13/01/2018

LIÇÃO 02 – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA – 1º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição, traremos uma definição teológica da palavra salvação; pontuaremos alguns resultados deste tão grande livramento; veremos os aspectos desta ação divina na vida do homem; e por fim, analisaremos algumas características desta obra de amor de Deus. (Hb 2.1-18)
I – DEFINIÇÃO A PALAVRA SALVAÇÃO
A palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT: 120; e no NT: 47 (JOSHUA, sd, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: (a) livramento material do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1 Tm 2.15; 2 Tm 4.18); e, (b) a salvação espiritual e eterna concedida por Deus aos que creem no Senhor Jesus Cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; I Tm 2.4; 2 Tm 1.9; Tt 3.5)” (VINE, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (ANDRADE, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”. Acerca da salvação devemos destacar que:
1.1 A salvação é uma promessa. Após a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus.
1.2 A salvação é um ato de amor. A Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho Unigênito […]” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou que: “Deus provou o Seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar” (Rm 5.8); acrescenta ainda que: “o grande amor de Deus excede todo o entendimento” (Ef 2.4; 3.19); João diz que “Deus é amor” (1Jo 4.8); e que: “Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.10).
1.3 A salvação é um ato atemporal. Vemos que a salvação de Deus é processada em três tempos, no passado, presente e futuro. Por um lado, Paulo declara que “somos salvos” (1Co 1.18), como fato consumado. No entanto, em outro lugar, ele nos diz que devemos “desenvolver a salvação” (Fp 2.12) e, em outro ainda, que “seremos salvos” (Rm 5.9; 1Pd 1.5). Logo, a salvação já aconteceu, no passado, está acontecendo, no presente, e acontecerá, no futuro.
II – RESULTADOS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
Em termos práticos, todo ser humano já nasce sob o domínio do pecado, destituído da glória de Deus, e, por esse motivo, necessita de salvação (Sl 51.5; Rm 5.12). A salvação é o retorno a Deus e a seus princípios; é o rompimento com uma vida errante e digna de condenação. Notemos:
3.1. A salvação é o resultado de uma ação prévia de Deus. O plano da salvação, por ser divino, é perfeito. Ele foi elaborado desde antes da fundação dos tempos, isso significa que, mesmo Adão tendo desobedecido a Deus e colocado toda a humanidade em desgraça (Rm 5.12), Deus nunca perdeu o controle, pois a salvação foi elaborada antes mesmo que Adão pensasse em existir (2Tm 1.9). O Senhor Deus, por sua presciência (1Pe 1.2), já sabia que o homem pecaria. Assim, ainda antes do pecado acontecer, o plano divino de salvação foi elaborado (1Pe 1.20; Ap 13.8).
3.2. A salvação é o resultado de uma ação do resgate do perdido. Por que necessitamos tão urgente de uma tão grande salvação? Porque a Bíblia nos ensina que o homem sem Deus está perdido, e, por esse motivo, precisa ser resgatado (Mc 10.45; Lc 19.10). “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Os recursos humanos, tais quais boas obras, dinheiro, boas intenções, são insuficientes para a salvação (Sl 49.7-8). Mas Cristo Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir” (Tt 2.14). A palavra remir indica resgatar, livrar (usada no sentido de comprar).
3.3. A salvação é o resultado de uma ação reconciliadora entre Deus e o homem. A Bíblia nos ensina que o pecado nos separa de Deus, e, sendo nascidos de semente corruptível, a única coisa que merecemos receber é a morte (Is 59.2; Rm 3.23; 5.10). A vida eterna é uma dádiva que o Senhor gratuitamente nos tem oferecido: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo […]” (2Co 5.18-19 ver Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20).
IV – ASPECTOS DESTA “TÃO GRANDE SALVAÇÃO”
4.1. A tão grande salvação é segura. É fundamental que estejamos seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus Cristo. Dignas são de destaque as características de sua obra: a) PERFEITA“…pode também salvar perfeitamente…” (Hb 7.25-a); b) ETERNA: “… seu próprio sangue… havendo efetuado eterna redenção” (Hb 9.12-a); e, c) ÚNICA“… oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados…” (Hb 9.28-a). Fomos salvos por sua morte e salvos por sua vida!
4.2 A tão grande salvação é substitutiva. Quando o homem caiu e se afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus. O homem, por si só não poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante de Deus, a não ser que haja um “substituto”. A Bíblia ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foi vicário por todos os homens (Is 53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14, 15, 21; Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pd 2.24).
4.3 A tão grande salvação é redentora. A redenção tem sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é aplicada no que diz respeito ao pecado e o débito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb 9.22 cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado pudesse ser pago, era necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9; 1Pd 2.21-22). Podemos concluir que essa compra implicou no pagamento de um preço alto (2Pd 2.1; Ap 5.9,10).
4.4 A tão grande salvação é propiciatória. Deus demonstra sua justa ira para com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts 2.16; Ap 6.16; 14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15). Contudo, em Cristo é providenciada uma oferta “propiciatória” e assim a ira de Deus contra o pecado é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv 16.14.15).
4.5 A tão grande salvação é reconciliadora. A reconciliação é necessária pelo fato de que o homem sem salvação vive em uma relação de inimizade e hostilidade com Deus (Rm 5.9,10; 2Co 5.18-21), e, como inimigo de Deus está plenamente passível de sofrer a manifestação de sua Ira. Vemos que Deus propõe uma resolução para esse problema por meio da morte do Senhor Jesus. (Rm 11.15; 2Co 5.18-21; Ef 2.16; Cl 1.20-21).
V – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
5.1 Esta salvação é grande pela sua procedência. Diz o texto de João 3.16: “Porque Deus amou…”. Isto significa que a nossa salvação do pecado e das suas consequências teve início no coração de Deus, pois Ele tomou a iniciativa (Jn 2.9). Diz o salmista que “a salvação vem do Senhor” (Sl 3.8), por isso não é uma salvação qualquer, pois ela procede de Deus, vem Dele, e, por isso, não é uma simples ação. Foi o Senhor quem tomou a iniciativa de nos amar, por isso que não é um qualquer livramento. É uma salvação enorme, é maravilhosa, tremenda, porque procede de Deus. Ele tomou a iniciativa; Ele nos amou primeiro.
5.2 Esta salvação é grande pela sua amplitude. Deus não amou apenas um grupo de pessoas; o amor de Deus se estende tanto em largura como em altura, que alcança todo aquele que crê sinceramente: “Deus amou o mundo…”. A salvação que vem de Deus é grande pela sua amplitude. Não é uma salvação restrita somente para alguns, o convite é aberto a todos: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso…” (Mt 11.28-30).
5.3 Esta salvação é grande pela sua intensidade. Essa salvação não é uma ação qualquer porque Deus nos amou intensamente, profundamente, de todo o coração. Ele nos amou por inteiro, intensamente:“Porque Deus amou o mundo de tal maneira…”. Ele nos amou de todo o coração, até o fim, até os limites mais extremos. Por isso, não é uma mera salvação ou um livramento qualquer; ela é grande pela sua intensidade. Foi de “tal maneira” que Deus nos amou.
5.4 Esta salvação é grande pelo seu preço. Custou muito para Deus entregar o seu Filho unigênito para morrer naquela cruz: “… que deu o seu filho unigênito”. Deus entregou o seu Filho unigênito por amor a todos os homens. Por isso não é uma mera salvação, é tremenda, é grande. Esta salvação não é uma qualquer porque custou muito, custou o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário: “… não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver… mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito” (1Pd 1.18). Por isso não é uma mera salvação, é uma tremenda em maravilhosa salvação: “Aquele que nem mesmo a seu Filho poupou, antes o entregou por todos nós…” (Rm 8.32).
5.5 Esta salvação é grande pela sua oportunidade. A oportunidade é oferecida para aos que creem: “para todo aquele que nele crer…” (Jo 3.16). A Bíblia fala assim: “não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
5.6 Esta salvação é grande pelo seu livramento. Não é uma mera salvação, é uma grande, maravilhosa e extraordinária porque ela nos livra de uma condenação eterna, de um juízo eterno grande pelo seu livramento: “não pereça”. Esta salvação nos livra de uma eternidade longe de Deus, num lugar que não foi preparado para os homens; foi preparado para o diabo e os seus anjos. Por que sobre nós, a Bíblia revela, que Jesus veio para nos dar vida e vida eterna, vida abundante, vida em termos quantitativos e qualitativos: “… porque eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele Dia” (2Tm 1.12).
5.7 Esta salvação é grande pela sua bênção. Finalmente, diz o verso de João 3.16: “… mas tenha a vida eterna”. A salvação que vem de Deus é grande pela sua bênção, porque a salvação que vem do Senhor, não apenas nos livra de uma condenação eterna, mas nos oferece a possibilidade do céu, uma vida que dura para sempre na presença de Deus.
CONCLUSÃO
A morte de Jesus na cruz, para realizar a salvação, foi um ato da graça de Deus. Sua morte foi em favor de cada pecador; um claro ensino de Hebreus é que sua morte foi uma expiação substitutiva pelo nosso pecado. Sua morte não foi uma expiação limitada, isto é, para algumas pessoas seletas, como alguns reivindicam, mas Ele provou temporariamente a morte por todos os homens. Sua morte é de proveito para todo aquele que por fé se submete a Ele como Senhor e Cristo.

