Introdução
Na lição de hoje estudaremos sobre a Graça de Deus. O homem estava
perdido e Deus soberanamente decidiu, por sua graça, manifestar a salvação
através de Cristo Jesus.
O termo graça, vem do latim gratus
(agradável, amável) e do latim charis, que em sua tradução envolve muitos
sentidos: favor, cuidado ou ajuda graciosa, boa vontade. A graça envolve termo
como perdão e salvação, neste sentido significando favor imerecido.
Champlin nos ensina que: “o principio
da graça divina, em contraste com a lei e os méritos humanos, através de cujo
princípio a salvação é oferecida aos homens. A misericórdia e a graça divinas
são dadas aos homens sobre o fundamento da missão de Cristo, recebidas pela fé
(Ef 2.5,8; Cl 1.6)
I - A Graça como meio da Salvação
O livre favor divino é recebido,
mas nunca merecido, mediante a fé.
A Graça opera por causa do amor
de Deus através do mesmo. Ela é divina e não tem sua origem no homem.
Através da Graça Deus redime o
homem de modo totalmente à parte de seus méritos pessoais e não em cooperação
com os mesmos, porquanto a salvação vem exclusivamente pela fé, independente de
obras, contudo, cabe ressaltar que a graça e as obras são sinônimas, pois a
dalvação inclui necessariamente a santificação, e esta tem de incluir as obras
santas.
II - Graça Barata x Graça cara
“Não pode ser barato para nós
aquilo que custou caro para Deus”, disse Dietrich Bonhoeffer antes de ser morto
pelos nazistas. Em tempos difíceis como o nosso, em que a injustiça anda de
mãos dadas com a impunidade sem precedente em nossa história, em que o céu é
apresentado sem a existência da realidade do inferno, este tema se faz urgente,
e muito necessária a sua reflexão! Leia as palavras de Bonhoeffer:
“A graça barata
é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina
comunitária, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem
confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a
cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.
A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para cuja aquisição o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o senhorio régio de Cristo, por amor do qual o ser humano arranca o olho que o faz tropeçar; o chamado de Jesus Cristo, pelo qual o discípulo larga suas redes e o segue.
A graça preciosa é o Evangelho que se deve procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater. Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao ser humano, e é graça por, assim, lhe dar a vida; é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador. Essa graça é sobretudo preciosa por ter sido preciosa para Deus, por ter custado a Deus a vida de seu Filho – “vocês foram comprados por preço” – e porque não pode ser barato para nós aquilo que custou caro para Deus. A graça é preciosa sobretudo porque Deus não achou que seu Filho fosse preço demasiado caro para pagar pela nossa vida, antes o deu por nós. A graça preciosa é a encarnação de Deus.” Dietrich Bonhoeffer (teólogo e pastor martirizado aos 39 anos pelos Nazistas.)
A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para cuja aquisição o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o senhorio régio de Cristo, por amor do qual o ser humano arranca o olho que o faz tropeçar; o chamado de Jesus Cristo, pelo qual o discípulo larga suas redes e o segue.
A graça preciosa é o Evangelho que se deve procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater. Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao ser humano, e é graça por, assim, lhe dar a vida; é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador. Essa graça é sobretudo preciosa por ter sido preciosa para Deus, por ter custado a Deus a vida de seu Filho – “vocês foram comprados por preço” – e porque não pode ser barato para nós aquilo que custou caro para Deus. A graça é preciosa sobretudo porque Deus não achou que seu Filho fosse preço demasiado caro para pagar pela nossa vida, antes o deu por nós. A graça preciosa é a encarnação de Deus.” Dietrich Bonhoeffer (teólogo e pastor martirizado aos 39 anos pelos Nazistas.)
III - SOMENTE PELA GRAÇA O SER HUMANO PODE SER SALVO
O apóstolo Paulo foi o principal
instrumento humano para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Não
é de admirar que mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da
graça”. Com maestria, ele nos fala sobre a graça de Deus na epístola aos
Romanos de forma abundante (Rm 1.5,7; 3.24; 4.4,16; 5.2; 5.15,17,18; 5.20;
5.21; 11.6). No NT, a palavra graça no grego é “charis”, que indica
“graciosidade, favor”.
3.1 A graça é um ato soberano (Rm 1.7; 5.15; Tt 2.11). Nos
referidos textos, Paulo nos diz que a graça procede soberanamente de Deus. Isto
porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua fonte originária (I Co 15.10;
I Pe 5.10). Segundo a Bíblia Deus manifestou a sua graça em toda a sua
plenitude na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo (II Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18;
Ef 2.7; Fp 4.23; Ap 22.21). “A expressão 'manifestar' no original se relaciona
ao substantivo 'epifania', ou seja, 'aparecimento' ou 'manifestação' (por
exemplo, do sol ao amanhecer). A graça de Deus surgiu repentinamente sobre os
que estavam nas trevas e na sombra da morte (Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt
3.4)” (HENDRIKSEN, 2001, p. 453).
3.2 A graça é imerecida (Rm 3.24; 11.6; Ef 2.5.7-8). A palavra
traduzida como graça significa “favor imerecido”. Para falar sobre este favor
imerecido ao pecador, Paulo usa a seguinte argumentação: “Ora, àquele que faz
qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a
dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a
sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4,5). Nestes versículos, o apóstolo
deixa claro que a salvação é concedida ao homem sem ele merecer. Não há nada
que o homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a graça aniquila
qualquer obra que visa receber a salvação por mérito “Não vem das obras, para
que ninguém se glorie” (Ef 2.9). Segundo Soares (p. 76) “A graça é o favor
imerecido de Deus para com o pecador; é a bondade para quem apenas merece o
castigo”.
3.3 A graça é suficiente (Rm 3.24; Ef 2.8). Paulo nos mostra que a
Lei não é suficiente para salvar o homem. Até porque seu propósito é revelar o
pecado e não extirpá-lo (Rm 7.7). Todavia, a graça de Cristo faz por nós aquilo
que a Lei nunca poderia. Um dos pontos da Reforma Protestante é o “sola gratia”
que diz que embora a fé seja o caminho dado por Deus para a salvação, não é ela
quem nos salva, mas a graça “Porque pela graça sois salvos” (Ef 2.8-a). Lutero
refutou o ensino católico romano da salvação pelas obras, alegando com base no
que diz a Bíblia, que é pela graça, o favor imerecido de Deus, que ele nos
concede a bênção da salvação (At 15.11; Rm 11.6).
3.4 A graça não faz acepção (Rm 1.16; 3.29; 9.24). Desde o início,
a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens
indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). É errôneo pensar embora “todos pecaram”
(Rm 3.23), somente os eleitos serão salvos. Em Tito 2.11 Paulo diz “[...] a
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A vinda
do Messias mostra claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm
2.11; Ef 6.9; I Pe 1.17). Portanto, a graça de Deus que nos é oferecida
mediante o evangelho, é derramada sobre todos em pé de igualdade, ou seja ela
alcança tanto judeus como gentios (Gl 3.14; Ef 3.6).
Conclusão
Apesar da queda da raça humana,
Deus, por sua maravilhosa graça decidiu soberanamente salvar o homem caído em
pecado, por meio de Jesus Cristo. Esta graça alcança a todos os homens
indistintamente e apesar de nos salvar independente das obras, nos impele a uma
vida de santificação que é a evidência visível da salvação.
Bibliografia
Comentário Bíblico Beacon. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Graça. Max Lucado. Thomas Nelson Brasil
Justiça e Graça. Natalino das Neves. CPAD
Maravilhosa Graça. José Gonçalves. CPAD
O poder e a mensagem do Evangelho. Paul Washer. Fiel
Um Verdadeiro Arrependimento. Manoel Flausino. Inteligência Editorial
Verdadeiro Evangelho. Paul Washer. Fiel
Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominica, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas, dirigente da Congregação Fonte das Águas MDV.
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