (Salmo 102:1,12). A maioria das Bíblias utiliza a palavra SENHOR em maiúsculas nestes versículos. É uma maneira comum de mostrar que a palavra hebraica traduzida é o Tetragrama (YHWH), uma palavra impronunciável que era o nome mais comum de Deus no Antigo Testamento. Alguns traduzem este nome como Yahweh, Javé, Jeová, etc. Independente da soletração ou pronúncia, o que precisamos entender aqui é que este nome não pertence somente ao Pai. É o nome de Deus aplicado também ao Filho, Jesus Cristo. Em outras palavras, o autor de Hebreus afirmou que Jesus Cristo é YHWH (Jeová, Yahweh, Javé). Todos que acreditam na Bíblia devem reconhecer que Jesus é Deus e que ele merece a adoração das suas criaturas!
          De fato, Jesus merece adoração, e quem recusa dar esta honra para ele desagrada ao Pai, também: “a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou” (João 5:23). O modo pelo qual honramos o Pai é chamado de adoração. O modo pelo qual devemos honrar o Filho é o mesmo: adoração!
          “Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés” (Hebreus 1:13; citação de Salmo 110:1). Esta última citação do Antigo Testamento em Hebreus 1 mostra mais uma vez a posição exaltada de Jesus. Ele é superior aos anjos, e superior a nós. Vamos dar-lhe a devida honra e adoração!
Ele é o próprio Filho de Deus, não apenas um homem chamado por Deus. O autor deixa claro que Jesus é Deus ( Hb 1.3), pois sua descrição jamais poderia ser aplicada a um homem mortal. O “resplendor da sua glória” refere-se a glória de Deus que habitava no tabernáculo e no templo ( ver Ex 40.34-38 e I Rs 8.10). Cristo é para o Pai aquilo que os raios são para sol. Da mesma forma como não se pode separar os raios do sol, também é impossível separar a glória de Cristo da natureza de Deus.
Ele é o Criador do universo, pois por meio Dele, Deus fez o universo ( Hb 1.2). Cristo não apenas criou todas as coisas pela sua palavra ( Jo 1.1-5), como também sustenta todas as coisas por meio dessa mesma palavra poderosa ( Hb 1.3). Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste ( Cl 1.17).
          É fácil visualizar o contraste entre Cristo, o Profeta, e os outros profetas. Cristo é o Filho de Deus. Os profetas foram homens chamados por Deus. Cristo é a mensagem definitiva e completa. Os profetas possuíam uma mensagem incompleta. É evidente que a revelação do A.T quanto do N.T vieram de Deus; mas Jesus Cristo é a “última palavra” de Deus, no que se refere a revelação. Cristo é a fonte, o centro e o fim de tudo o que Deus tem para dizer.
          Ele governa como Rei ( Hb 1.3). Ele está assentado, pois terminou seu trabalho e se encontra “à direita da majestade, nas alturas”, o lugar de honra. Isso prova que ele é igual a Deus o Pai, pois nenhum ser criado jamais poderia assentar-se à destra de Deus


Conclusão: O termo superior é usado aproximadamente treze vezes nessa epístola. O autor mostra a superioridade de Jesus Cristo e de sua salvação em relação ao sistema religioso hebraico. Cristo é “superior aos anjos” ( Hb 1.4). Ele trouxe uma “esperança superior” ( Hb 7.19), pois Ele é o Mediador de uma “superior aliança instituída com base em superiores promessas” ( Hb 8.6). Cristo é superior a Moisés ( Hb 3.1). Ele é superior a Arão ( Hb 4.14). Seu sacrifício é superior ( Hb 10).
          Outro termo que aparece repetidamente ao longo do livro é perfeito; no original grego, é usado por quatorze vezes. Significa uma posição perfeita diante de Deus. Essa perfeição jamais poderia ser alcançada pelo sacerdócio levítico ( Hb 7.11), pela lei ( Hb 7.19). Jesus Cristo entregou-se como oferta única pelo pecado e, desse modo, “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” ( Hb 10.14).
           O adjetivo eterno é o terceiro termo importante para a entendermos a epístola aos Hebreus. Cristo é o “Autor da salvação eterna” ( Hb 5.9). Por meio de sua morte, ele [obteve] eterna redenção ( Hb 9.12) e compartilha conosco “a promessa de eterna herança” ( Hb 9.15). Seu trono é “para todo sempre” ( Hb 1.8), e Ele é “sacerdote para sempre” ( Hb 5.6; 6.20; 7.17). Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre ( Hb 13.8).


Bibliografia

A Supremacia de Cristo. José Gonçalves. CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Manual Bíblico Vida Nova
Revista Ensinador Cristão. CPAD

Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical,, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.
Contatos para palestras, congressos, mensagens:

(21) 99439-0392 (claro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário