28/04/2015

Lição 5 – Jesus escolhe os seus discípulos

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 5 – Jesus escolhe os seus discípulos
Introdução:
       Para que ocorra um bom trabalho faz-se necessário ter-se um grupo preparado e treinado objetivando o alcance da meta proposta. Aos escolher os doze, Jesus não observou somente suas habilidades ou virtudes humanas e momentâneas, porém, chamou e separou doze homens para treiná-los e capacitá-los com a finalidade de cumprir o que Ele ensinou após sua ascensão ao céu.
            Nesse sentido, verificamos que a palavra discípulo significa aluno, aprendiz.
          Um bom líder ou discipulador só será reconhecido como uma liderança eficaz, se a obra que ele começou após ou quando na sua ausência ou seja, preparou e capacitou discípulos; assim como Moisés preparou Josué, Elias a Eliseu e Paulo a Timóteo.


1)      A eleição dos Doze

          Precisamos entender que Jesus tinha vários discípulos (At 6.2; Lc 10.1-24; At 1.15; 1Co 15.6), porém Ele tinha 12 que foram escolhidos para estarem mais próximos do Mestre, conhecidos também como colégio Apostólico.
          Após passar a noite orando, Jesus chamou os seus discípulos e separou os doze (Lc 6.12,13), chamando aqueles que ele quis (Mc 3.13), dando a estes o nome de apóstolos, que significa enviados, mensageiros. A partir daí, o Mestre começa a ensiná-los, principalmente através do exemplo.


2)      Compreendendo o discipulado

a)      Todo discípulo precisa de um mestre. Precisamos tomar o Mestre como exemplo (Jo 13.13-15)

b)      Todo discípulo precisa entender que é um discípulo. Alguns não entendem que precisam aprender ou
estar constantemente aprendendo com alguém. Precisamos ter referencias. Paulo disse: “Sede meus imitadores assim como sou de Cristo.” Outro problema para nossa geração é que muitos estão buscando referenciais sem vida com Deus, sem vida cristã, e isso é um perigo.

c)       Todo discipulado tem um preço. Jesus disse que quem quiser ir após Ele, deve negar a si mesmo,
tomar a sua cruz e segui-lo ( Mt 16.24 ). O discipulado requer renuncia, às vezes, ou quase sempre, sacrifício. Infelizmente, tem muitas igrejas que não preparam discípulos ou tem muita gente achando-se discípulo sem sequer negar a si mesmo! Não se pode tornar-se discípulo do Mestre se não seguir suas orientações.

3)      Características básicas de um discípulo

a)      Crer em Cristo Jesus (Jo 3.17)
b)      Experimentou o novo nascimento (Jo 3.3-5)
c)       Renúncia (Mc 8.34)
d)      Dedicado e disciplinado
e)      Um aprendiz que deseja avançar na doutrina de Cristo (Os 6.3)
f)       Está interessado em aumentar o número de discípulos (Mt 28.19,20)

4)      O Discipulado com Graça


          Dietrich  Bonhoeffer foi um escritor alemão que fora preso por tentar impedir os planos de Hitler. Entre seus livros mais conhecidos encontra-se "O Custo do Discipulado", uma joia da literatura cristã, que faz uma exposição à luz do Sermão do Monte (Mateus 5).
          Seu argumento era pôr em evidência o que significa professar uma fé abstrata, legalista e desencarnada do verdadeiro compromisso e da transformação que Jesus exige como o coração do Reino de Deus para os seus seguidores. Uma fé que não toca a alma nem a consciência, um cristianismo sem Cristo e sem cruz é uma fé estéril, inútil e vazia porque, ao final, não é sustentável. A isto Bonhoeffer chamou de “a graça barata”.
          " A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado”.




5)      Jesus, o Mestre por Excelência

         
           Não se tem melhor exemplo de mestre do que o exemplo de Jesus. Para que um professor tenha
êxito em sua tarefa, precisa irremediavelmente recorrer aos ensinos e legados deixados por Jesus. Em primeiro lugar destaca-se a idoneidade e a autoridade de Jesus. Suas palavras não podiam ser contestadas, pois era a verdade e ele vivia sua mensagem. Jesus nunca mandou seus ouvintes fazer o que ele falava e não fazer o que ele fazia. Suas palavras eram sua vida e sua vida já era uma linda mensagem.
          O elemento mais importante na qualificação de qualquer professor é justamente aquilo que ele é em si. Todos reconhecemos que um só exemplo valem por cem ou mil conselhos.
         Verifica-se também no mestre por excelência Jesus Cristo, seu desejo de servir. Sua vontade era de fazer a vontade de Deus. Nunca seus planos eram colocados em ação ou sequer iniciado, todavia os propósitos de Deus eram as únicas coisas que interessavam.  Esta dedicação em ser servo é clara e notória.
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou.”  João 5:30


     Conclusão
          Em sua Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Champlin faz menção do seguinte texto: “o discipulado cristão é uma questão da maior seriedade. Estão envolvidas no discipulado cristão questões de vida ou morte. A substância da vida é o seu grande tema. A espiritualidade é o seu sustentáculo. A vida eterna é o seu alvo.”
          Infelizmente, nem todos que Jesus chamou atenderam a sua solicitação, como no exemplo no Jovem rico (Mc 10.17-22) e isso ainda nos dias de hoje continua acontecendo. Que o Senhor Jesus, através da Sua Palavra nos ensine a sermos discípulos fiéis a Ele.



Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD

Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

19/04/2015

Lição 4 – A Tentação de Jesus

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 4 – A Tentação de Jesus

Introdução:
          A palavra tentação tem os significados em  heb. nasa e gr. peirasmos, podem, às vezes, ter o significado de "induzir ao pecado", que tão fortemente colore nossas palavras em português "tentar" e "tentação". Mas seu principal e predominante significado é o de "testar o valor e o caráter de homens". Nesse sentido, os cristãos devem se examinar para se certificarem de que suas palavras e ações evidenciam que eles são crentes genuínos (2 Co 13.5; cf. 2 Pe 1.10).
          No latim, temos a palavra  “tentatione”, pode significar indução ao erro.


1)      A Tentação de JESUS

          Logo que Jesus foi batizado, o Espírito de Deus havia descido sobre ele, e, para tomar posse mais completa de sua humanidade, impulsionou-o para o deserto, durante 40 dias e noites sendo tentando pelo deserto:

Primeira tentação: “E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.” Lc 4:3
Necessidade básica. Durante os 40 dias e noites, o mestre estava jejuando, e, com certeza, estava com fome.

Resposta: E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.” Lc 4.4
Jesus utiliza-se na Palavra de Deus para vencer a primeira tentação: “Está escrito”

Segunda tentação:E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Lc 4.5-7
Necessidade de Auto-realização: O inimigo diz que ele é o dono do mundo, querendo enganar Jesus. Ele tem poder, força, porém limitados por Deus.

Resposta: Mais uma vez, o Mestre nos ensina a importância de conhecermos e crermos na Palavra de Deus: “E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás.” Lc 4.8

Terceira Tentação: “Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.” Lc 4.9-11
Necessidade pessoal (auto-estima): Agora, o inimigo, utiliza-se da Palavra de Deus para tentar Jesus.

Resposta: Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” Lc 4.12

          Mais uma vez, Jesus venceu a tentação, mesmo cansado, porém a Bíblia é clara quando nos diz que E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo” (Lc 4.13), ou seja, o adversário, nunca vai desistir de tentar, assim como no caso do nosso Senhor.
          Após vencer uma tentação, prepare-se para enfrentar outras, entretanto saiba que, se a Palavra de Deus estiver em você e você nela, vencerá as tentações. Aleluia!



2)     Alguns detalhes sobre o relato da tentação

Naquilo que é o principal, os relatos de Mateus e Lucas contêm as mesmas informações, mas diferem quanto aos seguintes aspectos:
1) Eles não mencionam a segunda e a terceira tentações na mesma ordem. Mateus coloca a tentação de saltar do pináculo do Templo em segundo lugar, ao passo que no texto de Lucas ela está em terceiro lugar. A tentação de aceitar os reinos do mundo, então, é a terceira em Mateus e a segunda em Lucas.
2) Lucas diz que JESUS foi tentado durante os quarenta dias do jejum e também posteriormente; Mateus não menciona estas outras tentações.
3) Segundo Mateus, depois que Satanás mostra a JESUS os reinos deste mundo, ele diz: “Tudo isto te darei”. Lucas enfatiza a autoridade e a glória destes reinos. De acordo com Lucas, Satanás diz Dar-te-ei a ti todo este poder (literalmente, “autoridade”) e a sua glória (6).
4) Quanto à mesma tentação, em Lucas, acrescenta-se ao texto de Mateus o seguinte: porque a mim me foi entregue, e o dou a quem quero (6).
5) Na tentação de saltar do pináculo do Templo, Mateus chama a cidade de “Cidade Santa”, enquanto Lucas a chama pelo nome, Jerusalém (9). Aqui, o motivo de Lucas é, obviamente, esclarecer os leitores gentios.
                    Estas diferenças não alteram em nada os ensinos relativos à tentação de JESUS.

                   Barclay intitula esta seção como “A batalha contra a tentação” e assim a esquematiza: 1) A tentação de subornar as pessoas com presentes materiais, 2-4; 2) A tentação de fazer acordos ou concessões, 5-8; 3) A tentação de dar demonstrações sensacionais às pessoas, 9-12. Poderíamos acrescentar mais uma: 4) As recompensas da vitória sobre a tentação, 13-14.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag.


3)     Conhecendo as necessidades humanas

          O inimigo sempre irá tentar a humanidade de acordo com as respectivas necessidades de cada um, e faz-se necessário nosso conhecimento nesta área, para nosso alerta e para alertar aos outros:

          A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.





     
4)     Os cinco estágios da tentação  (Tg 1.14-15)

        De acordo com Tiago, podemos classificar os estágios ou processos da tentação, em cinco. São eles:

- Inclinação. "Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça". Dá-se em virtude da natureza pecaminosa do homem;
- Atração. "quando esta o atrai". A atração, percepção seguida da atenção é resultado natural da ação dinâmica dos nossos sentidos (tato, olfato, visão. audição e paladar);
- Sedução. "e seduz". Sedução, conforme o Dicionário Michaelis, significa "1. Ato ou efeito de seduzir ou de ser seduzido. 2. Qualidade de sedutor. 3. Encanto, atração, fascínio." A sedução é uma ação envolvente, que de maneira sutil, embriaga, neutraliza a razão, podendo ser considerada um estágio avançado no processo da tentação;
- Concepção. "Então, a cobiça, depois de haver concebido". A idéia aqui, é a do estabelecimento pleno do desejo de pecar, de transgredir, de realizar o desejo, independente das consequências. O pecado está a um passo;
- Consumação. "dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,". O pecado é o resultado da consumação de todo o processo pertinente a tentação. Este processo pode ser lento ou rápido, planejado minuciosamente ou entregue aos acontecimentos. A consequência imediata deste último estágio é a morte (Gn 2.17; Rm 6.23).

          Segundo Champlin (2001, p. 351) "A tentação, se não for dominada, destrói a fibra moral. Mas, uma vez que lhe oferecemos resistência, isso melhora a qualidade moral de nosso ser".
“Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” Tg 1.12

5)     Conclusão

          Deus não tenta o homem para a prática do mal (tg 1.12), embora ele permita que as tribulações venham para nos provar (Mt 6.13) e mesmo que o inimigo nos tente ou nos leve a passar por alguma tribulação, saibamos que assim como foi com Jó, pura permissão de Deus,  Ele mesmo dará o escape ou o livramento: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”  1 Co 10.13

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD

Pr. Manoel Flausino

Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

15/04/2015

Lição 3 – A infância de Jesus

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 3 – A infância de Jesus

Introdução:

