20/03/2011

AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO – Lição 12

A pressão começa irromper com a expansão em Samaria, no cap. 8. Também marcado por uma atividade e expressiva no Espírito Santo. A conversão de Saulo soma-se a isto, e então o longo episódio, em que a visão de Pedro e a experiência com Cornélio são relatadas duas vezes, acelera o expressivo desenvolvimento da obra. Como pode a igreja resistir à atividade do Espírito, que está evidentemente derrubando as velhas barreiras entre judeus e gentios? A igreja multirracial de Antioquia passa a existir, porém não com o apoio franco da igreja de Jerusalém (11.20,21). No cap. 12 parece que voltam os obstáculos. "Entretanto a palavra do Senhor crescia e se multiplicava" (12.24). Até quando pode a pressão continuar antes que a fervura esparrame?

PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA

Uma vez mais o Espírito impulsiona a igreja a seguir adiante. Pode-nos parecer natural que pessoas cheguem a tornar-se cristãs sem também ser judias, mas isto não é aceitável de modo absoluto para os primeiros crentes. Como Paulo e Barnabé, eles descobrem por experiência que, quando os judeus rejeitam o evangelho, "os gentios...regojizavam-se e glorificaram a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (13.48). O Espírito Santo parece requerer apenas que eles creiam no Senhor Jesus. Não exige deles que também se tornem judeus. No final de seu roteiro missionário. Paulo e Barnabé alegremente concluem que Deus simplesmente "abrira os gentios a porta da fé" (14.27). Alguns, entretanto, admitem que a ação do Espírito Santo precisa de cuidadosa interpretação. Alguns deles chegam a Antioquia insistindo em que "se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos" (15.1). Assim, o episódio relatado por Lucas em Atos 15 é ma conseqüência vital da missão recém-completada. Paulo e Barnabé são nomeados, juntamente com outros, para subirem a Jerusalém a fim de resolverem a questão com "os apóstolos e os presbíteros" (Atos 15.4): devem os gentios também tornar-se judeus para que sejam salvos?

É provável que por esse tempo Paulo escreve sua carta aos gálatas como uma circular enviada às igrejas que ele havia fundado em sua viagem missionária. A carta é uma defesa apaixonada do ponto de vista que também prevaleceu em Jerusalém – que nossa "justificação", ou aceitação, diante de Deus não depende de nossa obediência à lei, mas somente a Cristo, a quem estamos unidos pela fé. Com essa questão vital resolvida, a fundação é lançada para que o evangelho avance sem obstáculo "até aos confins da terra".

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA

Esta viagem começa como um projeto para revisitar as igrejas fundadas na primeira viagem (15.36), porém novamente o Espírito Santo se antecipa, e em seguida os orienta. Em pouco tempo Paulo e seus companheiros decidem que devem levar o evangelho até à Grécia (16.10), e acabam ministrando sucessivamente em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Paulo permanece mais de dezoito meses em Corinto antes de finalmente retornar ao seu "lar", a igreja em Antioquia. Foi durante essa viagem que o ocorreu o incidente que ocasionou a separação entre Paulo e Barnabé. Esse incidente ajuda-nos a entender o segundo, que Lucas registra em Atos 15.36-40. Barnabé desejava que o jovem Marcos os acompanhasse na segunda viagem



missionária; Paulo opôs-se à idéia. E a narrativa diz que "houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se" (v.39). Não sabemos se Paulo e Barnabé voltaram a encontrar-se. Eles "concordaram em discordar" e empreenderam viagens, cada um para seu lado. Sem dúvida o evangelho foi desse modo promovido mais do que se tivessem permanecido juntos. Então "Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu...E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas" (Atos 15.40,41). Depois de nova visita a Derbe, o último ponto visitado na primeira viagem, Paulo e seu grupo prosseguirem até Listra para ver seus convertidos nesta cidade. Aqui Paulo encontrou um jovem chamado Timóteo (At 16.1), e viu nele um substituto potencial para Marcos. O que aconteceu aqui redimiu Paulo de qualquer acusação de não se mostrar disposto a depositar confiança em homens mais jovens do que ele. Em 1 Tm 1.2 dirigiu-se ao jovem Timóteo "verdadeiro filho", e na segundo epístola fala dele como "amado filho".

Quando o grupo de evangelista (dirigido de algum modo não especificado pelo Espírito Santo – Atos 16.6-8) chegou a Trôade e se pôs a contemplar o outro lado da estreita península, deve ter ponderado sobre a perspectiva de avançar sua campanha ao continente europeu. A decisão foi tomada quando "à noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos" (At 19.6). A resposta de Paulo foi imediata. O grupo navegou para a Europa. De qualquer maneira, parece que neste ponto ele entrou no drama de viagem, porque agora ele começa a referir-se aos missionários como "nós". A viagem continuou ao longo da grande estrada romana que corre para o Ocidente através das principais cidades da Macedônia – desde Filipos até Tessalônica, e de Tessalônica a Beréia. Durante 3 semanas, Paulo falou na sinagoga de Tessalônica; depois foi para Atenas, centro da erudição grega, e cidade onde dominava a idolatria (At 17.6). Incansável, ele partiu para Corinto. Sua primeira e grande missão no mundo gentio estendeu-se por quase 3 anos. Depois ele voltou a Antioquia.

TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA

Inclinamo-nos a pensar que Paulo tinha concebido a idéia de fazer de Éfeso o centro do ministério, à semelhança de Corinto (18.21). Ele faz isto agora, despendendo ali mais de dois anos. Éfeso era, como Antioquia, uma das maiores cidade do império e o foco da vida de uma grande área adjacente. Mas de novo o Espírito se interpõe e muda a mente de Paulo sobre tal estratégia: Roma! O itinerário um tortuoso pelo qual Paulo se decide (19.21) é provavelmente em consequência da coleta que levantou em favor da igreja em Jerusalém (por exemplo, Romanos 15.25-27): ele deseja levá-la pessoalmente até lá. Paulo está visivelmente preocupado com a visita a Jerusalém. Ele pede aos romanos que orem "para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos" (Rm 15.31). Lucas destaca este pressentimento ao relatar as mensagens proféticas que falam a respeito de sua prisão (20.22,23; 21.10-14). E por certo, logo ao chegar em Jerusalém, Paulo se vê em dificuldades com os judeus e cristãos-judeus que desaprovam profundamente seu evangelho desvinculado da lei mosaica.

Pr. Manoel Flausino

Baruch Habbá B’Shem Adonai

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