28/06/2015

Lição 1 – Uma mensagem à Igreja Local e à Liderança

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
3º trimestre de 2015 –

A igreja e o seu testemunho –
As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais


Orientação Pedagógica:
O Papel da didática:


     A didática para assumir um papel significativo na formação do educador não poderá reduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolver um processo de ensino-aprendizagem, e sim, deverá ser um modo crítico de desenvolver uma prática educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.
      A didática deve servir como mecanismo de tradução prática, no exercício educativo, de decisões filosófico-políticas e epistemológicas de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Ao exercer seu papel específico estará apresentando-se como o mecanismo tradutor de posturas teóricas em práticas educativas.


           I)                    Introdução
          Estamos iniciando mais um trimestre e temos o privilégio e alegria de estudarmos as epístolas de I e II Timóteo e Tito, chamadas de cartas pastorais. Estas missivas foram destinadas a dois jovens pastores que cuidavam da igreja do Senhor. Paulo, zeloso pela igreja de Cristo sentiu de perto a necessidade de escrever para orientar aos jovens pastores, pois grandes desafios encontrariam pela frente e precisavam da orientação de seu tutor e pastor.



               II)                  Autor e data
          Estas epístolas foram escritas pelo apóstolo Paulo. Este, antes de sua conversão era perseguidor da igreja de Cristo (I Tm 1. 12,13), fora aluno de uma das melhores escolas judaicas (escola de Hillel) e por um dos melhores mestres desta época e escola: Gamaliel (At 5.34; 22.3); todavia após o encontro com Jesus, foi enviado pelo Senhor a pregar o Evangelho entre os gentios e levá-lo a Roma (At 9.15,16; 19.21).
          A primeira carta a Timóteo foi escrita por volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisão de Paulo. Em seguida, por volta de 65 d.C. foi escrita a Carta a Tito. Já a segunda epístola a Timóteo foi escrita por volta de 67 d.C., quando em seu segundo encarceramento, antes de sua morte, faz parte das cartas escritas na prisão com Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemom.

III)                Destinatários

          Foram dirigidas aos jovens pastores: Timóteo e Tito. Como Paulo não poderia estar presente neste momento, utilizou-se de cartas para auxiliá-los. Vejamos:

a)      Timóteo significa honrado por Deus. Provavelmente, converteu-se ao cristianismo durante a primeira viagem missionária de Paulo (At 16.1). Notabilizou-se como exemplo de um jovem crente (At 16.2). Champlin menciona que nenhum outro líder cristão, dentre os companheiros de Paulo, foi tão recomendado como Timóteo, especialmente por causa de sua lealdade (1 Co 16.10; Fp 2.19; 2 Tm 3.10). Paulo precisava de um amigo, de um companheiro, de um assistente e viu as virtudes em Timóteo. É mencionado em todas as epístolas de Paulo, exceto em Gálatas. Em Filipenses 1.1 é chamado de servo (ou escravo) de Cristo, o que indica a sua elevada dedicação.

b)      Tito – este nome tem um significado incerto e não temos muitas informações sobre ele antes de sua chegada a Corinto, entre a primeira e segunda epístola de Paulo a esta cidade. Em Corinto, acalmou as perturbações da igreja local (I Co 16.19; II Co 7.15; 8.16). Também, superintendeu a coleta em Corinto para os santos que estavam em dificuldades em Jerusalém (2 Co 8.6). No entanto, cabe ainda ressaltar que,  Tito tinha um ótimo relacionamento com Paulo, da mesma maneira que Timóteo. Compare Tt 1.4 com I Tm 1.2. Aparece no Novo Testamento como pastor ideal (II Co 8.16,17; Tt 1.5)

IV)               Propósitos

          Pelo menos três foram os motivos principais que podemos observar nas epístolas pastorais, a saber:

a)      Combater as heresias (I Tm 1.3,4; 4.1-6). Parte destas cartas é para refutar as falsas doutrinas tanto o judaísmo, que não entendia o significa da Nova Aliança ensinada e vivida por Jesus quanto o gnosticismo (filosofia herética que tenta explicar todas as coisas por meio da gnosis (gr. conhecimento).

b)      Necessidade de encorajar a nomeação de homens espiritual e moralmente qualificados para o ministério. Paulo tem a preocupação em orientar aos jovens pastores em relação aos novos ministros (I Tm 3.1-14; I Tm 5.22; II Tm 2.2).

c)      A necessidade de orientar a vida pessoal, que envolve a vida prática e moral. Paulo entende que os jovens ministros precisavam aprender sobre como estar à frente do rebanho de Cristo (I Tm 3.15; II Tm 2.15-26). Neste aspecto, podemos incluir a preocupação do Apóstolo com a administração da igreja e a ética ministerial.


          Estes propósitos precisam continuar sendo observados nas igrejas hodiernas, pois surgem cada vez mais heresias, textos sem contexto entre outras histórias sobre personagens e detalhes de histórias bíblicas que não estão contidas no Livro Sagrado, porém são pregadas como se verdade fosse. 
           Como também, a ordenação a ministros, pois muitos não são provados e assumem responsabilidades que não estão preparados para realizarem, e prejudicam a obra de Deus. 
          Por fim, o cuidado que todo obreiro deve ter para viver conforme a Palavra de Deus: espiritual, pessoal, familiar, social e eclesiástico.

V)                 Conclusão

          Sabemos que quando não se tem o devido cuidado com os ensinamentos bíblicos, o povo padece, pois fica desprotegido de lobos que não tem compromisso com a Palavra da verdade. Estas epístolas são verdadeiros manuais de Administração Eclesiástica, contendo doutrina, exortações, ensinos práticos e diretrizes sobre e para liderança, para obreiros.
          A igreja continua precisando de “Paulos” (pastores com mais experiência que busquem orientar aos mais jovens), mas precisa também de “Timóteos” e “Titos” (jovens disponíveis e comprometidos com o reino) para que a Obra do Senhor continue a crescer e avançar.
          Que o Senhor nos ensine neste trimestre a compreendermos nossa função no Corpo de Cristo para a edificação da Sua igreja.

Bibliografia
As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elienaldo Renovato de Lima. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 63. CPAD
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova

Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominica, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

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Neste 3º trimestre de 2015, estudaremos:As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais.
Comentário das lições será feito por: Pastor Elinaldo Renovato de Lima
Sumário:
Lição 1-Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança
Lição 2-O Evangelho da Graça
Lição 3- Oração e Recomendação às Mulheres Cristãs
Lição 4- Pastores e Diáconos
Lição 5- Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério
Lição 6- Conselhos Gerais
Lição 7- Eu Sei em Quem Tenho Crido
Lição 8- Aprovados por Deus em Cristo Jesus
Lição 9- A Corrupção dos Últimos Dias
Lição 10- O Líder Diante da Chegada da Morte
Lição 11- A Organização de Uma Igreja Local
Lição 12- Exortações Gerais
Lição 13- A Manifestação da Graça da Salvação
Neste trimestre estudaremos:Novos Tempos, Novos Desafios Conhecendo os desafios do século XXI, com comentários do Pr. César Moisés.
Sumário:
Lição 1- A igreja em um Mundo Novo
Lição 2- O Processo de Globalização
Lição 3- O Terrorismo Marca o Novo Século
Lição 4- A Era da Informação Instantânea
Lição 5- As Epidemias Globais
Lição 6- O Avanço Científico
Lição 7- As Catástrofes Ambientais
Lição 8- As Mudanças dos Valores Morais
Lição 9- A Nova Religiosidade
Lição 10- A Ascensão Econômica
Lição 11- A Superexposição Midiática da Igreja
Lição 12- A Secularização Mais Presente
Lição 13- A Igreja do Século 21

24/06/2015

Lição 13 – A Ressurreição de Jesus

Lição 13 – A Ressurreição de Jesus

Orientação Pedagógica

          Chegamos à última aula do Trimestre e como foi proveitoso estudarmos o livro de Lucas. Como foi bom aprender ou relembrar de alguns episódios que marcaram a vida da igreja e a vida da humanidade, de maneira geral.
          Esperamos que tenha aproveitado as orientações pedagógicas descritas em cada lição anterior: plano de aula, aprendizagem significativa, dentre outras dicas
         Que Deus nos abençoe neste ministério (Rm 12.7)!

Introdução
         
Tão importante quanto o nascimento, a vida, a morte é a ressurreição de Cristo Jesus. Paulo nos adverte que: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” (I Co 15.14)
          Mesmo sendo debatido até os dias de hoje, mesmo sendo desacredito por alguns, mesmo que muitos ignorem, a ressurreição de Jesus é o fato que nos garante que venceremos a morte.



1)      A ressurreição de Jesus nas Escrituras:

a)      Predita pelos profetas (Sl 16.10; At 13.34,35; Is 26.29).

b)      Predita por ele mesmo (Mt 20.19; Mc 9.9; Jo 2.19-22)..

c)      Era necessária:
                    Para o cumprimento das Escrituras (Lc 24.45,46)
                    Para o perdão dos pecados (I Co 15.17)
                    Para a justificação (Rm 4.25; 8.34)
                    Para a nossa esperança (I Co 15.19)
                    Para a eficácia da pregação (I Co 15.14)
                    Para a eficácia da fé (I Co 15.14,17)

d)      Foi confirmada:
Pelos anjos (Mt 28.5-7; Lc 24.4-7)
Pelos Apóstolos (At 1.22; 2.32)
Pelos seus inimigos (Mt 28.11-15)

2)      Ressurreição na pregação da Igreja
         
A ressurreição de Jesus inspirou os discípulos na igreja primitiva a pregarem o evangelho ousadamente:
“Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela; Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, Porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança; Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; Com a tua face me encherás de júbilo. Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz:Disse o Senhor ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita, Até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. (At 2.22-36)
          Crisóstomo (345-407 DC), citado por Champlin, diz que: “aqueles homens teriam continuado derrotados e descoroçoados, se não pensassem verdadeiramente que o Senhor Jesus ressuscitara dentre os mortos.”
          Johannes Weiss, em sua obra History of Primitive Christianity faz o seguinte comentário: “Em verdade, em meio a uma geração melancólica , sem esperança, perversa, ali estava um grupo de homens inspirados, corajosos, que dependiam exclusivamente de seu Deus; em meio a uma nação que se avizinhava de sua destruição, estava um novo povo, e com que futuro!”
          Esta mesma inspiração deve nortear nossas vidas nos dias atuais. Não podemos pregar um outro evangelho, uma outra doutrina (Gl 1.6-9). Não podemos esquecer da essência do evangelho (1 Co 1.18).
              

3)      Teorias errôneas sobre a ressurreição de Jesus
         
          Muitas pessoas, após a morte e ressurreição de Jesus, quiseram esconder o que realmente aconteceu. Dentre alguns pensamentos errôneos, quero destacar, os dois principais, nesta questão:
a)      Jesus não teria realmente ressuscitado dentre os mortos, mas seus seguidores teriam furtado o corpo, conforme alguns judeus também declararam
b)      A teoria do desmaio. Segundo esta teoria Jesus não morreu, mas apenas desmaiou na cruz, entrando em um estado de coma.

1)      O lenço está dobrado
        
“E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.” (Jo 20.5-7)

          Apenas para pensarmos, o texto relata que o lenço ficou dobrado no sepulcro após a saída de Jesus. Mas o que isso tem a ver?
          Para poder entender a significado do lenço dobrado, se faz necessário que entendamos um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época.
          O lenço dobrado tem  a ver com o Amo e o Servo, e todo menino Judeu conhecia essa tradição.
          Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.
          A mesa era colocada ao gosto de seu Amo e, o Servo esperava fora da visão Dele, até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não podia se atrever nunca, a tocar na mesa antes que o Amo tivesse terminado a sua refeição.
          Diz a tradição que ao terminar a refeição, o Amo se levantava, limpava os dedos, a boca, a  sua barba, e embolava o lenço e o jogava sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei".
          No entanto, se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo jamais ousaria tocar na mesa porque, o lenço dobrado queria dizer: - "Eu voltarei!".
        JESUS VOLTARÁ!

Conclusão
          Sabemos que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos o seu próprio corpo, transformado, mas ainda dotado de propriedades físicas. Houve muitas testemunhas oculares dessa realidade.
          Por isso, não devemos aceitar nenhuma teoria contrária aos preceitos bíblicos e crer que a ressurreição ocorreu e que um dia ressuscitaremos também!
“Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.” (2 Co 4.14)

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Teologia Sistemática. Stanley M. Horton. CPAD
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD


Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

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16/06/2015

Lição 12 – A morte de Jesus

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 12 – A morte de Jesus

Orientação Pedagógica

Martin Buber aplicou à Pedagogia os conceitos que usava em sua defesa da paz. Ele explica como, a seu ver, o processo educativo deve privilegiar a conversa e a cooperação entre as crianças. Para ele, saber se relacionar é mais importante do que ser individualmente bem-sucedido. "A relação eu-tu é um ato essencial do homem, atitude de encontro entre dois parceiros na confirmação mútua", destaca Newton Aquiles von Zuben, professor de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas e tradutor de Buber para o português. Essa união tem como pressuposto o nós e só existe se houver diálogo.
Podemos aprender com este teórico a valorização do nosso próximo, devemos ouvir e aprender com nossos alunos, enfim, o diálogo é importante para isso.

Introdução:
O centro da pregação cristã é a vida, obra, morte e ressurreição de Cristo, ou seja, a mensagem cristocêntrica, mesmo que muitos não a aceitem, mesmo que alguns a considere loucura: Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. 1 Co 1.18. Hoje, estudaremos sobre a morte do Salvador na cruz do Calvário.

A Crucificação ou crucifixão foi um método de execução utilizado na Antiguidade e comum tanto em Roma quanto em Cartago. Abolido no século IV, por Constantino, consistia em torturar o condenado e obrigá-lo a levar até o local do suplício a barra horizontal da cruz, onde já se encontrava a parte vertical. De braços abertos, o condenado era pregado na madeira pelos pulsos ou mãos e pelos pés e morria, depois de horas de exaustão, por asfixia e parada cardíaca (a cabeça pendida sobre o peito dificultava sobremodo a respiração): "Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé." (Jo 20 .27)


1)      Momentos antes: a intensa agonia

Antes da crucificação, Jesus passou por momentos de fortes emoções, afinal, teve que enfrentar alguns momentos angustiantes:
a)      Fora traído: E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem? (Lc 22:48)
b)      Fora negado:  E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.Lc 22:60,61
c)      Abandonado por alguns: E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.” (Jo 19:25,26)

2)      Jesus no Getsêmani

O médico amado, Lucas, é o único evangelista que narra estes detalhes. O Getsêmani, prensa de azeite em hebraico, ficava a leste de Jerusalém, no monte das Oliveiras. No lugar onde as azeitonas eram prensadas e esmagadas, Jesus também foi preso e esmagado.
O Getsêmani tem um formato de quadrilátero, medindo cerca de cinquenta metros de superfície, e está rodeado por um muro.
Jesus inicia a sua oração e sob intensa agonia e ansiedade, o duro combate se inicia na luta espiritual. Os batimentos cardíacos do Mestre se intensificam com rapidez e de tal maneira que seu suor produz grandes gotas de sangue, que lhe cobriu o corpo e correram até o chão.

"E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão." Lucas 22:44

O fenômeno é cientificamente conhecido pelo nome de hematidrose. Hêmato+hidrose hêmato = a palavra é composta pelos radicais gregos: haima (de haimatos), que significa "sangue". Hidrose = suor, transpiração.

 A pessoa quando submetida sob tensão ou ansiedade extrema, as artérias se rompem e o sangue penetra nas glândulas sudoríparas.