          Não existe nenhuma narrativa extensa sobre a infância de Jesus na Bíblia. E se não está na Bíblia,  não há outra fonte digna de confiança e merecedora de crédito quanto à narrativa da infância de Jesus Cristo narrada nas Sagradas Escrituras. Com essa afirmação, pode-se afirmar que não há informação digna de confiança porque os documentos extras bíblicos, que reclamam tal status, e tentam dar conta desse lapso de tempo da infância de Jesus, são bem posteriores aos Evangelhos, e foram influenciados pelo gnosticismo. Em segundo lugar, por falta de material sobre a infância de Jesus, muitas são as especulações sobre ela, não contribuindo em nada para o nosso conhecimento sobre o Senhor e a sua história como menino.
         Cabe ressaltar que Lucas não tem o objetivo de descrever a infância de Jesus numa perspectiva biográfica. Embora haja dados biográficos no conteúdo, os Evangelhos não são relatos preponderantemente biográficos. E não apresenta uma preocupação cronológica com a estruturação das narrativas, embora o escrito o médico e historiador Lucas seja considerado, entre os Evangelhos, o mais cronológico e narra tudo o que sabemos sobre a infância e a adolescência de Jesus.
          Champlin nos diz que “qualquer tentativa de expor de modo breve e completo a identificação, o ministério e os ensinos de Jesus, deve ser vista como algo semelhante à tentativa de pôr o oceano em uma xícara.” Podemos dizer do mesmo em relação à infância do mestre. Entendemos à luz da palavra de Deus, que o Mestre esteve aqui nesta terra e era 100% Deus e 100% homem, o que é chamado de união Hipostática de Jesus.
          Devemos ter o cuidado de analisar a vida de Jesus de acordo com o relato bíblico.

1)      Seu crescimento
          “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.” (Lc 2.40)
          “E o menino crescia...” Entendemos que Ele crescia fisicamente; um corpo que crescia regularmente, como qualquer outra pessoa sadia.
          “...e se fortalecia em espírito...” Depreendemos deste fragmento o fortalecimento de Jesus em sua vida espiritual.
          “...cheio de sabedoria...”A medida que Ele desenvolvia-se espiritualmente, a sabedoria de Deus aumentava sobre a sua vida. Precisamos entender que não adianta se fortalecer o espírito e viver sem sabedoria.
           “mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ec 7.12
          “A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.” Pv 4.7
           “e a graça de Deus estava sobre ele”. Este dado refere-se à alma do menino, na qual a graça, a misericórdia e o favor de do céu protegiam e conduziam o menino que, mais tarde, cumpriria cabalmente o propósito destinado a Ele.  
          Jesus foi a criança ideal. Ano após ano, Jesus ia revelando suas qualidades   que convinham a sua idade, contudo, alguns textos apócrifos relatam que Ele teria sido um menino prodígio (fazia pássaros de barro e dava vida aos mesmos), o que entendemos que contraria o plano divino. Se o Mestre, enquanto criança realizasse milagres causaria muita confusão em Nazaré e Ele não cresceria em oculto aos olhos dos Judeus. Ademais, basta lermos o milagre em Caná (Jo 2.11), como também observarmos nos relatos como seus compatriotas de Nazaré ficaram extremamente surpresos quando o viram falar como profeta e fazer coisas maravilhosas (Mc 1.27; 2.12; 6.2-6).

2)      Jesus entre os doutores
Os Judeus faziam três peregrinações até Jerusalém, por ocasião das festas solenes, a saber: da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos.
          Com doze anos, por ocasião da Festa da Páscoa, os pais de Jesus, junto com Ele, foram a Jerusalém (Lc 2.42).
          Flavio Josefo, historiador, chega a mencionar que houve uma época em que três milhões de peregrinos fora a Jerusalém para a Festa da Páscoa.
Segundo o Talmude, alguns relatos sobre crianças freqüentando oTemplo de Jerusalém em Festas:
a)      Com 3 anos, pais levavam sobre os ombros.
b)      Com 5 anos, pais davam a mão para ajudar os pequenos.
c)       Com 13 anos, todo jovem israelita começava a ser, segundo as regras estabelecidas pelos rabinos: bar-mitsevah (filho do preceito) ou bem-hatthoran (filho da lei), ou seja, sujeito a todas as prescrições da lei mosaica, mesmo as mais rígidas.
Quando regressaram, José e Maria não notaram a ausência de Jesus, somente mais tarde notaram. Após procurarem e não o encontrando, voltaram a Jerusalém, e ao chegarem lá, após três dias, o encontraram no Templo com os doutores da Lei. Cabe ressaltar alguns detalhes deste momento:
d)      “E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.” Lc 2:47.
          Observemos que o Mestre da Lei, mesmo menino, deixava os doutores da Lei e todos ao redor admirados com sua inteligência.

e)      “E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Lc 2:49.
Com esta palavra de insondável profundidade, Jesus expôs a sua mãe o que precisava fazer. Ele tinha um senso de responsabilidade para com a Obra de Deus. Era responsável e compreendia o que estava fazendo nesta terra: cumprindo sua missão.
Conclusão:
          Devemos aprender com Jesus que o crescimento é biopsicossocioespiritual, ou seja, biológico, psicológico, social, e, sobretudo, espiritual (Mt 6.33).

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD

Pr. Manoel Flausino

Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.

10/04/2015

Lição 2 – O nascimento de Jesus - Subsídio

Escola Bíblica Dominical Ass. de Deus Ministério Despertando Vidas
2º trimestre de 2015 –
Jesus, o Homem Perfeito. O Evangelho de Lucas, o médico amado

Lição 2 – O nascimento de Jesus
Introdução:
          Estamos diante de um tema que mudou a história da humanidade, tendo em vista que a contagem dos anos faz-se antes ou depois de Cristo. O nascimento do Salvador da humanidade, do Messias prometido e esperado, marcou a história da igreja e das nações

      1)      O nascimento de Jesus no contexto histórico e geográfico:
          Com os fatos históricos que Lucas nos menciona conseguimos localizar o nascimento de Jesus na história da humanidade: “aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria).” (Lucas 2:1-2). Esta referência ainda nos situa na geografia bíblica e nos explica o fato de Jesus nascer em Belém, já que sua mãe e seu pai adotivo residiam em Nazaré.
          Com o senso, Roma esperava saber detalhes da vida de cada família com a finalidade de lançar os impostos sobre Israel.
          O decreto estabelecido pelo primeiro imperador romano, Cesar Augusto, para o sistema romano, visava alcançar os propósitos do império, porém, nós sabemos que este decreto, foi para que se cumprisse a profecia sobre o nascimento do Senhor Jesus. Augusto não imaginava que o decreto serviria de providência divina para o cumprimento da profecia, pois cada um deveria apresentar-se no local de nascimento e não onde residia
“E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.” (Lucas 2:4-5)
          A cidade de Belém (Casa do Pão) era ilustre, pois foi onde Davi nascera (I Sm 16.1-13; 17.12-18,58); distava de Jerusalém, aproximadamente, duas horas a pé.

      2)      O nascimento de Jesus demonstra a sua humildade
          Percebemos neste relato que o Rei dos reis e Senhor dos senhores nasceu em um lugar simples, rodeado de pobreza. Lucas nos mostra que o Filho do Homem foi colocado em uma manjedoura, após ter nascido em uma estrebaria. Os judeus tinham o costume em hospedar os viajantes, porém as hospedarias estavam cheias, justamente por causa do senso.
          “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2:6-7)
          Jesus nasceu em Belém, ao sul de Jerusalém, mas passou sua infância e juventude em Nazaré, cidade próxima ao Mar da Galiléia, no norte, por isso é chamado de Jesus de Nazaré, e, por isso também, Natanael desconfiou quando foi informado por Filipe: “Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.” João 1:46

      3)      O nascimento de Jesus no contexto profético.
          Muitas foram às profecias a respeito do nascimento do Messias. Vejamos abaixo:

A ÉPOCA DE NASCIMENTO
Profecias
Cumprimento
Daniel 9.25 – Sabe e entende. desde de saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Ungido, o Príncipe, sete semanas e setenta e duas semanas. As praças e as tranqueiras se edificaram mais em tempos angustiosos.
Lucas 2.1-2 Lucas 2.3-7 – Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo mundo habitado. Este primeiro recenseamento foi feito sendo Quirino governador da Síria.
O LUGAR DE NASCIMENTO
Profecia feita em 738 a 698 ac.C.
Cumprimento
Miquéias 5.2 – Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá aquele que há de reinar em Israel e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
Mateus 2.1 Lucas 2.4-7 – Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do reis Herodes, vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.

NASCERIA DE UMA VIRGEM
Profecia feita em 800 anos antes de Cristo.
Cumprimento
Isaías 7.14 – Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal. A virgem conceberá e dará a luz um filho e será o seu nome Emanuel.
Mateus 1.18 Lucas 1.26-35 - Ora, o nascimento de Jesus foi assim. Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes coabitassem, achou-se grávida pelo o Espírito Santo.
SERIA HOMENAGEADO PELOS REIS
Profecia feita há quase 1000 anos antes
Cumprimento
Salmos 72.10 - Paguem-lhe tributos os reis de Tarsis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba lhe ofereçam presentes.
Mateus 2.1-2 – Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntaram. Onde esta o recém nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a estrela no Oriente e viemos adorá-lo.
OS PRESENTES TRAZIDOS
Profecia feita em 800 anos antes de Cristo.
Cumprimento
Isaías 60.6 – A multidão  de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e de Efá. todos virão de Sabá; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do Senhor.
Mateus 2.11 – Entretanto na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se adoraram e abrindo os tesouros, entregaram-lhe suas ofertas. ouro, incenso e mirra.
A MATANÇA DOS MENINOS
Profecia feita em 600 anos antes de Cristo
Cumprimento
Jeremias 31.15 – Assim diz o Senhor. Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo. Raquel chora a seus filhos e não se deixa consolar por eles, porque já não existem.
Mateus 2.16 2.17-18 – Então Herodes, vendo-se iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar a todos os seus arredores de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquiria dos magos.
A FUGA PARA O EGITO
Profecia
Cumprimento
Oseias 11.1 – Quando Israel era menino, eu o amei e do Egito chamei a meu filho.
Mateus 2.14 2.15 – Levando-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e foi para o Egito.
O MESSIAS RECEBERIA DO ESPÍRITO DE DEUS
Profecia há quase 1000 anos a.C.
Cumprimento
Salmo 42.1 – Eis aqui o meu servo, a quem te sustento; o meu escolhido, em que minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito e ele promulgará o direito aos gentios.
Marcos 1.9-11 – Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão. Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então foi ouvida uma voz dos céus. Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.
O MINISTÉRIO DO MESSIAS NA GALILÉIA
Profecia feita em 800 anos antes de Cristo.
Cumprimento
Isaías 9.1-2 – Mas para os que estavam aflitos não haverá mais obscuridade. No passado ele envileceu a terra de Zebulom e a terra de Naftali, mas nos últimos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações. O povo que andava em trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.
Mateus 4.12-16 – Quando Jesus ouviu que João estava preso, voltou para a Galiléia. Deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, cidade situada a beira do mar, na região de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías. Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios – o povo que estava em trevas viu grande luz e aos que estavam na região da sombra da morte, raiou-lhes a luz.
O MESSIAS SERIA PROFETA
Profecias
Cumprimento
Deuteronômio 18.15 – O Senhor teu Deus te suscitará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvirás.
João 6.14 1.45 Atos 3.19-26 – Vendo os homens o milagre que Jesus fizera, disseram. Este é verdadeiramente o profeta que deveria vir ao mundo.
O MESSIAS SERIA SACERDOTE, COMO MELQUISEDEQUE
Profecia feita em há quase 1000 anos a.C.
Cumprimento
Salmo 110.4 – Jurou o Senhor e não se arrependerá. Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.
Hebreus 6.20 5.5-6 7.15-17 – Aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, feito sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.

Conclusão:

Que venhamos a aprender com o Senhor Jesus as lições de humildade, e que as Boas Novas de salvação não foram anunciadas primeiro aos nobres, e sim aos humildes!
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8)

Bibliografia
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. Hagnos
Ensinador Cristão. Ano 16 - nº 62. CPAD
Enciclopédia da Vida de Jesus. Louis Claude Fillion. Central Gospel
Introdução ao Novo testamento. D.A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris. Vida Nova
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves. CPAD

Pr. Manoel Flausino
Diretor de Ensino e Superintendente de Escola Dominical, escritor, formado em Teologia, Pedagogia e especialista em Psicopedagogia e Gestão de Pessoas.