26/11/2010

Lição 09 A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS

ELEMENTOS DE UMA ORAÇÃO EFICAZ João 14.13-17; 15.7; 1 João 5.14,15
Orações não respondidas é, de fato, uma frustração para o crente. Como entender o que faz que uma oração não seja respondida?

O apóstolo João descreve que a resposta à oração está ligada ao relacionamento da “confiança que temos para com ele [Deus]” com a vontade soberana dEle: “E esta é a confiança que temos nele: que se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.15).

O Pastor Estevam Ângelo de Souza ensina, pelo menos, quatro elementos importantes para uma oração eficaz. São eles:

1. Orar com o coração limpo do pecado. [...] “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Sl 66.18). A Bíblia fala da oração como sendo uma conversa do filho com o Pai celestial e, enfaticamente, fala da oração dos santos, o que é uma referência às pessoas que se relacionam com Deus de modo digno da sua onisciência. Se, ao contrário, a pessoa ora a Deus com o coração cheio de pecados, sem arrependimentos e sem temor, faz simplesmente o papel de hipócrita; e, para o hipócrita, não há promessa na Bíblia. Pode ser ainda o comportamento de quem abusa da misericórdia de Deus e escarnece da sua santidade. É bom orar como filho obediente.

2. Orar com fé. É o apostolo Tiago que ensina. Ele diz que devemos pedir com fé e em nada duvidando, pois, conforme acrescenta, “o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa” (Tg 1.6,7). Tudo o que recebemos de Deus é tão-somente pela fé. Está escrito: “Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). A Bíblia tanto fala da fidelidade e da infalibilidade de Deus, como relata em numerosos detalhes as muitíssimas vezes em que Deus tem atendido aos que o buscam com fé. É para confiarmos inteiramente em Deus. Duvidar das suas promessas, tanto nos prejudica como o ofende, pois Ele a tantos tem feito tanto, que merece ser invocado com segura fé.

3. Orar segundo a vontade de Deus. Diz o apóstolo Paulo que “a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). Também está escrito: “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1 Ts 4.3). E ainda: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.3,4). O apóstolo João afirma: “Se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.14). O que estamos estudando são declarações dos santos apóstolos. Veja agora o que o próprio Senhor Jesus diz acerca da vontade de Deus: “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade; e, sim, a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.38-40). É muito boa a vontade de Deus!

4. Orar com perseverança. O inconstante nada alcança, qualquer que seja a atividade na vida. Enquanto isso, a perseverança, tudo alcança. A oração eficaz deve ter o caráter de uma batalha ordenada como propósito seguro de vencer; e quem luta ao lado do Senhor de tudo e de todos deve orar, com certeza de ser mais do que vencedor. E esta é a divisa de todos os que têm perseverado diante de Deus em oração, não aceitando nenhuma derrota, nenhum fracasso. Conserve limpo o seu coração, ore com fé, peça segundo a vontade de Deus; persevere e vença, pois a sua perseverança e vitória com certeza glorificarão a Deus!

Prezado professor, é importante ressaltar ao aluno a importância de termos uma vida de Santidade, Fé, Perseverança e no centro de Sua vontade. Deus é soberano e dotou o ser humano de livre arbítrio. Para uma manutenção da vida com o Eterno é fundamental seguir o conselho do apóstolo Paulo: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). Fazei tudo o que glorifica a Deus e o nome do Senhor será exaltado em sua vida!

[1] SOUZA, Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração: Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. Rio de Janeiro, CPAD, 2002, p.85-87.

22/11/2010

A Oração Sacerdotal de Jesus Cristo - CPAD

A maior de todas as orações

LEITURA EM CLASSE

João 17.1-4; 15-17; 20-22.

A MAIOR DE TODAS AS ORAÇÕES

Alguns irmãos costumam fazer orações bem compridas; porém, a verdadeira oração é medida por seu peso, não por seu comprimento.

Assim se expressou o grande pregador brintânico Charles Haddon Spurgeon; e ele está certo! A maior oração já feita está registrada em João 17, e leva cerca de seis minutos para ser lida em voz alta, e em tom de reverência. Não há muito comprimento nela, mas certamente há muitíssima profundidade e peso.


De acordo com o que diz Herbert Lockyer, há 650 orações definidas registradas na Bíblia; porém, nenhuma delas pode igualar-se à “Oração Sacerdotal” de Jesus, registrada em João 17 - nem o poderá nenhuma outra, registrada fora da bíblia.


O que há nessa oração que a faz assim tão grande? Ela é grande por causa da pessoa que a proferiu. E essa pessoa é nada menos que o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele não é somente o Filho de Deus, mas Deus, o Filho, o Deus eterno que veio à terra em forma humana, porém sem pecado.


Cada um dos quatro evangelhos tem sua ênfase especial. Em seu evangelho, Mateus enfatiza Cristo, o Rei, o Messias prometido nas Escrituras do Antigo Testamento. O de Marcos é o Evangelho do Servo, e Lucas pinta no seu a simpatia do Filho do Homem. Porém, o propósito de João ao escrever o seu evangelho foi apresentar a divindade de Jesus Cristo

“Em verdade, Jesus operou na presença de seus discípulos, ainda muito outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.30,31).



Isso explica porque João incluiu esta oração em seu evangelho; ela destaca a impressionante verdade de que Jesus Cristo é o Deus eterno. Quase todos os versículos de João 17 expressam esse grande fato.

Somente Deus, o Filho, poderia pedir ao Pai para glorificá-lo (v.1). Moisés pediu para “ver” a glória de Deus (Ex 33.18). Jesus pediu para “receber” a glória de Deus, e a identificou como sendo a mesma glória na qual havia estado com o Pai “antes que o mundo existisse” (v.5). Somente alguém desequilibrado mentalmente ou então o Deus eterno poderia afirmar ter a glória ou qualquer outra coisa “antes que o mundo existisse”.

[…] Com esta simples declaração, Jesus afirmou ser Deus. Por quatro vezes, nesta oração, Jesus disse que Deus, o Pai, o enviou (vv. 3,18,21,25). Naturalmente que qualquer apóstolo ou profeta pode afirmar ter sido enviado por Deus; contudo, nenhum mero ser humano poderia afirmar que “saiu de Deus” (Jo 17.8; 16.28). Qualquer cristão poderia orar “Tudo que é meu, é teu”, mas somente o Filho de Deus poderia adicionar a isso “e tudo o que é teu, é meu” (v.10). Jesus afirmou que possuía tudo o que o Pai possuía! Ele afirmou também ser “um com o Pai” (vv. 11,21).

[…] Pense no que deve ter significado para o nosso Salvador o fato de comunicar-se com seu Pai! O cálice que Ele estava prestes a beber viria da mão de seu Pai (Jo 18.11). Haveria a vergonha, a dor e mesmo a morte e uma separação temporária de seu Pai; [porém], Ele veio ao mundo para esse propósito, e o Pai o veria através de sua gloriosa vitória.

É interessante contrastar esta ocasião de oração com algumas outras ocasiões de intercessão registradas nas Escrituras. Em Gênesis 18, lemos que Abraão intercedeu pela cidade de Sodoma. Mas Jesus estava encarregado “do mundo inteiro” e deveria morrer para salvar os pecadores perdidos. Moisés intercedeu por toda uma nação, o povo de Israel (Êx 32), e até ofereceu-se para morrer para que eles fossem perdoados. Porém Jesus morreu! E por causa de sua morte, todos aqueles que nEle creem são perdoados e salvos por toda eternidade. Salomão fez uma grande oração na dedicação do Templo ao Senhor; porém a oração de Jesus Cristo em João 17 significa a criação de um templo espiritual, a Igreja (1 Pe 2.5).
Aqui, Jesus nos deu um bom exemplo: a oração é essencial. Não somente nos fatos do dia-a-dia, mas especialmente nas crises que atravessamos ao longo da vida. “Não orem para terem vidas fáceis”, disse Phillips Brooks. “Orem para serem homens mais vigorosos. Não orem por tarefas que se igualem às suas forças. Orem por forças que se igualem às suas tarefas”.
Texto adaptado da obra “A Oração Intercessória de Jesus: Prioridades para uma Vida Cristã Dinâmica”, Rio de Janeiro: CPAD.
Publicado no Portal CPAD

13/11/2010

Lição 7 - A ORAÇÃO DA IGREJA E O TRABALHO DO ESPÍRITO SANTO

A Oração na Vida da Igreja Antiga

A expansão do Evangelho está diretamente interligada à vida de oração da Igreja do Primeiro Século. A ordem expressa aos discípulos para “que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do pai”, resultou num estado de espera cuja característica principal foi o cultivo da oração (At 1.13,14,24,25): “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”.

No dia de Pentecoste é possível ver o resultado dessa perseverança. Todos estavam reunidos unânimes em vários cultos semanais buscando a Deus e aguardando a promessa. “E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2), enchendo as pessoas que adoravam o Eterno na casa em que estavam.

O poder vivificante de Deus espalhou-se pela terra a exemplo da criação, quando o Santo Espírito do Senhor pairava sobre as águas (Gn 1.2). A promessa chegara a partir de pessoas simples que buscavam a Deus em oração crendo na promessa do Cristo.

1. ELE TRABALHA PARA A IGREJA CONTINUAR A OBRA DE CRISTO

Seu propósito é equipar os santos para a grande comissão - Atos 1.8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.

Seu propósito é motivar os santos a cumprir a grande comissão - Lucas 24.49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Seu propósito é conduzir os santos na obra da grande comissão - Atos 13.2 E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

2. ELE DERRAMA PODER SOBRE OS QUE PERSEVERAM EM BUSCAR

Pela oração somos motivados a exercitar nossa espiritualidade - Atos 1.14 Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos.

Pela oração alcançamos a efusão prometida e dádivas espirituais - Atos 2.4 E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

Pela oração somos revestidos a pregar a palavra com ousadia - Atos 2.38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

3. ELE CAPACITA A TODOS QUE SE DISPÕE PELA CAUSA DE CRISTO

A oração é um meio de buscar ousadia para levar almas a Cristo - Atos 2.40 E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

A oração é um meio de receber unção para proclamar a salvação - Atos 2. 41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.

A oração é um meio de preparação para o êxito em nossas missões - Atos 4. 32 E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

Através da oração Deus opera poderosamente. A oração era o elemento principal na vida do Senhor Jesus, dos apóstolos e da Igreja Primitiva onde a luta diária era constante, porém, na mesma proporção era o desejo dessa igreja em ver o seu Senhor anunciado a todos.



CONSIDERAÇÕES FINAIS:



O ESPÍRITO SANTO FAZ DA IGREJA UM PODEROSO INSTRUMENTO PARA A EVANGELIZAÇÃO:

• Jo 20:19 - A mudança na vida dos discípulos foi total. Desde que Jesus foi preso, até o dia de Pentecoste, eles, com medo dos judeus, estavam com as portas cerradas, totalmente isolados do povo. A sua atividade espiritual havia cessado. Porém, a partir do Pentecoste, foram cheios do Espírito Santo: Foram impulsionados a testificar de Jesus e o fizeram com tanto poder, que já na primeira arrancada foram agragadas quase três mil almas - At 2:41

• A partir do Pentecoste, a Igreja se levantou com poder; foi conduzida pelo Espírito Santo para uma eficiente e dinâmica evangelização. O Espírito Santo os guiou em continuação, de tal maneira, até o ponto de seus inimigos dizerem: “Eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” - At 5:28

• As perseguições não fizeram a Igreja primitiva recuar. Ela se entregava à morte por amor a Cristo; tinha qualidade em sua vida espiritual; eram homens e mulheres santos. Viver numa comunidade estéril e descompromissada com o reino de Deus era-lhes como experimentar a morte.

• Assim, para a Igreja Primitiva…:

• (A) - PODIA-SE MATAR OS SANTOS DE DEUS, PORÉM NÃO SE PODE MATAR O DEUS DOS SANTOS; e

• (B) - MORRER NÃO ERA PROBLEMA; O PROBLEMA ERA A IGREJA NÃO ESTAR VIVA.

• Igreja do Senhor! Fiquemos “em fervente oração”, pois ela é a respiração e o suspiro do espírito humano por Deus. Somente a Sua gloriosa presença em nosso meio é que nos mantém com vida santa, no altar… para Sua glória.



Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino