Estou de luto, mas luto! E você?

No dia 07 de abril de 2011, pela manhã, o país foi surpreendido por um fato muitíssimo desagradável. Um homem entrou em uma escola e disparou tiros contra inocentes e indefesas crianças. Crianças estas, que estavam ali para o seu pleno desenvolvimento, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Como pai, imagino o sofrimento das famílias, dos responsáveis e dos pais destas vítimas de tamanha crueldade. Inconsoláveis, inconformados, muitos não sabendo o que fazer depois de não pequena perda.

Com profunda tristeza, quero registrar o meu luto por estas crianças que partiram tão cedo. No entanto, também quero registrar:

Luto pela falta de segurança pública nas ruas de muitos bairros e nas escolas. Alunos e professores vivem desafiados por pessoas desordeiras. Não raro, hoje em dia percebemos a violência contra professores e alunos no lócus escolar.

Luto porque perdemos uma parte do nosso futuro. Crianças que cresceriam e seriam promissores cidadãos.

Luto pela família do atirador que representa tantas famílias sem estrutura e sem diálogo. Muitos lares não conseguem quebrar a barreira do silêncio, ou a rotina de assistir os mesmos programas, as mesmas novelas todos os dias e tirarem algum tempo para conversar. Não perguntam como foi o dia, não falam sobre o tempo, sobre alegrias e tristezas. Simplesmente, dentro de casa é cada um por si.

Luto porque a primeira instituição que a criança tem contato, que é a família, está perdendo seu poder, perdendo o controle da situação.

Luto porque pais esqueceram que a responsabilidade de educar, primeiramente é da família, e a escola complementa a educação.

Luto porque famílias não falam mais de Deus e deixam as crianças crescerem sem o mínimo de conhecimento do Salvador e, ao invés de aprenderem a se relacionarem com Deus, aprendem o relacionamento virtual, sendo ensinadas, dirigidas e influenciadas pela mídia.

Luto porque muitos professores deste atirador não conseguiram perceber o seu desenvolvimento, ou se perceberam, não fizeram questão de ajudá-lo enquanto era aluno.

Luto pela forma que a mídia sensacionalista divulga os casos, os fatos, as notícias.

Luto e lutarei pela vida, pela paz, pela união, pelo amor.

Luto e continuarei lutando para cooperar social, intelectual, emocional e espiritualmente com as famílias e crianças que vivem em situação de risco para terem esperança e fé no Pai Celestial, e que aprendam que a vida é um dom de Deus, e que não podemos tirar nem a nossa, nem de ninguém.

Baruch Habbá B’Shem Adonai

Pr. Manoel Flausino