 A hematidrose é um fenômeno raríssimo apenas uma fraqueza física excepcional onde o corpo inteiro dói, acompanhada de um abatimento moral violento causada por uma profunda emoção, por um grande medo. Apenas um ato destes pode causar o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas onde o suor anexa-se ao sangue formando a hematidrose. A hematidrose pode ser mais entendida como uma transpiração de sangue acompanhada de suor.

Portanto, ler no evangelho que Jesus suou sangue, não se trata de uma coisa ingênua, como alguns pensam.

Nos Estados Unidos foram registrados mais de 100 casos. Por exemplo. Pessoas que antes de irem para a cadeira elétrica, sob forte tensão por saber que iam morrer, transpiraram sangue.

Pessoas com medo minutos antes da morte, em caso de naufrágios, tempestades destruidoras, etc. Também transpiraram sangue.

3)      Os julgamentos de Jesus
 Antes ainda da crucificação, o Mestre fora julgado: os seis julgamentos

1º Anãs, ex-sumo sacerdote dos judeus (Jo 18: 13-23)
Falsamente acusado de desacato a Anãs
ILEGAL – realizado à noite. Sem acusação específica. Prevenção. Violência.
Judaico e Religioso
Declarado culpado de desacato e levado às pressas a Caifás

2º Caifás, genro de Anãs (Mt 26:57-68; Mc 14:53-65; Jo 18:24)
Declarar ser o Messias, O Filho de Deus – blasfêmia (punida de morte, segundo a lei dos judeus)
ILEGAL – Preso à noite. Testemunho falsa. Prevenção. Violência.
Judaico e Religioso
Declarado culpado de blasfêmia e levado às pressas ao Sinédrio

3º O Sinédrio – formado por setenta homens que governavam Israel religiosamente. (Mc 15: 1ª Lc 23: 1-7)
Declarar ser o Filho de Deus – blasfêmia
ILEGAL – Cristo foi mantido preso, embora fosse considerado inocente. Sem advogado de defesa. Violência.
Judaico e Religioso
Declarado culpado de blasfêmia e levado às pressas ao oficial romano, Pilatos.

4º Pilatos, governador da Judéia, que já estava sendo “fritado” por Roma (Mt 27: 11-14; Mc 15:1b-5 Lc 23:1-7; Jo 18:28-38)
Traição (a acusação foi mudada, pois traição era punida com a morte por Roma)
ILEGAL – Falta de dados. Zombaria no tribunal. Sem advogado de defesa. Violência
Romano e Civil
Declarado inocente..., mas lavado às pressas a Herodes Antipas, a multidão rejeita o julgamento de Pilatos.

5º Herodes Antipas, governador da Galiléia (Lc 23:8-12)
Nenhuma acusação foi feita
ILEGAL – Sem provar a culpa
Romano e Civil
Maltratado e humilhado; retornou a Pilatos sem nenhuma decisão de Herodes Antipas

6º Pilatos (segunda vez) – (Mt 27:15-1; Mc 15:6-1; Lc. 23:18-2; Jo 18:29-19:6)
Traição, mas sem provas. (Pilatos propõe que a multidão escolha entre Cristo e um criminoso, Barrabás

4)      A importância da cruz
 A cruz tem uma extrema relevância na vida da igreja. Não existe evangelho sem cruzO pastor José Gonçalves, faz as seguintes considerações abaixo, a respeito da cruz:

a)      Na cruz Jesus cumpriu profecias (Is 53.1-12; Gn 3.15)
b)      Na cruz Jesus venceu o pecado (2 Co 5.21; Cl 2.13). O pecado corrói, é contagioso, atrai maldição, quebra a comunhão com Deus
c)      Na cruz Jesus venceu a Satanás (Cl 2.15)
d)      Na cruz Jesus destronou a nossa natureza adâmica (Rm 6.6; Ef 4.17)
e)      Na cruz Jesus nos deu filiação divina  (Jo 1.12; 1 Co 1.18-31)
  
Conclusão
Com certeza, entendemos que a crucificação de Jesus foi realizada a pedido dos líderes religiosos e conforme a lei romana, sobretudo, na esfera espiritual, sabemos que os nossos pecados, as nossas transgressões levaram Jesus à cruz. Devemos lembrar sempre deste fato importantíssimo na história, pois através da cruz, temos os nossos pecados perdoados quando agimos segundo a sua vontade!

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Teologia Sistemática. Stanley M. Horton. CPAD
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD


Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

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09/06/2015

Lição 11 – A última Ceia



Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 11 – A última Ceia

Orientação Pedagógica
          Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação.         
          Foi um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do cotidiano

Introdução:
          Estamos diante de um tema muito rico, amplo e de suam importância para cada um de nós: a ceia do Senhor. Não queremos propor aqui formas de celebração, ou normas para a realização deste ato, mas sim, queremos lembrar esta importantíssima ordenança do Senhor Jesus para a vida de sua igreja.
“Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim.”



1)      A Santa Ceia
          A Santa Ceia ou Ceia do Senhor foi instituída e ordenada pelo Senhor Jesus antes de ter sido traído por Judas e posteriormente negado por Pedro. Era a celebração da Páscoa judaica. O fato foi registrado nos quatro evangelhos em Mateus 26:17-30, Marcos 14:12-26, Lucas 22:7-39 e João 13:1-17:26. Além disso, ela também é tratada em 1 Coríntios 11:23-32.
          O ato da ceia do Senhor demonstra que Jesus se entregou por cada um de nós.

a)      A páscoa
          O Senhor emitiu uma ordem específica a seu povo. A obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tomaria um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito e o sacrificaria. Famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Ex. 12.4). Os israelitas deviam aspergir parte do sangue do cordeiro sacrificado nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele não mataria os primogênitos das casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebreu pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”. Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” Jesus Cristo, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo. 1.29).

2)      Reflexões sobre a Ceia
a)      visão retrospectiva. É um momento para lembrarmos do sacrifício de Jesus na cruz do calvário.
b)      Em segundo lugar, há uma visão prospectiva. Esse olhar é direcionado para frente, para aguardamos a volta do Senhor Jesus vivendo conforme a Sua Palavra.
c)      No entanto, em terceiro lugar, deve haver uma visão introspectiva. Somos chamados a olhar para dentro de nós mesmos, a fim de nos prepararmos para a Mesa do Senhor.

3)       Transubstanciação e Consubstanciação

          A Igreja católica Romana ensina que Cristo está presente na Ceia pela “transubstanciação”, como definida pelo Concílio Lateranense de 1215. “Transubstanciação” significa que a substância do pão e do vinho é miraculosamente transformada em corpo e sangue de Cristo. O pão e o vinho deixam de ser pão e vinho, embora pareçam ser.  De acordo com essa visão, a ceia deve ser ministrada ao povo num só elemento, a hóstia, nome dado a um pequeno pão sem fermento, de formato arredondado. Esse elemento, dizem, após ser consagrado pelo sacerdote ministrante, passa por uma transformação em sua substância. Nos tempos da Reforma, Lutero chamada de “consubstanciação” ensina que o corpo e o sangue de Cristo estão presentes “em, com e sob” a forma de pão e vinho, que em si mesmos, permanecem sendo pão e vinho, e não corpo e sangue.
          O pão representa o corpo de Cristo e o suco de uva o sangue do Salvador.
           Entendemos então, a Santa ceia, com um memorial, em que Cristo está presente não como pão ou suco de uva, mas em cada crente, através do Espírito Santo de Deus.
         
Conclusão

          Devemos participar da Santa ceia com o coração puro, demonstrando temor e obediência ao Senhor, pois não devemos fazê-lo indignamente.
          Lembremo-nos quem estava com Jesus à mesa: os discípulos que o abandonaram, Pedro que o negou e Judas que o traiu, e, apenas João, o seguiu até o Calvário.

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Teologia Sistemática. Stanley M. Horton. CPAD
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD




Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas