27/05/2010

Lição 9 - Esperando contra Esperança

Subsídio Didático: Prezado professor procure incentivar a participação dos alunos durante a aula. Como se pode observar, esta lição existe um contexto histórico muito rico, como também uma abordagem apocalíptica. Faça perguntas e espere um pouco por respostas. Escute-os e promova o diálogo e debates!!!

I - A esperança é muito importante para a vida de qualquer pessoa, além disso, faz parte do tripé (virtudes principais) do cristianismo (1 Co 13). Esperança, segundo o Dicionário Aurélio significa: ato de esperar o que se deseja; Expectativa, espera; Fé, confiança em conseguir o que se deseja. É a certeza do cumprimento das promessas que nos foram feitas por Deus (2 Co 1.20).

As palavras do profeta falam de dificuldade e tristeza, mas também de esperança e consolação. Estas palavras de Jeremias diziam respeito a acontecimentos que se realizariam em um futuro próximo e em um futuro distante. Ler estas profecias é como olhar para o cume de várias montanhas. De longe parecem próximos, uns dos outros, mas, na verdade, estão separados por quilômetros. Jeremias apresentou acontecimentos próximos e distantes como se todos fossem acontecer breve. Ele viu o iminente exílio, o futuro retorno do exílio e a restauração de Jerusalém, mas também enxergou bem mais na frente, quando Cristo reinará para sempre.

Através do profeta Jeremias, Deus está dizendo que, o seu povo voltaria a viver em união sob a sua benção.

Este povo, o qual o profeta está transmitindo esta mensagem, é o povo remanescente de todas as famílias de Israel que voltariam do cativeiro. Muitos foram transportados pelos Assírios em 722 a.C. outros pelos babilônios em 605, 597, e 586 a.C.

II. A ANGÚSTIA DE JACÓ - ‘Tempo de angustia para Jacó’ é uma descrição do ‘Dia do SENHOR’, chamado de ‘tempo de angustia’ em Dn 12.1. ‘Jacó’ é nome alternativo para Israel. Israel e os gentios, logo depois do arrebatamento da Igreja, vão experimentar um período de angústia.

A angústia de Jacó. É equivalente à ‘Grande Tribulação’, ou à ‘Última Semana de Daniel’, um período de sete anos dividido em duas fases; refere-se especialmente aos últimos três anos e meio da septuagésima semana de Daniel (Mt 24.21-28).

1. A angústia de Jacó. É equivalente à ‘Grande Tribulação‘, ou à ‘Última Semana de Daniel‘, um período de sete anos dividido em duas fases; refere-se especialmente aos últimos três anos e meio da septuagésima semana de Daniel (Mt 24.21-28).

2. Profecia de Ezequiel. Ez 38 e 39 fala sobre a invasão de Israel pelas tropas de Gogue, príncipe de Magogue (a identidade de Gogue é incerta. YAHWEH é visto como um guerreiro divino, lutando por seu povo e impondo uma derrota apocalíptica aos inimigos que se houverem levantado contra a descendência de Abraão.

3. Profecia de Daniel. A revelação das 70 semanas a Daniel foi uma resposta à sua oração. É o fim dos juízos purificadores e aceitação do Messias que trará justiça eterna. Entende-se que Israel seja o ‘relógio profético’ de Deus e que o Senhor não parou de agir com Israel como nação (Rm 11). Resumidamente, temos que, a nação de Israel firmará aliança com a ponta pequena futura, o príncipe romano ou Anticristo, durante sete anos. No meio desse período, o Anticristo quebrará a aliança e exigirá que os sacrifícios de sangue restaurados por Israel naqueles dias, cessem. Então estabelecerá sua estátua no templo judeu e exigirá adoração (Mt 24.15; 2Ts 2.3-4). Israel, porém, não será abandonado; o arcanjo Miguel levantar-se-á para lutar em favor do povo eleito (Dn 12.1).

4. Profecia de Zacarias. Com uma linguagem altamente simbólica e profética, o profeta descreve fatos apocalípticos. Esse fato torna difícil determinar o que vai acontecer literalmente e o que é simbólico, o que fica claro é a volta do Messias no final dos tempos. Exércitos de todas as partes ajuntar-se-ão para lutar contra Jerusalém no Armagedom. Mas no auge da luta, revelar-se-á o Senhor (Zc 14.4). Movidos por um derramamento do Espírito de Graça, Israel reconhecerá o Senhor Jesus como o Messias prometido nas Escrituras. O Espírito Santo aniquilará toda hostilidade ao Messias, tornando os habitantes de Jerusalém (referencia à Israel) receptivos ao Messias (Zc 12.10).

III. O RESTABELECIMENTO DE ISRAEL - Esperando contra a esperança, Jeremias confia em YAHWEH: ‘Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o SENHOR, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize‘ (Jr 30.10), esta admoestação - não temas - ocorre freqüentemente como uma certeza de livramento dos opressores. Sua confiança era que Deus traria completo livramento aos oprimidos e estabeleceria a justiça na terra.

A volta de Israel à sua terra. O termo ‘diáspora’ é usado em referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C. Já Sionismo é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico, por isso sendo também chamado de nacionalismo judaico .

APLICAÇÃO PESSOAL

É possível ter esperança quando nos lembramos de tudo o que Deus fez por nós(Jó 14.7). Talvez você esteja vivendo um momento em que tudo esteja parecendo contrário ao que Deus lhe prometeu, e sinta-se como Abraão, literalmente esperando contra a esperança, porque suas limitações físicas, emocionais, intelectuais, financeiras, aparentam um caos. Jesus é a nossa garantia de que o socorro virá (Jo 11.40; Rm 5.1, 2)

A História de Israel é um belo exemplo de espera contra a esperança. O hino nacional de Israel, Hatikvah (Esperança), nasceu de um poema de Naftali Herz Imber, poeta polonês, escrito em homenagem à fundação da colônia sionista Petach Tikvá (A Porta da Esperança), intitulado Tikavatenu (Nossa Esperança). Foi cantada durante a cerimônia de assinatura da declaração de independência do Estado de Israel, mostrando ao mundo a poderosa mão do Senhor agindo em prol do seu povo: “Enquanto no fundo do coração Palpitar uma alma judaica, E em direção ao Oriente O olhar voltar-se a Sião, Nossa esperança ainda não estará perdida, Esperança de dois mil anos: De ser um povo livre em nossa terra, A terra de Sião e Jerusalém.”

Quando estivermos desanimados, nossa esperança repousará em Cristo. (Sl 42.11; Sl 39.7; Jr 17.7)

A esperança cresce quando nos lembramos da promessa da ressurreição. 1Ts 4.13

 
É a esperança que nos motiva a fazer do cotidiano uma experiência emocionante. Ela nos faz sorrir quando tudo nos falta e, paradoxalmente, de tudo estamos fartos; Possibilita-nos a experiência da felicidade, não pelo que temos ou conquistamos, mas pelo que esperamos.  (Rm 4.18-21)


SUBSÍDIO HISTÓRICO

A Monarquia - O reinado do primeiro rei, Saul (1020 A.C.), permitiu a transição entre a organização tribal já frouxa e o

A Monarquia dividida - Após a morte de Salomão (930 A.C.) uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim.

Primeiro Exílio (586 - 538 a.c.) - A conquista babilônica foi o primeiro estado judaico (período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra. O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora Judaica.

Dominação Estrangeira - Os Períodos Persa e Helenístico (538-142 A.C.) - Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da Pérsia, que conquistou o império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o primeiro retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia de David. Menos de um século mais tarde, o segundo retorno foi liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e helenístico - ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.)

A Dinastia dos Hasmoneus ( 142-63 A.C.) Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 a.C.), os selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e, com o colapso do reino selêucida (129 a.C.), a independência judaica foi reconquistada.

O Domínio Romano (63 - 313 A.C.) - Quando os romanos substituíram os selêucidas no papel de grande potência regional, eles concederam ao rei Hasmoneus Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco.

O Domínio Bizantino (313-646 d.C.) - No final do sec. IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão.

Domínio Árabe (639-1099 d.C.) - A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte de Maomé (632 d.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de Califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito.

Os Cruzados (1099-1291 d.C.) - Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos Cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mãos dos “infiéis”.

O Domínio Mameluco (1291-1516 d.C.) - Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. O período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.

O Domínio Otomano (1517-1917 d.C) - Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos, ligados administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em Istambul. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da Galiléia. Ao romper a I Guerra Mundial (1914), a população judaica do país totalizava 85.000 habitantes, em contraste com os 5.000 do início do séc. XVI.

Em dezembro de 1917, as forças britânicas, sob o comando do General Allemby, entraram em Jerusalém, pondo fim a 400 anos de domínio otomano.

O Domínio Britânico (1918-1948) - Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o país era designado na época). Reconhecendo a "a ligação histórica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina.

O Estado de Israel – 1948 - Com a resolução da ONU de 19 de novembro de 1947, em 14 de maio de 1948, data em que terminou o Mandato Britânico, a população judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas.

A Guerra dos Seis Dias – 1967 - As esperanças por mais uma década de relativa tranqüilidade se esvaneceram com a escalada dos ataques terroristas árabes através das fronteiras como Egito e a Jordânia. Ao fim de seis dias de combates, os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento sírio, que durara 19 anos.

A Guerra de Iom Kipur – 1973 - A relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973). Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os ataques.


Fontes: atlasviagens.multiply.com
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.
Dicionário VINE. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003

