INTRODUÇÃO
Nesta
Aula estudaremos a respeito da Paciência ou Longanimidade, como Fruto do
Espírito, e as Dissensões, como obra da carne. Poucas pessoas podem fazer suas
as palavras do Salmista Davi: “Esperei com paciência no Senhor…” (Salmos 40:1).
O mundo vive, hoje, numa ansiedade neurótica. As pessoas, a cada dia, estão
mais ansiosas, o que contribui para o aumento das dissensões. Basta ler ou
assistir os noticiários para vermos casos de brigas e confusões por coisas
frívolas. Muitos desses casos acabam em tragédia e famílias destruídas. Mas o
crente fiel precisa fazer a diferença: mostrar amor, tolerância, dar provas de
paciência, pois “… o Fruto do Espírito é… Paciência…”, ou Longanimidade.
I. PACIÊNCIA: ATO DE RESISTÊNCIA À ANSIEDADE
A
Paciência como Fruto do Espírito. O
termo Paciência no grego é “makrothümia” (em que “makros” é
“grande”, “longo” e “thumos” quer dizer “paixão”, “sentimento”) e
significa Longanimidade – “Mas o fruto do Espírito é….Longanimidade…”
(Gl.5:22). Longanimidade, aqui, significa ser equilibrado em vez de ter pavio
curto, ser demorado em irritar-se, ter boa vontade para com quem fere, sofrer
por um longo tempo. No latim, longânimo é ânimo longo.
Conforme as Escrituras Sagradas, ser longânimo é não retaliar, é não vingar a ofensa; é amar os inimigos, que são todos aqueles que nos fazem mal (Mt.5:43-45); é andar a segunda milha (Mt.5:41).
Conforme as Escrituras Sagradas, ser longânimo é não retaliar, é não vingar a ofensa; é amar os inimigos, que são todos aqueles que nos fazem mal (Mt.5:43-45); é andar a segunda milha (Mt.5:41).
A Paciência e a Ansiedade. Você sabe o que significa a palavra Ansiedade na
língua grega? Significa estrangulamento, apertar o pescoço, tirar o oxigênio,
sufocar. É uma perturbação interior causada pela incerteza, pelo medo. Ela gera
angústia e sofrimento, porém Deus não quer que seus filhos vivam com o coração
perturbado, ansioso (João 14:1).
A Ansiedade é a maior doença do século. De acordo com a organização mundial de saúde, mais
de 50% das doenças são psicossomáticas. A maioria das pessoas que passam pelos
hospitais é vítima da ansiedade. Hoje, o remédio mais receitado é o Rivotril,
um ansiolítico (ou, popularmente, um calmante); é prescrito por psiquiatras a
pacientes em crise de ansiedade. Vivemos hoje o império dos medicamentos
ansiolíticos. As pessoas dormem um sono artificial. As pessoas estão
buscando uma “paz química”.
A
Ansiedade atinge homens e mulheres, jovens e velhos, doutores e analfabetos,
religiosos e ateus; as pessoas andam com os nervos à flor da pele; são como um
vulcão prestes a entrar em erupção; são como um barril de pólvora pronto para
explodir. Este aspecto assustador por que passa o homem e a mulher é uma prova
contundente da ausência da presença de Deus em suas vidas.
Muitos
cristãos vivem sofrendo por antecipação (Mt.6:25). O Eterno, o Guardador da
nossa vida, é tão preocupado conosco que realmente não precisamos estar
ansiosos por nada. É uma honra para Ele assumir todas as nossas preocupações (1Pd.5:7). Certamente, uma coisa não
funciona sem a outra. Somente quando lançamos todas as nossas ansiedades sobre
Jesus, Ele cuida de nós. Mas se arrastamos as nossas ansiedades junto conosco,
então nós mesmos criamos muita aflição, muito sofrimento e muita inquietação.
Além disso, toda preocupação não adianta nada (Mt.6:27,32b).
Nós
devemos decidir quem deve carregar os fardos da nossa vida: Deus ou nós. É
preferível que entreguemos a Deus.
Os
sofrimentos ao longo de nossa jornada não são para nos destruir, mas servem
para nos lapidar, para nos tornar mais pacientes e perseverantes (Hb.12:7-11).
Precisamos aprender a esperar com paciência e tranquilidade em Deus, tendo a
certeza de que todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm.8:28). Creia
nisso!
Jó, exemplo de Paciência em meio à dor. Paciência é a capacidade de resistir as aflições,
com resignação. Jó é um exemplo de crente paciente, de fé e persistente diante
das tribulações. Foi pela capacidade de resistir às aflições, com resignação,
que Jó se tornou um símbolo da paciência (Tg.5:11).
Jó
era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família,
preocupado com a glória de Deus. O próprio Deus dá testemunho a seu respeito.
Deus o constitui Seu advogado na terra. Satanás prova Jó com a permissão de
Deus. Jó perdeu todos os seus bens, perdeu todos os seus filhos e perdeu também
a sua saúde (Jó 1:22; 2:10). Jó perdeu o apoio da sua mulher. Jó perdeu o apoio
dos seus amigos. Jó faz 16 vezes a pergunta: “por quê?”. Jó expressa sua queixa
34 vezes. Mas, no auge da sua dor, ele disse para Deus: “Ainda que Deus me
mate, nele esperarei…” (Jó 13:15).
II. DISSENSÕES, RESULTADO DA IMPACIÊNCIA
Só
lembrando, Dissensão significa sedição, rebelião, e também posicionar-se uns
contra os outros. Trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não
também no que é dos outros.
A
impaciência é um dos males que atormenta a humanidade, a causa de muitas
doenças psíquicas, e até somáticas. Nos dias em que vivemos, em que a
imediatidade e a pressa são a regra, falar em paciência soa estranho e se
apresenta como um desafio. Ninguém quer esperar, mas em qualquer lugar aonde se
vá, impõe-se a necessidade de esperar.
Deixe de lado toda Dissensão. Dissenção significa “desunião, divisão,
sedição”. É a ação de dividir, de desunir, algo que é sinal da ausência do
Espírito Santo na vida da pessoa (cf. Jd.19). Segundo o apóstolo Paulo,
“Dissensão” é uma manifestação da Carne (Gl.5:20). Se em uma igreja há brigas e
divisões, isso mostra que os crentes são carnais (cf. 1Co.3:3). Quem é guiado
pelo Espírito Santo não incentiva e nem faz parte de discussões, contendas e
nem de divisões.
Evitando o partidarismo. O partidarismo na igreja traz severos prejuízos à
espiritualidade e ao desenvolvimento da obra de Deus. Contudo, o maior prejuízo
está ligado aos relacionamentos entre os irmãos em Cristo. Paulo foi severo e
contundente no combate a espírito divisionista que imperava na igreja de
Corinto, que a despeito de sua pretensa espiritualidade, ficou na história como
um alerta às igrejas cristãs de todo o mundo, registrado na carta que Paulo
lhes escreveu. Ele comparou a igreja a um corpo (1Co.12.21-27).
A
igreja precisa resgatar a sua identidade de comunidade unida, de um grupo de
pessoas que irmanadas na cruz de Cristo, trabalham, se motivam mutuamente e se
doam ao próximo. Jesus não morreu na cruz por uma igreja dividida, mas para
formar um só corpo a fim de que os perdidos possam se voltar para o Pai (João
17:21).
III. PACIÊNCIA, PROVA DE ESPIRITUALIDADE E
MATURIDADE CRISTÃ
Pacientes
até a volta de Jesus. Devemos ser
pacientes até Jesus voltar. Tiago consolou os irmãos que estavam sofrendo com a
opressão dos ricos injustos, afirmando que a vinda de Jesus estava próxima
(Tg.5:8); está às portas (Tg.5:9). Enquanto Jesus não volta não esperamos vida
fácil neste mundo (João 16:33); Paulo nos lembra que é em meio a muita
tribulação (At.14:22).
Se
você está sofrendo e enfrentando alguma situação de injustiça, não se
desespere, pois em breve Jesus voltará e dará fim a toda a dor, sofrimento e
injustiça (Tg.5:7,8).
Quando
a paciência é provada. O
Senhor prova a paciência e a fé dos seus filhos. O alvo de Deus em nossa vida é
a maturidade cristã (Tg.1:2-4,12; Rm.8:29; Cl.1:28). À medida que somos
provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que Ele está fazendo. Deus
nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis.
Deus
trabalhou 25 anos na vida de Abraão antes de lhe dar o filho da promessa. Deus
trabalhou 13 anos na vida de José antes de colocá-lo no trono. Deus trabalhou
oitenta anos na vida de Moisés antes de usá-lo como líder do seu povo. Jesus
trabalhou três anos na vida dos apóstolos antes de enviá-los ao mundo.
As
provações, portanto, visam a glória de Deus. Jesus disse que o cego de nascença
nasceu cego para que nele se manifestasse a glória de Deus (João 9:1-7). De Lázaro,
Jesus disse: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus…”
(João 11:4). Depois de provado por Deus e restaurado por Ele, Jó disse: “Com os
ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42:5).
Maturidade cristã. A Paciência é uma característica da
maturidade cristã e do crescimento espiritual. Os crentes imaturos são sempre
impacientes. A impaciência pode acarretar graves conseqüências. Como você
descreveria alguém espiritualmente maduro? Leonard Wedel diz: “Uma pessoa
madura não se leva a sério demais… mantém sua mente alerta… não entra em pânico
sempre que uma situação adversa se levanta… É alguém notável demais para passar
despercebida, mas nunca se sente importante demais para fazer coisas nem tão
importantes assim. Nunca é orgulhosa demais para assumir tarefas humildes…
nunca aceita o sucesso ou o fracasso como permanentes… é capaz de controlar
seus impulsos… não tem medo de cometer erros… tem fé em si mesma, e essa fé
torna-se mais forte ao ser fortalecida pela fé em Deus“.
E
então? Considerando esse padrão, como você avalia sua maturidade espiritual? É
bom ressaltar que maturidade não se alcança apenas lendo um livro, é preciso
passar pelas provas Mt 5.11,12)
Maturidade é atitude prudente. As Escrituras Sagradas dizem que são as suas
atitudes que determinam se você é maduro ou não. Deus quer que você cresça e
tenha atitudes como as de Cristo (cf. Ef.4:13, Gl.4:19, Cl.1:28). A atitude faz
a diferença, é o seu caráter; Caráter é o que você é no escuro.
As
provações de nossa fé trabalham por nós, e não contra nós, visto que produzem
perseverança. A perseverança visa nos levar à maturidade. Paulo diz em Romanos
5:3-5 que as tribulações são pedagógicas, levam-nos à maturidade.
Maturidade é sinônimo de estabilidade emocional. O crente maduro sabe administrar suas emoções de
raiva, de ódio, de ira, de tristeza, ele sabe conviver com tudo isto, sabe
sentir, porém, não permite isto dominar. (Ef.4:26); (Salmos 4:4); (2Ts.1:4); (Hb.12:7).
CONCLUSÃO
A
Paciência é seguramente a virtude que torna o homem semelhante a Deus. Que
venhamos crescer na graça e na sabedoria de Deus, buscando desenvolver esta virtude
do Fruto do Espírito e deixando de lado as dissensões, pois em breve o Senhor
Jesus voltará. Israel é o maior sinal de sua volta; é o relógio de Deus. Esteja
atento!
Referências Bibliográficas
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Osiel Gomes. CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo do Expositor
Bíblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
O poder e a mensagem do Evangelho. Paul Washer. Fiel
Um verdadeiro Arrependimento. Manoel Flausino. Inteligência Editorial
Revista Ensinador Cristão. CPAD
Verdadeiro Evangelho. Paul Washer. Fiel
Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.
Contatos para palestras, congressos, mensagens:
www.manoelflausino.com.br
(21) 99439-0392 (claro)
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