Publicado em : http://ebdweb.com.br/uma-salvacao-grandiosa-ieadpe-2/

01/01/2018

Lição 1 - A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho.” (Hb 1.1)

Orientação Pedagógica

O processo de ensino-aprendizagem passa por várias concepções: a primeira é a tradicional, onde os alunos são receptores de saberes que seus professores os transmitem, nessa o que mais importa é a quantidade de conteúdos que se trabalha, o professor tem o conhecimento acabado sendo dono da verdade, onde as tarefas são padronizadas. Na segunda vem a comportamentalista, a qual consiste num arranjo e planejamento de condições externas que proporcionam aos estudantes a aprender. Nessa o professor ensina e observa o comportamento de cada um, recebendo incentivos através de prêmios, os elementos mais importantes são o aluno e o objetivo proposto.

Na humanística, o ensino está centrado na pessoa, onde o professor devera orientá-lo para a vida, a fim de conseguir agir em sociedade. Aqui a aprendizagem deve ser significativa, modificando o comportamento e as atitudes; na cognitiva os alunos recebem estímulos do meio conseguindo organizar seus conhecimentos, sentem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos verbais, conseguindo processar e interagir informações. por isso o ensino é baseado no ensaio e erro, na pesquisa na investigação, na solução de problemas por parte do aluno; e na sócio-cultural supera-se a relação opressor-oprimido através da socialização de saberes de igual valor, transformando a situação objetiva geradora de opressão, trabalhando desenvolvimento da consciência crítica e da liberdade, sendo os alunos sujeitos criadores.

A Epístola aos Hebreus  tem recebido muitos predicados: “Os conceitos da epístola são admiráveis” Orígenes (185 – 254 d.C.). Lutero (1483-1546) classificou como “uma epístola maravilhosamente bela”.  Calvino (1509-1564), por sua vez, afirmou que “não há nenhum livre da Santa Escritura que tão claramente fale do sacerdócio de Cristo. Adam Clarke (1760-1832) relata que “a epístola aos Hebreus é de longe, a mais importante e útil de todos os escritos apostólicos; todas as doutrinas do evangelho estão nela encarnadas.”

          Autoria: Esta carta, indubitavelmente, é anônima, porém, inspirada pelo Senhor. Segundo Champlin, ao longo dos anos, muitos são as conjecturas sobre a autoria deste livro: Barnabé, Silas, Timóteo, Áquila, Priscila, Clemente de Roma, Apolo ou o diácono Filipe. A Carta já foi considerada de autoria paulina,  (Concílio de Cartago 397 d.C.). Tertuliano sugeria a autoria a Barnabé.

          Na Idade Média, esta idéia permaneceu, porém, com o advento do Renascimento e da Reforma Protestante, voltaram-se a falar sobre o assunto. Lutero, por exemplo, acreditava que o autor fora Apolo (At 18.24)  e não Paulo. Reafirmamos que o questionamento é sobre a autoria e não relacionado à inspiração divina.

          Destinatários: Na visão tradicional, a epístola foi escrita aos cristãos judeus na Palestina, porém, alguns, como Theodor Zahn, sugere que ela se destinava ao grupo de cristãos judeus em Roma. EM 1836, sugeriu-se pela primeira vez, que Hebreus foi dirigida basicamente aos gentios.

          A Expressão em 13.24 “os da Itália vos saúdam”, soa como se italianos longe de casa estivessem enviando saudações aos amigos em Roma.
Conteúdo e Propósito: Nesta carta, o autor tem a intenção de produzir ânimo, fé e esperança, em um tempo de apostasia (abandono da fé), como nos dias atuais e apresenta  Jesus como o Sumo Sacerdote , sendo superior a cada aspecto da religião do Antigo Testamento. A Palavra chave é “melhor” ou “superior” ou “mais excelente”. Cristo é superior a Moisés, aos anjos ou Josué.

A Superioridade de JESUS

          A superioridade de Jesus é um dos principais temas do livro de Hebreus, um dos mais fascinantes livros do Novo Testamento. O autor deste livro mostra que Jesus ocupa uma posição acima dos anjos, acima de Moisés, acima dos sacerdotes do Antigo Testamento e acima dos sacrifícios feitos sob a velha Lei. Todos estes argumentos apoiam a conclusão que a Aliança dada por Jesus é superior à Aliança dada por meio de Moisés.
          As afirmações do primeiro capítulo de Hebreus nos impressionam com a exaltação de Jesus. Sua palavra é mais importante do que as revelações do Antigo Testamento, dadas aos pais e profetas, porque ele é o Filho de Deus. Ele criou o universo e sustenta a criação “pela palavra do seu poder” (Hebreus 1:2-3). Jesus mostra aos homens a imagem exata do Pai, e habita atualmente na presença do Pai, para onde voltou depois de completar seu trabalho redentor aqui na terra (Hebreus 1:3-4).
           “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1:5; citação de Salmo 2:7). Alguns usam estas palavras erroneamente para negar a eternidade de Jesus, sugerindo que ele foi gerado no sentido de ser criado pelo Pai. Porém, o próprio contexto citado (Salmo 2) e todas as citações deste versículo no Novo Testamento falam da exaltação de Jesus, não do seu nascimento ou criação. Jesus, o eterno “Eu Sou” (João 8:24), não passou a existir, mas foi “gerado” quando o Pai o exaltou.
          “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hebreus 1:6; citação de Salmo 97:7). Este versículo é muito interessante no estudo das afirmações da divindade de Jesus no Novo Testamento. Adoração é reservada exclusivamente para Deus, como o próprio Jesus ensinou (Mateus 4:10). Quando o Pai mandou que os anjos adorassem o Filho, ele afirmou a divindade de Jesus!
          “No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra” (Hebreus 1:10; citação de Salmo 102:25). O entendimento desta citação tira qualquer dúvida sobre a posição do autor de Hebreus referente a Jesus Cristo. Esta é a terceira de uma série de citações “acerca do Filho” (Hebreus 1:8). Quando voltamos a examinar o texto citado, percebemos que este salmo de louvor foi dirigido ao SENHOR (Salmo 102:1,12). A maioria das Bíblias utiliza a palavra SENHOR em maiúsculas nestes versículos. É uma maneira comum de mostrar que a palavra hebraica traduzida é o Tetragrama (YHWH), uma palavra impronunciável que era o nome mais comum de Deus no Antigo Testamento. Alguns traduzem este nome como Yahweh, Javé, Jeová, etc. Independente da soletração ou pronúncia, o que precisamos entender aqui é que este nome não pertence somente ao Pai. É o nome de Deus aplicado também ao Filho, Jesus Cristo. Em outras palavras, o autor de Hebreus afirmou que Jesus Cristo é YHWH (Jeová, Yahweh, Javé). Todos que acreditam na Bíblia devem reconhecer que Jesus é Deus e que ele merece a adoração das suas criaturas!
          De fato, Jesus merece adoração, e quem recusa dar esta honra para ele desagrada ao Pai, também: “a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou” (João 5:23). O modo pelo qual honramos o Pai é chamado de adoração. O modo pelo qual devemos honrar o Filho é o mesmo: adoração!
          “Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés” (Hebreus 1:13; citação de Salmo 110:1). Esta última citação do Antigo Testamento em Hebreus 1 mostra mais uma vez a posição exaltada de Jesus. Ele é superior aos anjos, e superior a nós. Vamos dar-lhe a devida honra e adoração!
Ele é o próprio Filho de Deus, não apenas um homem chamado por Deus. O autor deixa claro que Jesus é Deus ( Hb 1.3), pois sua descrição jamais poderia ser aplicada a um homem mortal. O “resplendor da sua glória” refere-se a glória de Deus que habitava no tabernáculo e no templo ( ver Ex 40.34-38 e I Rs 8.10). Cristo é para o Pai aquilo que os raios são para sol. Da mesma forma como não se pode separar os raios do sol, também é impossível separar a glória de Cristo da natureza de Deus.
Ele é o Criador do universo, pois por meio Dele, Deus fez o universo ( Hb 1.2). Cristo não apenas criou todas as coisas pela sua palavra ( Jo 1.1-5), como também sustenta todas as coisas por meio dessa mesma palavra poderosa ( Hb 1.3). Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste ( Cl 1.17).
          É fácil visualizar o contraste entre Cristo, o Profeta, e os outros profetas. Cristo é o Filho de Deus. Os profetas foram homens chamados por Deus. Cristo é a mensagem definitiva e completa. Os profetas possuíam uma mensagem incompleta. É evidente que a revelação do A.T quanto do N.T vieram de Deus; mas Jesus Cristo é a “última palavra” de Deus, no que se refere a revelação. Cristo é a fonte, o centro e o fim de tudo o que Deus tem para dizer.
          Ele governa como Rei ( Hb 1.3). Ele está assentado, pois terminou seu trabalho e se encontra “à direita da majestade, nas alturas”, o lugar de honra. Isso prova que ele é igual a Deus o Pai, pois nenhum ser criado jamais poderia assentar-se à destra de Deus


Conclusão: O termo superior é usado aproximadamente treze vezes nessa epístola. O autor mostra a superioridade de Jesus Cristo e de sua salvação em relação ao sistema religioso hebraico. Cristo é “superior aos anjos” ( Hb 1.4). Ele trouxe uma “esperança superior” ( Hb 7.19), pois Ele é o Mediador de uma “superior aliança instituída com base em superiores promessas” ( Hb 8.6). Cristo é superior a Moisés ( Hb 3.1). Ele é superior a Arão ( Hb 4.14). Seu sacrifício é superior ( Hb 10).
          Outro termo que aparece repetidamente ao longo do livro é perfeito; no original grego, é usado por quatorze vezes. Significa uma posição perfeita diante de Deus. Essa perfeição jamais poderia ser alcançada pelo sacerdócio levítico ( Hb 7.11), pela lei ( Hb 7.19). Jesus Cristo entregou-se como oferta única pelo pecado e, desse modo, “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” ( Hb 10.14).
           O adjetivo eterno é o terceiro termo importante para a entendermos a epístola aos Hebreus. Cristo é o “Autor da salvação eterna” ( Hb 5.9). Por meio de sua morte, ele [obteve] eterna redenção ( Hb 9.12) e compartilha conosco “a promessa de eterna herança” ( Hb 9.15). Seu trono é “para todo sempre” ( Hb 1.8), e Ele é “sacerdote para sempre” ( Hb 5.6; 6.20; 7.17). Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre ( Hb 13.8).


Bibliografia

A Supremacia de Cristo. José Gonçalves. CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Manual Bíblico Vida Nova
Revista Ensinador Cristão. CPAD

Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical,, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.
Contatos para palestras, congressos, mensagens:

(21) 99439-0392 (claro)