17/06/2011

Lição 12 Conservando a Pureza da Doutrina Pentecostal

INTRODUÇÃO
Conservar a pureza da doutrina pentecostal é, em primeiro lugar, aderir à doutrina dos apóstolos, ou seja, acolhê-la, passar a segui-la, crer nela. Doutrina esta que não é outra senão a mesma doutrina dada por Jesus em Seu ministério terreno (1Co 11:23; 1Pedro 1:12; 1João 1:5;2:7). A conservação, portanto, está intimamente relacionada com a observância da Palavra de Deus, com a adesão, isto é, a aceitação sem qualquer reserva ou modificação, do que está na Bíblia Sagrada. O verdadeiro crente pentecostal é aquele que aceita, sem reservas, o que está contido na Palavra de Deus.

I. FALSOS DOUTORES E PROFETAS
O verdadeiro cristão não pode sair atrás de “novas coisas”, de sinais ou de maravilhas, notadamente nos dias em que estamos vivendo. Quem o diz é o próprio Jesus que anunciou que, nos últimos dias, apareceriam sinais, prodígios, assim como falsos profetas e falsos mestres, seja fora da igreja, seja dentro da igreja, mas que não poderíamos nem sair atrás disto, nem dar crédito a isto (Mt 24:23-26). “Conservar” é “vigiar”, é “estar atento” para as manifestações espirituais, discernindo aquilo que provém de Deus, daquilo que é ardil do adversário, ardis estes que jamais poderemos ignorar (2Co 2:11).
1. Uma avalanche de heresias. “Heresia” é todo e qualquer ensinamento, todo e qualquer preceito que não se coadune com a verdade de Deus, que se encontra revelada na Bíblia Sagrada (Tito 2:10-11). Perceba a gravidade que representa uma heresia..

A falsa doutrina, ou “heresia de perdição”, tem que ser combatida com a verdadeira doutrina. É exatamente aqui que as denominações evangélicas têm falhado. Por falta de conhecimento da Palavra de Deus, seus obreiros não conseguem identificar os falsos mestres. Por falta de conhecimento da Palavra de Deus, muitos crentes, embora bem intencionados “… seguirão suas dissoluções, pelas quais será blasfemado o caminho da verdade”(2Pedro 2:2).

Devemos sempre ser cautelosos com tudo aquilo que se apresentar como “novo”. Vivemos os dias das “novidades”: “nova unção”, “nova visão”, “nova revelação”. Tudo quanto se apresente como “novo” deve ser imediatamente rechaçado pelo servo de Deus. A Palavra de Deus permanece para sempre, a sã doutrina é imutável e, portanto, não cabe aqui falar em qualquer “novidade”. Só se fala em novo quando se tem algo velho e quando se tem algo velho é porque este algo considerado velho está perto de se acabar (Hb 8:13).
2. Falsos mestres e falsos profetas. (2Pedro 2:1).

Nestes tempos pós-modernos, o falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos ensinos, falsos mestres, falsas profecias e falsos profetas. As igrejas locais estão proliferadas de obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus(Mt 24:11-24), e o crente precisa estar informado sobre este fato.

Na época de Jeremias, o reino de Judá foi destruído por causa de falsos profetas que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado.

Não devemos ficar impressionados quando o pregador só fala o que o povo quer ouvir: promessas de paz, promessas de prosperidade, promessas de milagres e curas. Numa época de crise e desemprego, muitos se aproveitam, pregando prosperidade e bênçãos, enganando até multidões. Que o povo de Deus não se engane! Que o povo de Deus não seja ignorante, mas conheça a santa Bíblia! Importa ouvirmos a pura e verdadeira Palavra de Deus, a qual nos orienta sobre os nossos pecados e sobre as nossas transgressões. Sejamos como os crentes de Beréia (Atos 17:11).
3. A falta do estudo bíblico no meio pentecostal. Muitos conhecem muito pouco as verdadeiras doutrinas bíblicas. Lê-se pouco a Palavra de Deus e estuda-se muito menos. A maioria não freqüenta nossas Escolas Dominicais nem tampouco os cultos de ensino. Alimentam-se, tão somente, das mensagens ouvidas no domingo.

Assim, a doutrina bíblica vai sendo, sem que se dê conta, substituídas pelas heresias, ou pelas doutrinas de homens; os bons costumes vão sendo substituídos pelos maus costumes; o Espírito Santo vai sendo “empurrado” para fora das igrejas, enquanto que o mundo, o diabo, com suas sutilezas, e a carne vão ocupando os lugares que vão ficando vazios.

Muitos crentes embora bem intencionados, mas, por falta de conhecimento bíblico vão se tornando presas fáceis das sutilezas de Satanás, caindo nas malhas dos “falsos profetas, lobos vestidos de ovelhas”, na expressão usada por Jesus, dos “falsos doutores” referidos por Pedro, “dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” na expressão usada por Paulo.


II. A SUTILEZA DE SATANÁS NO FIM DOS TEMPOS
Sutileza é a arte de agir sem ser notado, ou de conseguir um objetivo sem ter que revelar a verdadeira intenção, apenas insinuando, ou despertando a curiosidade da possível vitima. É usar de astúcia, de artimanha, de artifícios enganadores (Gn 3:1).
1. Os ardis de Satanás. Satanás desde a sua primeira aparição no relato bíblico já é apresentado como sendo um ser que tem a capacidade de quase não ser percebido, que tem uma grande sensibilidade para perceber ou sentir as coisas com antecedência e, desta maneira, elaborar coisas muito engenhosas, que tem grande capacidade de insinuação e que, assim agindo, consegue atingir os seus objetivos. Jamais devemos ignorar os ardis de Satanás (2Co 2:11).

a) Usando de sutilezas ele enganou Eva, no Paraíso. Em nenhum momento Satanás usou sua força para obrigar a mulher a pecar. Ele não foi rude, não foi ameaçador, não levantou a voz com Eva. Quem age com sutileza age com inteligência, procurando angariar a confiança, dando credibilidade às suas palavras. Às vezes procura passar a idéia de inocência procurando levar a vitima a se considerar como superior.

b) Usando de sutilezas Satanás procurou enganar a Igreja Primitiva. Com Eva ele teve que falar, pessoalmente. Na Igreja Primitiva ele procurou infiltrar-se através de seus instrumentos, aqueles que a Bíblia denomina de falsos obreiros.

O Senhor Jesus advertiu contra esse perigo (Mt 7:15). Acautelar significa ficar de sobreaviso, prevenido, para não ser pego de surpresa. O Senhor Jesus sabia que eles viriam, por isto afirmou: “que vêm até vós”. Ele não disse: “que poderão vir”. Ele afirmou que viriam!

Os Apóstolos advertiram contra esse perigo das sutilezas de Satanás (2Pedro 2:1-2). O Senhor Jesus falou em “falsos profetas” que seriam como “lobos vestidos de ovelhas”, Pedro identificou-os com “falsos doutores”. Oremos e vigiemos (Mt 26:41) para que não venhamos a cair nas muitas ciladas do Diabo.
2. Palavras persuasivas. Cl 2:4). Neste versículo, Paulo adverte os colossenses que eles não se poderiam deixar enganar por “palavras persuasivas”, expressão que é própria do apóstolo Paulo que não queria que sua pregação fosse confundida com os discursos proferidos pelos grandes oradores, que haviam se notabilizado pelo estudo da arte da retórica, que é a arte de falar bem, do convencimento através do uso da palavra, algo que era muito comum naqueles tempos.

Tomemos cuidado para não sermos presas desses mestres do engano, dando ouvidos a espíritos enganadores (1Tm 4.1).
3. “Ninguém vos faça presa sua”. Paulo muito se preocupou com a igreja de Colossos. Ela estava sendo invadida por doutrinas heréticas introduzidas por falsos pregadores e mestres. Ele recomendou aquela igreja “para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”. Satanás é o príncipe da sutileza, ele utiliza-se de todos os meios possíveis para induzir o povo de Deus ao erro. O desejo dele é levar o maior número de pessoas ao inferno. Para isso ele usa até mesmo líderes disfarçados de “homens de Deus”.


III. A IGREJA É A GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA

A doutrina Bíblica é a manifestação da vontade de Deus para o homem. Ela é a substância da fé. Ela produz um poderoso avivamento na vida daqueles que a amam, a lêem e meditam de dia e de noite, como ordenou o Senhor ao seu servo Josué, capitão e líder do povo de Israel (Js 1:8).

Seguir a doutrina Bíblica é seguir a vontade de Deus para o homem e é por isso que muitos se têm levantado contra a doutrina, porque ela implica na renúncia do eu, na renúncia do ego, na renúncia de nós mesmos, sem o que é impossível seguir a Jesus (Mt 16:24).
1. A sã doutrina. A primeira nota característica que se escreve a respeito da Igreja Primitiva, a partir do dia de Pentecostes, foi o fato de que “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2:42). Nessa Igreja, o trabalho principal dos crentes era encher Jerusalém da doutrina (At 5:28). A preocupação dos apóstolos era orar e ensinar a Palavra de Deus à igreja, ou seja, dar doutrina (At 6:2,4). Desta feita, estava edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.20b). Os apóstolos transmitiram os ensinamentos de Jesus com fidelidade: (1Co 11:23; 1João 1:1-3).

Com estas informações que nos vêm do texto sagrado, temos alguma dúvida por que a igreja prosperava, estava sempre avivada e a todo instante o Senhor acrescentava aqueles que haviam de se salvar (At 2:47)? Creio que não! A Igreja prosperava simplesmente porque dava o primeiro lugar, em sua atividade, à sã doutrina. Isto não quer dizer que a igreja não sofresse oposição, nem que não enfrentasse falsos ensinos e heresias, ao contrário, os cristãos foram martirizados por causa de suas profundas convicções doutrinárias; não abriram mão delas. Ninguém arrisca sua vida por algo em que não acredita fortemente. Os cristãos não negaram Cristo nem sua palavra; para eles, os fundamentos de sua fé eram nítidos. A Igreja somente poderá manter-se pura e ataviada para se encontrar com Jesus se preservar a ortodoxia bíblica doutrinária.
2. Examinando tudo. O contexto evangélico brasileiro tem sido marcado nesses últimos anos pelo superficialismo. A ausência de conhecimento bíblico tem trazido conseqüências desastrosas a muitas igrejas. Mas nem tudo está perdido, existem muitos que não se dobraram diante dos profetas de Baal. Precisamos resgatar o antigo interesse pelo estudo da Bíblia, seja na Escola Dominical ou nos cultos de ensino.

Paulo exortou a igreja de Tessalônica (1Ts 5:21). Devemos avaliar o que ouvimos e reter o que é bom, genuíno e verdadeiro. O padrão pelo qual devemos provar toda pregação e todo ensino é a Palavra de Deus (Hb 5:14), ou mediante a revelação do Espírito Santo - o dom de discernimento (At 5:1-5). O crente não pode deixar-se levar pelos sinais e manifestações sobrenaturais, sem antes ter a certeza de que a sua origem é divina (1João 4:1-3).
3. Sólido mantimento. A Palavra de Deus, simbolizada pelo Pão, é um alimento sólido, básico, e nutritivo. A Bíblia nos fala de uma comunidade cristã que não havia crescido por falta de conhecimento da Palavra de Deus, como alimento sólido (Hb 5:12-13).

Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2Pedro 3:18). A Palavra também nos diz em 1Pedro 2:2,3 que por mais maduros e por mais que tenhamos experimentado da bondade do Senhor, do seu poder, da sua unção, dos seus dons e de tudo o mais que Ele, por sua infinita misericórdia derrama sobre nós, precisamos ser como crianças inconformadas que choram e clamam por mais de Deus, como bebês choram por leite. E ainda nos diz que precisamos pensar na bíblia, e nos alimentar para crescermos fortes no Senhor.

O que mais se vê nos dias de hoje são crentes que oram em línguas estranhas, profetizam na vida das pessoas, pregam com tanto entusiasmo que impressionam a muitos, mas quando a tempestade vem, eles não resistem e caem por falta de alimento sólido, por não conhecerem as escrituras e nem o poder de Deus (que é revelado em sua própria Palavra) (1Pe 2:2).
CONCLUSÃO

Portanto, conservar a pureza da doutrina pentecostal é manter sem alteração aquilo que o Senhor nos ensinou através da sua Palavra. É manter a simplicidade do Evangelho tal qual o encontramos nas Escrituras. É reconhecer a necessidade da busca do revestimento de poder e dos dons espirituais, a sua atualidade (pois Deus não muda) e aplicar estas dádivas divinas segundo os propósitos estabelecidos pelo Senhor e revelados na Bíblia Sagrada, que é a verdade (João17:17). Este é o verdadeiro “conservadorismo bíblico”, tão criticado por muitos e confundido, inadvertidamente, com uma postura retrógrada e farisaica.

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