Éfeso era uma antiga cidade grega. Era
uma das mais importantes cidades da Ásia Menor, no que atualmente é a Turquia.
Era uma cidade muito próspera e rica em livros (biblioteca 12 mil rolos). O
significado do nome é “desejável”. Era conhecida por causa de seu famoso templo
de Ártemis ou Diana dos Efésios (127 colunas de mármores de 20 metros de altura
cada uma – a área era de 130 metros de cumprimento por 70 de largura).
A igreja foi fundada por Paulo em sua
segunda viagem missionária, pastoreada por João, e depois, assistida também por
outros dois obreiros: Tíquico e Timóteo. Em sua terceira viagem missionária,
Paulo permaneceu em Éfeso três anos.
Características
da Igreja em Éfeso:
1 – Marcado pelas boas obras. O
verdadeiro evangelho não se restringe ao púlpito.
2 – Trabalho intenso. Era uma igreja que
estava trabalhando intensamente. Porém,
cabe ressaltar que não podemos confundir trabalho com ativismo. Precisamos
fazer a Obra do Senhor com sabedoria e entender que Deus não unge métodos e sim
pessoas (Pr. Alex Pinheiro)
3 – Uma igreja perseverante. Esta
virtude é a firmeza ou constância num sentimento, numa resolução, num trabalho,
apesar das dificuldades e dos incômodos. É a virtude que contribui para o êxito
na vida humana.
4 – Combate aos maus. Um herege ou
alguém mal intencionado não permanecia nesta igreja.
5 – Excelência Teológica. Com certeza,
os irmãos de Éfeso tinham um bom conhecimento teológico, pois passaram por um
seminário intenso com seus líderes. Imagine aprender com Paulo e João.
6 – Suportavam as Dificuldades. O
trabalho era árduo e cansativo. No entanto, o verdadeiro obreiro de Cristo
suporta o insuportável e tira força da fraqueza.
O primeiro amor. Alguns acham que a perda do “primeiro
amor” por parte da igreja de Éfeso era uma baixa produtividade ou um
relaxamento no trabalho de Deus. Mas de acordo com o que Jesus falou na carta à
Igreja de Éfeso, não se trata apenas de “relaxar” no trabalho de Deus, pois o
Senhor lhes disse: “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança”
(Ap 2:2a). A igreja de Éfeso se destacava por suas muitas obras, seu labor
árduo e sua perseverança paciente. Não tolerava homens maus em seu meio. Tinha
a capacidade de discernir falsos apóstolos e lidar com eles de modo apropriado.
Tampouco se trata de desânimo ou desistência, uma vez que nesta mensagem
profética o Senhor Jesus louva a persistência desses cristãos de Éfeso: “e tens perseverança, e
suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer”
(Ap 2:3). O que mais denota ou caracteriza a perda deste “primeiro amor” é o
arrefecimento da chama da afeição. O entusiasmo ardente dos primeiros dias
havia desaparecido. Ao olharem para trás, seus membros veriam dias melhores nos
quais seu amor como noiva de Cristo fluía de modo caloroso, pleno e
desimpedido. Continuavam firmes na doutrina e ativos no serviço, mas o
verdadeiro motivo de toda adoração e serviço não estava presente. Precisavam se
lembrar dos dias mais venturosos do início da fé, se arrepender da perda do
“primeiro amor” e resgatar o serviço dedicado que havia caracterizado o
princípio de sua vida cristã. De outro modo, o Senhor removeria o “candeeiro”
de Éfeso, ou seja, aquela congregação deixaria de existir. Seu testemunho se
apagaria. Infelizmente, foi o que aconteceu.
Amnésia do Amor. Como alguém pode esquecer de sua
identidade? É isso mesmo, o amor é o cartão de identidade do cristão. Bem disse
o pr. Claudionor de Andrade, “esquecer o primeiro amor não é incidente
teológico, é queda espiritual”. Jesus advertiu: “Deixaste o primeiro
amor”(2:4). Isto se refere ao primeiro e profundo amor e
dedicação que os efésios tinham por Cristo e sua Palavra. Esta advertência nos
ensina que conhecer a doutrina correta, obedecer a alguns dos mandamentos e ir
aos cultos na igreja não bastam. Quando nosso conhecimento teológico não nos
move a nos afeiçoarmos mais a Deus o amor esfria. Conhecemos muito a respeito
de Deus, mas não desejamos ter comunhão com ele. Como o profeta Jonas falamos
que Ele é todo-poderoso, mas o desafiamos com nossa rebeldia. Falamos que ele é
amável, mas não temos prazer em falar com ele em oração. A igreja deve ter,
acima de tudo, amor sincero a Jesus Cristo e sua Palavra como um todo. O amor
sincero a Cristo resulta em devoção sincera a Ele, em pureza de vida e em amor
à verdade(2Co 11:3). Deixamos também nosso primeiro amor quando nosso
amor por Jesus é substituído pelo nosso zelo religioso. Defendemos
nossa teologia, nossa fé, nossas convicções e estamos prontos a sofrer e a
morrer por essas convicções, mas não nos deleitamos mais em Deus. Não nos
afeiçoamos mais a Jesus. Já não sentimos mais saudades de estar com ele. Os
fariseus eram zelosos das coisas de Deus; observavam com rigor todos os ritos
sagrados, mas o coração deles estava seco como um deserto. Hoje, também,
existem crentes fiéis, mas sem amor. Crentes ortodoxos, mas secos como um
poste. Crentes que conhecem a Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes
que morrem em defesa da fé e atacam a heresia como escorpiões do deserto, mas
não amam mais o Senhor com a mesma devoção. Crentes que trabalham à exaustão,
mas não contemplam o Senhor na beleza de sua santidade. Sofrem pelo evangelho,
mas não se deleitam no evangelho. Combatem a heresia, mas não se deliciam na
verdade. Deixamos, ainda, nosso primeiro amor quando examinamos os
outros e não examinamos a nós mesmos. A igreja de Efeso examinava os
outros, mas não era capaz de examinar a si mesma. Tinha doutrina, mas não tinha
amor. Era capaz de identificar os falsos ensinos e os falsos apóstolos, mas não
identificava a frieza do amor em si mesma. Identificava a heresia nos outros,
mas não sua própria apatia espiritual. Tinha zelo pela ortodoxia, mas estava
vazia da principal marca do cristianismo, o amor.
Conselhos para
quem acha que existe segundo, terceiro, quarto....... amor
1. Lembrar-se de onde caiu. Jesus foi
enfático à igreja: “Lembra-te, pois, de onde caíste”. A igreja não está sendo
chamada a relembrar seu pecado. Não está sendo dito: lembra-te em que situação
caíste, mas de onde caíste.
2. Arrepender-se. Em seguida Jesus disse: “arrepende-te“.
Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Não precisa existir choro,
basta decisão
3. Voltar a prática das primeiras obras. Finalmente Jesus
disse: “volta à
prática das primeiras obras“. Como mencionei no item III.1 acima,
os crentes efésios eram ricos em obras. Foi o próprio Jesus quem o disse. Então
por que voltar às primeiras obras? Certamente, esses crentes eram bastante
esforçados em seus trabalhos em prol do Reino de Deus. Todavia, no trabalho que
desempenhavam em prol do reino de Deus estava ausente o principal e
indispensável elemento: o amor.
Conclusão
A carta à igreja
dos efésios nos ensina que a ortodoxia uma vez praticada sem amor, esfria e
mata a verdadeira espiritualidade. Não podemos, a pretexto de “zelar” pela
verdade, desconsiderar o cultivo de uma profunda espiritualidade banhada em
amor. A nossa mensagem deve tocar mentes e corações. Assim, como o Senhor requereu
da igreja de Éfeso, devemos voltar ao primeiro amor e encharcarmo-nos do
Evangelho da Graça de Deus. É tempo de voltar-se para Jesus, de se devotar
novamente a Ele. Arrependa-se de ter deixado a verdadeira ortopraxia
cristã.
Para
voltar ao primeiro amor é simples, basta lembrarmos da dedicação disposição que
fazíamos sem esperar posições ou reconhecimento para satisfazer nosso ego.
Bibliografia:
Ensinador Cristão - nº 49
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia, RN Champlin
Os sete castiças de Ouro, Claudionar de
Andrade
Pr. Manoel Flausino Filho, seu amigo!
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