 
Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino


19/05/2010

LIÇÃO 8 - O Poder da Verdadeira Profecia

O Poder da Verdadeira Profecia - Francisco A. Barbosa


Publicado em 18 de Maio de 2010 as 08:57:38 AM Comente

(I. INTRODUÇÃO)
Nesta lição, estudaremos a respeito da luta de Jeremias contra os falsos profetas, em especial Hananias. Os pseudoprofetas trabalhavam em benefício próprio. Tinham uma boa posição financeira, política e social e entregavam mensagens falsas, levando o povo de Deus a tropeçar. Eles eram bem populares, pois proclamavam somente o que as pessoas queriam ouvir. Aqueles que deveriam falar em nome de Deus, infelizmente, haviam se tornado um obstáculo para que o povo abandonasse o erro.”"…nada há que seja novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Já na época de Jeremias havia profetas pouco sóbrios, irrealistas e falsos, que desencaminhavam o povo com profecias enganosas. Mesmo quando as nuvens da tempestade do juízo se ajuntavam mais densas do que nunca sobre Jerusalém, eles acalmavam o povo. Suas declarações eram muito positivas e soavam edificantes, até mesmo encorajadoras aos ouvidos das pessoas. Eles prometiam muito, inclusive a vitória. Em comparação, os ouvintes recebiam as mensagens de Jeremias como destrutivas, austeras e deprimentes, e só percebiam nelas a perspectiva do juízo. Tratava-se da justiça de Deus e da injustiça do povo, da sua falta de arrependimento e conversão. Como Jeremias deve ter se sentido diante deles?“Temos tido tanto medo de desprezar as profecias que nos esquecemos de julgá-las..” John Bevere REFLEXÃO

(II. DESENVOLVIMENTO)
I. O QUE É O PROFETA
1. Definição. O termo hebraico nãbi representa profeta, quer verdadeiro ou falso (Dt 13.1-5). Há ainda, no hebraico, dois outros termos para profeta: rõ’eh e hõzeh, ambos significando vidente. No grego, “prophetes“, significa “aquele que fala antecipadamente ou abertamente“, é uma denominação que se dá ao fenômeno pelo qual em algumas religiões, a revelação de uma divindade ou de seus ensinamentos quanto ao passado, presente ou futuro, é atribuída à palavra falada ou escrita de um ou mais indivíduos tidos como “profetas”, “iluminados” ou “inspirados”. Profeta é quem, inspirado pela divindade ou convencido de estar possuído por uma entidade espiritual superior, fala em nome da mesma e transmite sua mensagem. Assim, a figura do profeta perde seu significado essencial quando é reduzida ao poder de predizer o futuro, o que não constitui mais do que um elemento acessório de sua missão. Desde suas origens, a autoridade do profeta adquire teor ao mesmo tempo religioso, político e moral.
2. A função do profeta. Os verdadeiros profetas eram porta-vozes de YAWEH. Muito mais do que predizer as coisas, a função precípua do profeta consistia em convocar o povo ao arrependimento. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos.” (Ml 2.7-ARA). “apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tt 1.9-ARA). Julgamos ser a mesma função hoje outorgada aos pastores, sendo assim, não é seu papel entreter ninguém, não é criar programações para segurar os jovens na Igreja. É sua função “ficar na brecha”! O Dicionário VINE assim explica a função do profeta: “[…]Então, disse o SENHOR a Moisés: Vê que te constituí como Deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta.” (Ex 7.1-ARA). O plano de fundo desta declaração é Ex 4.10-16, onde Moisés discutiu a sua inabilidade de falar com clareza. Por conseguinte, ele não poderia comparecer diante de Faraó como porta-voz de Deus. Deus prometeu designar Arão para ser o locutor: “Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus” (Ex 4.16-ARA)… Está claro que a palavra ‘profeta’ é igual àquele que fala por outra pessoa ou é a sua boca” (Dicionário VINE, CPAD 2002, pág 248). “[…] Em Deuteronômio 18 fica claro que o profeta é sempre chamado por Deus (v.18), tem a autoridade de Deus (v.19) e o que ele diz será provado verdadeiro (v.22). O profeta era então conhecido como servo de Deus (2 Rs 17.13,23; Jr 7.25). O profeta sempre defendia os padrões de Deus e chamava o povo para Ele (Dt 13), era isso que distinguia o profeta verdadeiro do falso (por exemplo, 1 Rs 13.18-22; Jr 28). Os profetas não eram simplesmente indivíduos perceptivos no sentido político ou social. Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum. Em seu trabalho eles falavam de acontecimentos futuros, de modo a advertir sobre as conseqüências dos atos presentes (ver Am 1.2), e no geral falavam contra a sociedade em que viviam. […] Havia muito mais profetas do que aqueles que conhecemos pelas profecias registradas ou eventos históricos” (GOWER, Ralph Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro, CPAD, 2002, pp.367-369).
3. A prova de autenticidade do profeta. “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (MT 24.11-ARA); “O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do SENHOR” (Jr 28.9-ARA). Temos de julgar as profecias e discernir os espíritos (1Co 12.20; 14.29; 1Jo 4.1). É função do profeta proclamar os oráculos de Deus, a fim de conduzir o povo à obediência das leis de Deus. SINOPSE DO TÓPICO (1)
II. O FALSO PROFETA HANANIAS ENTRA EM CENA
1. Quem era Hananias. A única coisa que se sabe é que era ele filho de Azur. Ele era do tipo que impressionava. Falava como profeta, tinha discurso de profeta e como profeta, vestia-se. Aliás, era mais dramático que os profetas de Deus. Além disso, só falava o que o povo queria ouvir. Vinha ele pregando a paz e determinando a prosperidade. Positivamente, tudo confirmava.
2. As palavras de Hananias. Naqueles dias, o poderoso rei da Babilônia tinha levado muitos cidadãos do povo de Deus cativos para a Babilônia. Em suas pregações, o profeta Jeremias tinha deixado bem claro que isso aconteceu em decorrência dos pecados do povo de Deus. Eles pecaram tanto, que o próprio YAWEH entregou uma parte de seu povo para ser levada cativa para um país distante. Outra parte ficava para trás, em Judá. Então, a nação estava dividida: uma parte da população foi deportada, e outra parte ficou para trás. Era uma época de grandes tensões e incertezas. O país estava quebrado, arruinado. A economia estava parada. Naquela situação tão lamentável, Jeremias pregou a Palavra de YAWEH, e anunciou que o povo de Israel, como também os povos vizinhos (que tentavam fazer uma aliança contra o rei da Babilônia), ficariam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Ou seja, Jeremias deixou bem claro que, por enquanto, nada mudaria. Esta pregação que Jeremias fez, em nome de YAWEH, deixou o povo como também os líderes espirituais do povo revoltados! Jeremias teve a ousadia de pregar uma mensagem ruim numa época ruim. Ele falou em pecado e castigo, como se a miséria enfrentada pelo povo não fosse suficiente. Todo o mundo ficou irritado com Jeremias. Todo o povo se ajuntou contra ele (Jr 26.9). Os líderes espirituais até queriam tirar-lhe a vida (Jr 26.16). Neste contexto, o falso profeta Hananias apresentava uma “mensagem maravilhosa” e tinha a ousadia, e até mesmo a insolência, de proclamá-la abertamente: “No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no ano quarto, no quinto mês, Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão, me falou na Casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia. Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia” (Jr 28.1-4). A isso Jeremias respondeu: “Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do Senhor e todos os exilados. (…) O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do Senhor” (vv. 6,9). Hananias não ficou nem um pouco impressionado, mas fez o seguinte: “Então, o profeta Hananias tomou os canzis do pescoço de Jeremias, o profeta, e os quebrou; e falou na presença de todo o povo: Assim diz o Senhor: Deste modo, dentro de dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho” (vv. 10-11). Para Jeremias a única opção era o afastamento. Mas o Senhor orientou-o para que voltasse até Hananias e lhe dissesse, entre outras coisas: “… O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o Senhor. Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano…” (vv. 15-17). Todas as profecias mentirosas de Hananias foram soterradas pela areia da fantasia, pois Jerusalém foi definitivamente conquistada e todos os utensílios foram retirados do templo.

3. O castigo de Hananias. Por sua pregação e atos, Hananias colocou-se como inimigo pessoal de Jeremias e, portanto, de Deus. Ele foi rebelde e ensinou os outros a se rebelarem. Deus, então, separou-o para um julgamento especial e condenou-o à morte iminente. Hananias morreu naquele mesmo ano, e as invasões babilônicas assolariam Jerusalém. O juízo de Deus virá sobre os profetas que, sem temor nem tremor, brincam com o nome de Deus, zombando-lhe da santidade. SINOPSE DO TÓPICO (2)
III. CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS
“Acautelai-vos”, exortou-nos Jesus. Este imperativo é um alerta para o crente prestar atenção, cuidar-se, guardar-se, acautelar-se. Temos assistido um constante desvirtuamento do conteúdo doutrinário da pregação. Há um frenesi por ‘revelações’, ‘profecias’, ‘unções especiais’, ‘oração no monte’, ‘poder’, ‘cair no espírito’, etc. Nosso povo já não sabe distinguir misticismo herético de verdadeira espiritualidade. Encontramos no livro de Jeremias um retrato dos falsos profetas, que se alastravam como uma praga em Israel. O mesmo retrato também pode ser aplicado aos falsos mestres da atualidade, os quais têm sido levantados para enganar a Igreja. Precisamos tomar cuidado, pois nem sempre é fácil identificá-los. Venda de potes com água do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado; pedras que seriam do Templo onde Jesus pregava; areia de Jerusalém, onde o Mestre caminhava; azeites de Israel; toalhinhas ungidas; rosas, sal grosso, fogueiras santas; correntes; quebra de maldições; sessão do descarrego… No que têm transformado a igreja pentecostal? Jeremias falava a verdade, porém era impopular. Hananias falava mentiras, mas produzia falsas esperanças e conforto para o povo. Com mensagens de auto-ajuda, bem-estar e riqueza, falam apenas o que as pessoas querem ouvir, mesmo quando não estão em perfeita comunhão com o Senhor. Alerta-nos o Senhor Jesus que, nos últimos dias, aparecerão muitos falsos profetas que, se possível, enganarão até mesmos os escolhidos (Mt 24.11).
1. A procedência do profeta. De onde vem o pregador, o avivalista, o conferencista e o profeta? É ligado a alguma igreja, pastor? Preparando este comentário, descobri um site que se parece mais com uma ‘central de pregadores‘ que oferece uma “ferramenta poderosa do Senhor para abençoar igrejas e crentes, organizados em ‘pregadores’ homens, mulheres e mirins!” Onde é que isto vai parar?
2. A qualidade da mensagem. Vitória, vitória, vitória… é a mensagem do momento! Esqueceram que a Bíblia tem assuntos como Trindade, regeneração, justificação pela fé, fruto do Espírito, mordomia cristã, sofrimentos dos justos, vida devocional, dons espirituais, vinda de Cristo, ressurreição dos santos e de Cristo, etc. A mensagem dos profetas normalmente continha advertências aos que colocavam sua confiança em outras coisas e não em Deus, tais como na sabedoria humana (Jr 8: 8, 9; 9: 23, 24); na riqueza (Jr 8: 10); na autoconfiança (Os 10: 12,13); no poder opressor; em outros deuses. Constantemente o profeta desafiava a falsa santidade do povo judeu e tentava desesperadamente encorajar sincera obediência à Lei. A igreja tem que ser aquela estalagem no deserto, lugar de descanso, não por vanglória, cobiça ou coisa parecida, mas simplesmente por amor. Sem amor, as pessoas se corrompem, sem amor, líderes enriquecem no poder. É ilícito um pastor/pregador/evangelista enriquecer com a pregação do evangelho, porque o evangelho ensina exatamente a renúncia, inclusive material. O reino de Deus não coaduna riquezas materiais com ministério pastoral. O pastor deve ser conhecido e reconhecido pela sua simplicidade de vida, pelo amor ao próximo, por sua paixão em anunciar o evangelho, e não pelo tamanho de sua igreja, pelo tamanho da platéia, pelos anéis, títulos, fama ou pela quantidade de letras que aparecem antes do seu nome. O pastor que ensina qualquer forma de prosperidade financeira e material como sinônimo de benção não passa de lobo e sua mensagem é mentirosa. Nossa igreja ainda tem líderes parecidos com Cristo, que têm a mente de Cristo e que anseiam em levar as ovelhas que o Pai lhes confiou aos pastos verdejantes e às fontes de água viva.
3. A pretensão do profeta. À semelhança de Hananias, profeta da prosperidade, certos pregadores apregoam a teologia da prosperidade enquanto o Espírito Santo procura convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Este câncer é milenar. O ‘profeta chorão’ argumentou, intercedeu, teologou, tudo para convencer os reis e o povo de Israel do perigo que estava para acontecer. Enquanto isso, o profeta da prosperidade Hananias, no mesmo lugar e para o mesmo público ávido por uma mensagem de ‘poder e unção’, profetizava “prosperidade” (Jr 28.9, NVI), ou “paz” (NTLH e ARA), ou “felicidade” (Bíblia de Jerusalém). Hananias recorre à demagogia, procurando dizer o que os ouvintes ‘queriam’ ouvir e não aquilo que ‘precisavam’ ouvir. Precisamos julgar as profecias e discernir os espíritos, a fim de não sermos enganados pelos falsos profetas. SINOPSE DO TÓPICO (3)
(III. CONCLUSÃO)
Jeremias não é o único profeta impopular da história de Israel. Todo verdadeiro profeta, por uma questão de compromisso, quase sempre diz o que não agrada. Mas sempre diz a verdade! Existem falsos profetas, bem como profetas verdadeiros, precisamos distinguir entre eles. Não é por milagres e curas, o adversário também pode realizar milagres. A questão é: qual é a fonte da inspiração do profeta. Devemos confrontar a profecia com os princípios bíblicos, se houver divergência, a profecia é falsa. “Conheçamos, {e} prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva será a sua saída: e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Os 6.3-ARC).
APLICAÇÃO PESSOAL
Os profetas eram homens totalmente dedicados a Deus. Detestavam o meio compromisso, a entrega parcial a Deus. A fidelidade ao Senhor deveria ser total. Isso implicava em esforçar-se para levar o povo a uma completa submissão a Deus. Os profetas não aceitavam uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do Sinai e por eles davam a vida. Condenavam especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos explorassem os que nada tinham (Am 4.1). Também pregavam contra a bajulação aos abastados, usada para conseguir qualquer favor (Am 6.1). Por esses posicionamentos, vemos que o povo de Deus tinha e tem de ser comprometido com o seu Deus e não com o homem. A mensagem profética é muito atual; O que poderia parecer mero descuido da Lei para o homem comum, era visto como um horrendo desastre pelo profeta, tal sua sensibilidade diante do pecado (Jr 2.12, 13, 19). O profeta não somente ouvia a voz de Deus como sentia seu coração (Jr 6.11; 20.9). Tal sentimento era conseqüência de um estreito relacionamento com Deus (Am 3.7); assim, compreendia melhor do que ninguém os propósitos de Deus para o povo com quem tinha um pacto. Eram pessoas que, pela revelação de Deus, tinham conhecimento da importância dos eventos e das necessidades do povo comum. Em seu trabalho eles falavam de acontecimentos futuros, de modo a advertir sobre as conseqüências dos atos presentes (ver Am 1.2), e no geral falavam contra a sociedade em que viviam. Os pseudoprofetas trabalhavam em benefício próprio. Tinham uma boa posição financeira, política e social e entregavam mensagens falsas, levando o povo de Deus a tropeçar. Eles eram bem populares, pois proclamavam somente o que as pessoas queriam ouvir. Aqueles que deveriam falar em nome de Deus, infelizmente, haviam se tornado um obstáculo para que o povo abandonasse o erro.”"…Nada há que seja novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Homens de Deus sempre foram usados, no decorrer da história do Cristianismo, para renovar e avivar a obra do Senhor. O movimento pentecostal da Rua Azuza, foi um marco no mundo espiritual das igrejas e continua a avivar a Igreja ainda hoje. Não esqueçamos de que Deus é o mesmo de ontem, hoje e anseia derramar mais do Seu Espírito sobre todos os seus filhos.

Francisco A Barbosa
A década em que a pregação expositiva começou a desaparecer dos púlpitos da Assembleia de Deus (Pr Ciro Sanches Zibordi, em cirozibordi.blogspot.com)
“Até o fim dos anos de 1990 não havia tantos malabaristas nos púlpitos das Assembleias de Deus. A pregação bíblico-expositiva ainda reinava. Pregadores que expunham a Palavra do Senhor, na dependência do Espírito Santo, ainda eram respeitados. Mas, com o falecimento de alguns homens de Deus e a queda espiritual de outros, começaram a surgir, em grande quantidade, ainda na aludida década de 1990 (que compreende o período de 1991 a 2000), os animadores de auditório. Hoje, o modelo que prevalece e encanta multidões é o da pregação interativa dos “ungidos”, no melhor estilo diga-isso-e-aquilo-para-o-seu-irmão, com pouquíssimo conteúdo bíblico e malabarismo de sobra. Como consequência, muitos crentes já não suportam a exposição da viva e eficaz Palavra do Senhor (Hb 4.12). Isso, para eles, é simples demais e enfadonho; querem movimento, animação, berros prolongados ao microfone, gracejos, exibição teatral, etc. A exposição verdadeiramente ungida das Escrituras perdeu o seu espaço. E quem não gosta de animação de auditório, como este expoente, é considerado pela maioria como retrógrado, ultrapassado, invejoso, sem unção, incapaz de “gerar a graça”, inimigo do “mover de Deus”, cético, etc. Entretanto, a minha batalha - ainda que às vezes me sinta como alguém tirando água do oceano com uma pequena caneca - pela recuperação da pregação expositiva continuará, segundo a graça do Senhor Jesus. Enquanto Deus me der força, perseverarei em protestar contra a animação de platéia e em asseverar que precisamos voltar às “veredas antigas” (Jr 6.16). Afinal, avivamento também significa reconquistar o que foi perdido (Lm 5.21). No dia 28 de abril de 1998, partiu para a glória, aos 58 anos, um grande expoente assembleiano: Valdir Nunes Bícego. Com base no que está escrito em 2 Timóteo 3.14, posso dizer que o ministério que o Senhor me outorgou foi grandemente influenciado por eminentes pregadores e ensinadores da Palavra, especialmente Valdir Bícego, que, na minha opinião, foi o grande nome da pregação expositiva na última década do século XX. Não havia, à época da virada do milênio, um pregador que reunisse tantas qualidades como Valdir Bícego. De alguma forma, ele possuía todos os dons ministeriais mencionados em Efésios 4.11. Assim como Paulo, que recebeu do Senhor um ministério multíplice (1 Tm 2.7), Bícego era, ao mesmo tempo, um mestre, um pastor, um evangelista, um profeta e um apóstolo do Senhor. Influenciado diretamente por homens de Deus, como os verdadeiramente apóstolos Cícero Canuto de Lima e Eurico Bergstén, Valdir Bícego reunia em si um pouco dos dois. Era seguro e zeloso como o primeiro e compromissado com a sã doutrina e com a pregação biblicocêntrica, como o segundo. Tive o privilégio de ser encaminhado ao ministério por ele, servindo ao Senhor sob seu pastorado na Assembleia de Deus da Lapa, em São Paulo, durante quinze anos. Desde o dia em que vi o pastor Valdir Bícego expor a Palavra do Senhor, em um congresso de jovens, acendeu-se em mim uma chama para proclamar o Evangelho e defendê-lo (Mc 16.15; Fp 1.16). Na sua última pregação, em 27 de abril de 1998 (um dia antes de sua repentina morte), a qual também tive o privilégio de ouvir, ele asseverou: “Não fiquem em torno do pastor. Fiquem em torno de Jesus, da Palavra e do ministério, pois o pastor pode morrer a qualquer momento”. No início do século XXI, a pregação expositiva tornou-se escassa e obsoleta nos púlpitos assembleianos. Os animadores de auditório começaram a encantar os jovens pregadores, em razão de serem aqueles os protagonistas dos grandes congressos pretensamente pentecostais, transmitidos ao vivo pela Internet. Pregações triunfalistas e antropocêntricas, com temas exóticos, como “Grávidos de um avivamento” ou “Sonhe e ganhará o mundo”, passaram a ser vendidas, alugadas e pirateadas em toda a parte, tornando os tais malabaristas verdadeiras celebridades. Coincidentemente ou não, depois das mortes de Bernhard Johnson (em 1995), Valdir Bícego (em 1998) e Eurico Bergstén (em 1999), e com as quedas espirituais de importantes expoentes da Palavra de Deus (algumas irreversíveis), cresceu, e muito, a animação de platéia. Não obstante, hoje, graças a Deus e ao legado de pregadores do passado, o quadro já começa a melhorar. Há um forte clamor pela pregação expositiva, cristocêntrica, centrada na imutável Palavra do Senhor, e começam a surgir pregadores à moda antiga. Aleluia! Diante do exposto, continuarei com o propósito de imitar os grandes expoentes que conheci no milênio passado, como Valdir Bícego, Geziel Gomes, Jimmy Swaggart, Eurico Bergstén, Bernhard Johnson e tantos outros (1 Co 11.1), sem contar os ensinadores. E continuarei lutando para que, em nossos cultos e congressos, voltemos a valorizar a poderosa exposição da Palavra de Deus (Sl 119.130; Jo 5.24), sem exibicionismo, invencionices, ilusionismo, berros desnecessários, malabarismo, gracejos sem graça, triunfalismo e outros devaneios e aberrações que desviam o povo da verdade e do temor do Senhor.” Ciro Sanches Zibordi (http://cirozibordi.blogspot.com/2010/04/1991-2000-decada-em-que-pregacao.html)



BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- GOWER, Ralph Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro, CPAD, 2002, pp.367-369;
- Dicionário VINE, CPAD 2002, pág 248;
- A década em que a pregação expositiva começou a desaparecer dos púlpitos da Assembleia de Deus http://cirozibordi.blogspot.com/2010/04/1991-2000-decada-em-que-pregacao.html
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra, SBB;
- Imagem: William Seymour, líder do movimento Pentecostal da Azuza Street, LA, EUA https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkBLMHpGiyFCZQziZ-RPTBAoPyTeWR2oqmu0t4m1j4-bnTVSX9PzAAqmbsFpKdY6sncQxaHYnnWmEiTGY7wMCXT8uUI3QlIfOgPkmHlXccs1U9aaszbOH_KFeThUbbXMxnhH8aqWR4eFA/s400/O+pentecostalismo+b%C3%ADblico+e+os+falsos+%27pentecostalismos%27.jpg

10/05/2010

Lição 7 O cuidado com as ovelhas

Nesta aula, veremos que os reis, sacerdotes e profetas estavam negligenciando o cuidado com o povo de Deus (Jr 22. 13,14, 17; 23.9-12). As funções de rei, sacerdote e de profeta eram como a função de um pastor, pois deveriam conduzir os israelitas a presença de Deus.


Mas, infelizmente, eles esqueceram-se de suas responsabilidades, atuando simplesmente, como meros soberanos e aproveitadores (Mq 3.10; Ml 2.7,8). Esqueceram-se da preciosidade de um pedacinho de uma ovelha para o Senhor (Am 3.12).

O Pastor – é um administrador do rebanho de Cristo (1 Pe 5.1-4). Sua principal função é apascentar e guardar cada uma das ovelhas. Também é um sacerdote quando apresenta a Deus suas orações é profeta quando prega a Palavra de Deus.

Os pastores não estavam cuidando das ovelhas (Jr 10.21).

Os reis – eram vistos como pastores do povo (Is 44.28), e o primeiro rei de Israel foi tirado do meio das ovelhas (1Sm 16.11).

No hebraico melek, no grego basiléus, usados para indicar o principal chefe ou governante de uma tribo ou nação.

Os Sacerdotes – Também eram vistos como pastores, mas estavam pastoreando a si próprios (Jr 2.8; 5.31).

A palavra Kõhen (sagrado, consagrado) é encontrada cerca de 185 vezes, no livro de Levítico (Manual dos Sacerdotes). Eles deveriam ser: professores ou mestres da Lei (Lv 10.10,11; Dt 33.10). Também era um ministro autorizado por Deus para ministrar no altar e em outros rituais.

Os profetas – Estes eram responsáveis por levar a vontade de Deus para a população, mas alguns falsos profetas, tendo a permissão do rei, mentiam para o povo (Jr 14.14,15), combatendo a verdade (Jr 8.11; Jr 20.1,2).

A palavra hebraica para profeta é nabi, significa anunciador (declarador) e, por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus. No NT a palavra comumente usada é prophétes, derivada do grego pro (antes, em favor de) e phemi (falar), ou seja, alguém que fala por outrem, e, por extensão, intérprete, especialmente da vontade de Deus.

O povo de Israel foi destruído porque faltou-lhe verdadeiros pastores. Lamentavelmente, muitos púlpitos são entregues a pessoas que não tem compromisso com Deus (1 Jo 4.1), que falam em paz e prosperidade, quando não sabem o que significam, verdadeiramente, a paz e a prosperidade (Jr 23.16,21,25,28,29).

Não obstante, as ovelhas também tem seus deveres, quais sejam:

Honrar os pastores (Hb 13.7)

Obediência (Hb 13.17)

Contribuição (Ml 3.10)



Bibliografia: CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.
Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino

04/05/2010

Lição 6 - A Soberania e a Autoridade de DEUS

Lição 6 – A Soberania e a Autoridade de DEUS

INTRODUÇÃO – Na lição de hoje, veremos que o Senhor nos ensina sobre a sua soberania, tendo como base a descida de Jeremias à casa do oleiro para observar como este trabalhava o barro e moldava da forma que queria, assim, Deus também, tem poder sobre as nações.

A casa do oleiro, estava localizada no extremo sul de Jerusalém, no Vale dos filhos de Hinon, abaixo do monte Sião. Neste local, os oleiros trabalhavam com suas ferramentas o barro, tornando-o em vaso.

Na Bíblia este vale é constantemente mencionado em conexão com os cruéis ritos a Moloque, que foram imitados pelos reis e pelo povo de Israel (Js 15.8; 18,16; Ne 11.30, Jr 7.31; 19.2). Quando Josias derrotou esta idolatria, ele profanou o vale de Hinon, lançando no mesmo ossos de mortos, a pior poluição entre os hebreus(2 Cr 34.3-7. Desde então, o lugar tornou-se uma espécie de montouro, onde sempre havia algum lixo queimando e lançando fumaça. Foi por causa dessa circunstância que apareceu a ilustração da Geena (em hebraico vale de Hinon. De fato, certa altura das tradições dos hebreus, pensava-se que aquele lugar seria a própria entrada para o inferno.
Esta visita demonstra para o povo que todos estão debaixo da mesma autoridade (Jó 36.22,23), e que ele vai agir, independente dos nossos antepassados. Não é porque a nação de Judá era descendente de Abraão que Deus não a puniria (Rm 11.21,22)

A soberania de Deus indica o total domínio do Senhor sobre a sua vasta criação(Jó 34.14,15). Como soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter de prestar contas a qualquer vontade finita (Dn 4.25; 1Tm 1.25; Jó 23.13; 42.2)

Sua soberania está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência.

Deus exerce autoridade total, amoldado todas as coisas e todos os acontecimentos à semelhança do que o oleiro faz com o monte de barro amassado (Rm 9.19-27). No entanto, Deus não age arbitrariamente. Ele não criou uns para salvação e outros para a salvação.

Qual autoridade tem o homem para reclamar, ou questionar a Deus (Rm 9.14,15,20,21)



A eleição e predestinação são questões que são discutidas há tempos atrás. Por um lado, os seguidores de João Calvino (1509-1564 - Teólogo protestante, francês, líder eclesiástico e denominacional) e por outro, os discípulos de Jacó Armínio (1560-1609 – Teólogo holandês, professor universitário e teve como um de seus mestres Teodoro Beza, sucessor de Calvino).

Os cinco pontos do Calvinismo:

1 – A eleição é incondicional – Vem de Deus, independente de qualquer condição.

2 – A expiação é limitada – A expiação seria somente para os eleitos e não para todos.

3 – O homem é totalmente depravado – Ele não é capaz de agradar a Deus e seus pensamentos são sempre maus.

4 – A graça divina é irresistível – A graça divina beneficia somente os eleitos e estes não tem poder e nem desejo para resisti-la.

5 – Há uma perseverança absoluta – Uma vez que atenda a chamada, a pessoa eleita pode desviar-se, mas não poderá perder a sua salvação.
Os cinco pontos do Arminianismo

1 – A eleição e condenação estão condicionados a fé ou a incredulidade do indivíduo.

2 – A expiação é universal e seus benefícios foram postos à disposição de todos os homens, mas somente os crentes são beneficiários.

3 – O homem sem a ajuda do Espírito Santo, é incapaz de vir a Deus, mas todos os homens estão sujeitos a esta ajuda. Há uma graça geral que não exclui a qualquer indivíduo.

4 – A graça não é irresistível

5 – A doutrina da perseverança dos convertidos está sujeita a maiores inquirições. Um homem pode cair do estado de graça obtido antes.

Sinergismo x Monergismo

A palavra sinergismo vem do termo grego composto que significa trabalhar junto com”. No contexto teológico essa palavra significa que a salvação do indivíduo é o resultado final de um esforço cooperativo do indivíduo com Deus.

Já o monergismo é oposto e pode atuar de dois modos diferentes: uns pensam que o homem chega a merecer sua salvação através de seus próprios esforços; e outros pensam que o espírito Santo faz tudo sem qualquer participação humana

Conclusão

De uma maneira simples, podemos entender que a predestinação é universal, ou seja, Deus predestinou todos os seres humanos, e estes devem receber ao Senhor Jesus Cristo como único, suficiente e eterno Salvador.
Predestinação é o exercício eficaz da vontade de DEUS pelo qual as coisas de antemão determinadas por ELE são levadas a acontecer. Quando aplicada à redenção, significa que, na Eleição, DEUS decidiu salvar aqueles que aceitarem SEU FILHO e em predestinação ELE determinou eficazmente cumprir esse propósito; propósito de tão somente salvar àqueles que aceitarem a CRISTO. Não conferindo com a predestinação universal defendida pelo comentarista da lição.

Entendamos nossa posição como um barro na mão de oleiro e que este irá moldar e re-moldar conforme a sua soberana vontade. Não existe determinismo por parte dos homens para Deus. Não existe a revolta contra uma situação. Aprendamos: as coisas acontecem segundo a vontade do Pai. Ele está no controle! (Rm 11.33-36).



Bibliografia: CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.



Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino