30/09/2010

CONFERÊNCIA: Tema: "Seitas, Heresias e Ocultismo"

Palestrante: Pr. Robson Correia de Lima
Apologista pelo I.C.P


(Seitas* Maçonaria * Satanismo * Jogos de RPG * Naruto *Bem 10 *Bacugam
Harry Potter * BioChips * Ocultismo * Mensagem Subliminar * Pulseiras da Moda)

Local:Assembléia de Deus em Inhaúma
Ministério Despertando Vidas
Pastor Presidente: Natanael Eufrásio de Oliveira
Investimento: R$15,00 (apostila e certificado) - Inscrições no Local

27/09/2010

Gincana Dominical

A Nossa gincana dominical já começou. As classes estão se esforçando para poder conquistar o direito do sorteio no fim do trimestre.
Lembramos que somente os alunos da classe vencedora que tiverem presença igual ou superior a 75% poderão participar do sorteio

Desafio para o próximo domingo:

Resumo da história da EBD e trazer a moeda mais antiga!

Teremos ainda neste domingo um fórum respondendo algumas dúvidas dos irmãos!!

A paz do Senhor e até o próximo domingo!

O Poder e o Ministério da Oração

A tendencia dos fins dos tempos é o esfriamento espiritual. Se quisermos manter a chama viva e ter um relacionamento íntimo e verdadeiro com Deus é imprescinsdível a oração.
A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.

Neste 4º trimestre de 2010, estaremos estudando o tema O Poder e o Ministério da Oração
Comentarista: Pastor Eliezer de Lira e Silva

Consultor Doutrinário e Teológico: Pastor Antônio Gilberto



SUMÁRIO DA LIÇÃO:

1- O que é Oração

2- A Oração no Antigo Testamento

3- A Oração Sábia

4- A Oração em o Novo Testamento

5- Orando como Jesus Ensinou

6- A Importância da Oração na vida do crente

7- A Oração da Igreja e o Trabalho do Espírito Santo

8- A Oração Sacerdotal de Jesus Cristo

9- A Oração e a Vontade de Deus

10- O Ministério da Intercessão

11- A Oração que conduz ao perdão

12- Quando o crente não Ora

13- Se o Meu povo Orar

CONFERÊNCIA: Tema: "Seitas, Heresias e Ocultismo"

Palestrante: Pr. Robson Correia de Lima
Apologista pelo I.C.P

(Seitas* Maçonaria * Satanismo * Jogos de RPG * Naruto *Bem 10 *Bacugam
Harry Potter * BioChips * Ocultismo * Mensagem Subliminar * Pulseiras da Moda)

-- Data: 18 & 19 de Outubro de 2010 - Às 19:00h

Local:Assembléia de Deus em Inhaúma
Ministério Despertando Vidas
Pastor Presidente: Natanael Eufrásio de Oliveira

Investimento: R$15,00 (apostila e certificado)

17/09/2010

LIÇÃO 12 – O Tríplice propósito da Profecia

I – INTRODUÇÃO:
Algumas pessoas que supostamente falam por meio do dom de profecia, nunca falam para edificar, exortar ou consolar a Igreja; somente fazem denúncias severas. Isto não é o dom da profecia em operação.

Logo, ninguém está autorizado a inventar as suas profecias como forma de ajudar as pessoas mais queridas, tampouco para afrontar pessoas das quais não gosta. Inventar profecias como forma de mostrar muita espiritualidade é uma total irreverência que poderá levar o crente a cair em blasfêmia contra o Espírito Santo.

II - OS PROPÓSITOS DA PROFECIA:

Inicialmente, vejamos, de forma bem sucinta, algumas observações acerca do dom da profecia, do dom da variedade de línguas e do dom de línguas:

(A) – Todos os três são conhecidos como DONS DE INSPIRAÇÃO ou DONS DE EXPRESSÃO VOCAL, visto que os três dizem ou falam algo;

(B) – A PROFECIA É UMA EXPRESSÃO VOCAL INSPIRADA, NUM IDIOMA CONHECIDO;

(C) – AS LÍNGUAS SÃO UMA EXPRESSÃO VOCAL INSPIRADA, NUM IDIOMA DESCONHECIDO; e

(D) – A INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS É A EXPRESSÃO VOCAL

EM NOSSO PRÓPRIO IDIOMA, PARA TRANSMITIR O SIGNIFICADO DAQUILO QUE FOI DITO EM LÍNGUAS, OU SEJA, DAQUILO QUE FOI DITO NUM IDIOMA DESCONHECIDO.

Assim, vamos analisar a Palavra de Deus para vermos os propósitos bíblicos e utilidades do dom da profecia. Leiamos as seguintes passagens:

- I Cor 14:3; I Cor 14:23-25 Por meio destes versículos, podemos extrair os propósitos do dom da profecia:

(1º) – A PROFECIA É PARA SE FALAR AOS HOMENS DE MANEIRA SOBRENATURAL – I Cor 14:3a – A pessoa que profetiza (proclama as revelações pela direção do Espírito de Deus), empenha-se em um ato que tem valor para os outros. As suas palavras ajudam a edificação dos homens.

(2) – A PROFECIA É DADA PARA EDIFICAR – I Cor 14:4 – Edificar significa “construir”. Entretanto, os eruditos no grego explicam que temos uma palavra em nosso vocabulário muito mais próxima do grego original; esta seria: “CARREGAR”, como a usamos em conexão com o carregamento de uma bateria.

Assim, aquele que falar em outra língua em público e não houver interpretação, edifica a si mesmo, isto é, constrói algo espiritual em si mesmo; “carrega” espiritualmente a si mesmo. Isto assim é porque, se não houver interpretação, os demais presentes não saberão o que foi dito em línguas.

Por outro lado, aquele que falar pelo dom da profecia (num idioma conhecido), ou se falar em línguas publicamente e houver interpretação, a Igreja será edificada (construída espiritualmente, carregada com poder espiritual); isto porque a congregação saberá e entenderá o que foi dito.

Em resumo: Tal como um edifício qualquer é levado à sua totalidade e utilidade, mediante um processo contínuo de edificação e aprimoramento, assim se dá com a Igreja de Cristo. Torna-se necessário um desenvolvimento gradual, porquanto nenhum servo de Deus se aperfeiçoa imediatamente, nem de maneira e nem de maneira fácil. A profecia é o dom Cristo Jesus.

(3) – A PROFECIA É DADA PARA EXORTAR – Ou seja, para dar força que estimule o crente a viver a vida cristã. Está em pauta o despertar da vontade para que se faça o que é correto e próprio, isto é, para que se faça o que é direito, e não para que se faça o que é mal.

(4) – A PROFECIA É DADA PARA CONSOLAR – Ou seja: animar, encorajar, aliviar, dar o conforto que vem de Deus.

Na experiência humana, podemos facilmente observar que os crentes não são poupados (em qualquer sentido), da tristeza geral e das dores que afligem a humanidade. No entanto, em Cristo, mediante do dom da profecia, há alívio para tais sofrimentos: Ouvimos falar acerca da providência de Deus, de Seu amor e cuidado, de Seu propósito. Assim, a mente do servo de Deus é levada a compreender o propósito da agonia, bem como a esperança relativa ao futuro, quando toda a adversidade será finalmente eliminada. Por meio do dom da profecia Deus quer nos consolar (II Cor 1:3-7; I Ts 2:11-12).

(5) – A PROFECIA É DADA PARA CONVENCER O INCRÉDULO E TORNAR CONHECIDOS OS SEGREDOS DO SEU CORAÇÃO – É quando o servo do Senhor (sem ter tido prévio conhecimento dos fatos e, às vezes, sem conhecer a pessoa a quem a profecia é direcionada), é usado para falar algo que aconteceu ou está acontecendo na vida de outrem, de forma inspirada e sobrenatural.

Daí resulta que a pessoa a quem a profecia foi direcionada, se expressará: - “Parece que você conhece a minha vida, pois falou exatamente o que está acontecendo comigo”.

III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Algumas pessoas pensam que podem convencer os outros que são ungidas, se mostrarem alguma espécie de manifestação física: saltar, sacudir, gritar, cair, rolar… Pensam que, se assim procederem, os presentes pensarão que elas tem realmente algum poder espiritual e ainda se expressarão desta forma: - “O Espírito Santo levou-me a fazer isto”.

Entretanto, o Espírito Santo não trabalha desta forma, porque lemos em I Cor 14:32: - “OS ESPÍRITOS DOS PROFETAS ESTÃO SUJEITOS AOS PROFETAS”. Isto quer dizer que o profeta tem autoridade para decidir se fala ou se fica calado.

Assim, no caso da manifestação do dom de profecia, o possuidor deste dom fala em nome de Deus trazendo uma mensagem de edificação, exortação e de consolação para a congregação. Por mais importante que seja essa mensagem profética, ela não tem o valor de cânone, tampouco deverá ter a pretensão de complementar a Palavra de Deus.

Sigamos, pois, as orientações inspiradas pelo Espírito de Deus e contidas no Livro Sagrado, quando diz:

- “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isto, que ignore. Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. MAS FAÇA-SE TUDO DECENTEMENTE E COM ORDEM” – I Cor 14:37-40.


Publicado no blog Escola Bíblica Dominical para Todos


www.ensinodespertandovidas.blogspot.com

Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino

10/09/2010

Lição 11 - O Dom Ministerial de Profeta e o Dom de Profecia

INTRODUÇÃO

Existe uma razoável diferença entre o dom ministerial e o dom de profecia. Em que pese ambos serem enviados por Deus e de estrema utilidade para a igreja, o primeiro(o dom ministerial), tratado em 1Co 12:28 e Ef 4:11, é concedido a crentes com chamada específica, com finalidade de trazer maturidade espiritual ao povo de Deus e prepará-lo convenientemente para o exercício das tarefas cometidas pelo Senhor a cada um dos membros do “Corpo de Cristo”; ao passo que o segundo(o dom de profecia), tratado em 1Co 12:10, pode ser concedido a qualquer crente, de acordo com a vontade do Espírito Santo, com a finalidade de exortar, edificar e consolar o povo de Deus (1Co 14.3). O dom de profecia não pode ser considerado indicativo de santidade, pois o mesmo é concedido não por mérito, mas dado “a cada um para o que for útil”(1Co 12:7).

I. OS DONS MINISTERIAIS Esses dons são enumerados em Efésios 4:11 e 1Coríntios 12:28, 29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores ou mestres. São os dons Ministeriais propriamente dito.

1. Distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de apóstolo. É importante que façamos uma distinção entre os doze apóstolos de Cristo (Lc 6:12-16) e o apóstolo como dom ministerial(Ef 4:11; 1Co 12:28).

a) O colégio apostólico. Em sentido especial, os doze apóstolos constituíram o início do alicerce da Igreja (cf Ef 2:20; 3:5; Mt 16:18; Ap 21:14). Tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje (Ef 3:5). Daí, aquele grupo de apóstolos não ter sucessores. São “apóstolos do Cordeiro” num sentido único (Ap 21:14; 1Ts 2:6; Jd 17).

Mas outros além dos doze foram chamados para ser apóstolos; o mais conhecido é Paulo (Rm 1:1), o último dos apóstolos (1Co 15:8) no sentido de receber um mandato especial através de um encontro com o Senhor ressurreto para integrar a formação do testemunho inicial e fundamental de Jesus Cristo (cf At 9:3-8; 22:6-11; 26:12-18). Barnabé (At 14:14); Tiago, o irmão de Jesus (Gl 1:19); Silas e Timóteo(1Ts 1:1;2:6) também são chamados de apóstolos. Juntamente com os profetas do Novo Testamento, esses apóstolos lançaram, com seus ensinamentos acerca do Senhor Jesus Cristo, os alicerces doutrinários da Igreja (Ef 2:20).

2. Uma consideração acerca dos dons ministeriais. Devemos distinguir os dons ministeriais dos “títulos ministeriais” ou dos “cargos eclesiásticos”. Nos nossos dias, muitos têm confundido estas duas coisas, que são completamente diferentes. O dom é uma dádiva de Cristo, é um dom que vem diretamente do Senhor para o crente, dom este que é percebido pelo crente através da comunhão que tem com Deus e pela presença do Espírito Santo na sua vida e que independe de qualquer reconhecimento humano, mesmo da igreja local. Já os “títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”, são posições sociais criadas dentro das igrejas locais, posições estas que, em sua nomenclatura, muitas vezes estão baseadas na relação de Ef 4:11, como a indicar que o seu ocupante tem o referido dom ministerial, mas que, nem sempre, corresponde a este dom. Como a igreja local, via de regra, é também uma organização humana, acabam sendo criados “títulos” e “posições” com o propósito de esclarecer a hierarquia administrativa, a própria estrutura de governo da organização eclesiástica, dados que, se apenas refletem uma necessária ordem que deve existir em todo grupo social, nada tem que ver, a princípio, com os dons ministeriais.

Na igreja primitiva, notamos, claramente, que, apesar da existência de uma organização da administração das igrejas locais (At.14:23), o que é necessário já que cada igreja local precisa ter governo, também não é menos notado que não havia muita preocupação com “títulos” ou “posições”, tanto que, no texto sagrado, os incumbidos do governo da igreja, com exceção dos apóstolos (estes próprios assim estabelecidos pelo próprio Jesus, cujos requisitos se encontram em At.1:21,22) e dos diáconos (At.6:5,6, cuja função é nitidamente administrativa e social), são chamados de vários nomes, indistintamente, como “presbíteros” (1Pe.5:1), “anciãos” (At.14:23) e “bispos” (At.20:28; Fp.1:1), prova de que não havia, àquela época, uma “carreira administrativo-eclesiástica”, como se tem hoje em dia.

a) Apóstolos – “ ele mesmo deu uns para apóstolos…” (Ef 4:11). Em Efésios 4:11 o termo apóstolo (cujo significado é “enviado”) se refere a um mensageiro nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra responsabilidade especial. São homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres. Cuidam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza apostólicas. São servos itinerantes que arriscam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do evangelho. São homens de fé e de oração, cheios do Espírito.

b) Evangelistas – “…outros para evangelistas…”(Ef 4:11). O dom de Evangelista é imprescindível à Igreja. É o dom de ganhar almas para Cristo e de instruí-las nas doutrinas fundamentais da vida espiritual (Hb 6:1,2), a fim de que, superada a fase inicial, possam prosseguir por conta própria na caminhada para o céu. É o anunciador das boas-novas da salvação, aquele que está na linha de frente do “ide” de Jesus. Eles têm habilidade especial para diagnosticar a condição do pecador, sondar sua consciência, responder a objeções, encorajar a decisão por Cristo e ajudar o convertido a encontrar segurança na Palavra de Deus (2Tm 4:5).

c) Pastores e doutores (ou mestres) – “… e outros para pastores e doutores”(Ef 4:11).

* Pastores são homens que servem debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” do Cristo. Guiam e alimentam o rebanho. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo.

* Doutores (ou Mestres) são homens que receberam poder de Deus para explicar o que a Bíblia diz, interpretar o sentido da Palavra e aplicá-la ao coração e à consciência dos santos. Enquanto um evangelista pode pregar o evangelho usando um texto sem prestar atenção ao contexto, o mestre procura mostrar como a passagem se harmoniza com o contexto.

Há quem pense que os dois termos (Pastores e Mestres) se referem a um só dom, devendo ser traduzido “pastores-mestres” já que as palavras “pastores e mestres” estão unidas nesse versículo. Porém, não é necessariamente assim, pois um homem pode ter o dom de ensinar sem ter o coração de pastor. E um pastor pode ser hábil na Palavra de Deus sem ter o dom de ensinar. Se pastores e mestres são as mesmas pessoas em Efésios 4:11, então, pela mesma regra gramatical, apóstolos e profetas também são em Efésios 2:20 e 3:5. Devemos ter cuidado em distinguir entre dons divinos(espirituais ou ministeriais) e habilidades naturais. Nenhuma pessoa que não seja convertida, mesmo que tenha muita habilidade, pode ser evangelista, pastor ou mestre no sentido do Novo Testamento. Aliás, nem mesmo um cristão poderia sem receber um dom especial. Os dons do Espírito são sobrenaturais; capacitam o homem a fazer o que de outra forma seria humanamente impossível.

3. Objetivo dos dons ministeriais. Na visão do apóstolo Paulo, os dons ministeriais são dádivas concedidas por Cristo para “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não mais sejamos como meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”(Ef 4:12-14).

Não se trata de operações episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus para a igreja, mas de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos salvos. Através dos dons ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que, diuturnamente, estarão servindo ao corpo de Cristo, que serão, eles mesmos, verdadeiros dons para a igreja.

Em resumo, os dons ministeriais são dados para aperfeiçoar ou equipar todos os crentes a fim de poderem servir ao Senhor e então edificarem o “corpo de Cristo”. O processo é assim: (a) Os dons equipam os santos; (b) Os santos então servem; (c) O corpo enfim é edificado.

Conforme versículo 14, quando os dons operam de acordo com a vontade de Deus e os santos são ativos no serviço do Senhor, três perigos são evitados: imaturidade (Hb 5:12); Instabilidade; e Ingenuidade

II. “OUTROS PARA PROFETAS” (Ef 4.11a).

1. A distinção entre “apóstolo-profeta” e “profeta”. O emprego do termo profeta em Efésios 4:11 apresenta sentido distinto daquele encontrado nos textos de Efésios 2:20 e 3:5. Efésios 2.20: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”. Efésios 3.5: “o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas”. Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas…”.

a) “Apóstolo-profeta”. Em Efésios 2:20 e 3:5 trata-se de um mesmo grupo: os “apóstolos-profetas”. De forma alguma o texto faz referência aos profetas do Antigo Testamento porque esses nada sabiam acerca da Igreja. Isso não quer dizer que os “apóstolos-profetas” eram o fundamento da igreja. Cristo é o fundamento da Igreja(1Co 3:11). Porém, eles foram os que lançaram o fundamento através das doutrinas que ensinaram sobre a pessoa e obra do Senhor Jesus. A igreja é fundada sobre Cristo no sentido de que Ele foi revelado através do testemunho e dos ensinamentos dos “apóstolos – profetas”. Quando Pedro confessou Jesus como Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus anunciou que a sua igreja seria edificada sobre esta Pedra, a saber, sobre a Verdade sólida de que Jesus era o ungido de Deus e o seu Filho Único (Mt 16:18).

Em Apocalipse 21:14 os apóstolos de Cristo são associados aos doze fundamentos da Santa Jerusalém. Eles não são o fundamento, mas são ligados a ele por terem ensinado a grande verdade sobre Cristo e sua igreja. O fundamento de qualquer edifício precisa ser lançado uma vez só. Os “apóstolos-profetas” fizeram essa obra de uma vez por todas. O fundamento que lançaram é preservado nas Escrituras do Novo Testamento.

b) “Profeta”. Em Efésios 4.11 o apóstolo Paulo deixa claro que “apóstolos” e “profetas” referem-se a mensageiros usados pelo Espírito Santo que cooperavam na edificação da Igreja(At 13:1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Em todas as épocas tem havido homens cujo ministério foi de natureza apostólica ou profética. Os missionários, os que plantam igrejas e os que ministram a palavra para edificação dos santos são profetas, porém, não são “profetas e apóstolos” no sentido primário.

2. As principais funções do profeta. Assim como no Antigo Testamento, a função instintiva do profeta do Novo Testamento é transmitir e interpretar a Palavra de Deus através do Espírito Santo, para admoestar, exortar, animar, consolar e edificar o povo de Deus (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). Como eu disse na aula nº 10 é dever do profeta do Novo Testamento, assim como fora do Antigo Testamento, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus. Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.

A obrigação profética da Igreja não é, em absoluto, a autorização para que, mediante uma “tradição”, acrescente o que foi revelado pelas Escrituras a respeito de Cristo (João 5:39), mas tão somente a divulgação, o anúncio, a explicação daquilo que está contido na Bíblia Sagrada, que é a Verdade (João17:17) e que se encontra em posição superior à própria Igreja, seja porque é fonte de sua santificação, seja porque a Palavra se encontra engrandecida acima do próprio nome do Senhor (Sl.138:2), nome que está acima de todo o nome (Fp.2:9), precisamente por ser Jesus o Verbo (João 1:1), aquele que é a própria Palavra de Deus (Ap.19:13). Por isso, quando não se conhecem as Escrituras, cometem-se erros (Mt.22:29).

III. O DOM DE PROFECIA(1Co 12:10)

1. O que é Profecia. A Profecia é um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1Co 14.3). O maior valor da profecia é que ela, uma vez proferida, sendo de Deus, ao contrário das línguas estranhas(que edifica a própria pessoa), edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza. A profecia é necessária para impedir a corrupção espiritual e moral do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao céu.

2. Características. O dom de profecia, hoje, não tem a mesma autoridade canônica das Escrituras (2Pe 1.20), que são infalíveis e não passíveis de correção. A profecia atual deve ser julgada e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (1Co 14.29-33). Pode acontecer que a pessoa que é detentora do dom de profecia receba a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Portanto, “quem profetiza deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar ‘fora de si’ ou ‘descontrolado’, pois ‘os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas’ (1Co 14.32)”.

Nem todas as pessoas têm o dom de profecia. Em nossos dias, temos visto que os termos ”profecia“ e ”profetizar“ têm sido mal utilizados. Muitas pessoas falam de si mesmas palavras boas como se estas fossem verdadeiras profecias, e ainda motivam outras pessoas a fazerem o mesmo. Paulo perguntou: “…Porventura são todos profetas?’” (1Co 12:29). Essa pergunta foi feita para mostrar que nem todas as pessoas são profetas, ou seja, nem toda pessoa possui o dom de profecia dado pelo Espírito Santo. Desejar uma bênção para o próximo ou ter palavras de vitória tem sido encarado como uma profecia, o que é um erro terrível, pois os verdadeiros profetas falavam o que recebiam do Senhor: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). Portanto, à luz da Bíblia, nem todas as pessoas são profetas e a vontade do homem, por mais bondosa que seja, não pode originar uma profecia verdadeira.

CONCLUSÂO

Os dons ministeriais e os dons espirituais, como o de profecia, continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. Deus sempre se comunicou com o seu povo e continua ainda hoje, quer através dos ministros escolhidos por Deus, conforme o seu dom, ou por meio do dom espiritual de profecia. A igreja que rejeitar ou for indiferente a esses dons, certamente, caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52); a política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22).





Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 4. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

03/09/2010

Lição 10 - O Ministério Profético no Novo testamento

No Novo Testamento, o ministério profético foi instituído por Cristo (Ef 4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas aoSeu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. Neste Novo Pacto, a profecia precisa ser entendida dentro de um contexto específico. Ela não pode ser considerada superior à revelação escrita, ou seja, a própria Escritura Sagrada. Nenhuma palavra “profética” pode ter o objetivo de substituir ou revogar a Revelação Escrita, pois esta é a suprema profecia.


I. JESUS CRISTO, O PROFETA QUE HAVIA DE VIR

1. Características do autêntico profeta. À luz da Palavra de Deus, o autêntico profeta possui as seguintes características:

a) É reconhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem - ele prega a Palavra com a voz e com a vida. Nem todas as pessoas que proferem a Palavra de Deus são boca de Deus. Uma coisa é proferir a Palavra de Deus, outra coisa é ser boca de Deus. Uma coisa é pregar aos ouvidos, outra coisa é pregar também aos olhos. Algumas pessoas pregam a Palavra e os corações permanecem insensíveis. Outras pessoas pregam a mesma verdade e os corações se derretem. Por que essa diferença? É que algumas pessoas são boca de Deus e outras não são (Jr 15.19). Geazi, o moço de Elizeu, colocou o bordão profético no rosto do menino morto e o menino não se levantou (2Rs 4:31). O problema não era o bordão, mas quem carregava o bordão. O bordão na mão de Geazi não funcionava porque a vida de Geazi não era reta diante de Deus como a vida de Eliseu. O poder não está no homem, está em Deus, mas Deus usa vasos de honra e não vasos sujos. Hoje, os homens escutam de nós belas palavras, mas não vêem em nós vida. Precisamos pregar aos ouvidos e também aos olhos. Precisamos falar e demonstrar. Precisamos pregar e viver. Precisamos de homens que sejam semelhantes a Elias, homens de Deus, em cuja boca a palavra seja verdade. A viúva de Sarepta disse que a Palavra de Deus na boca de Elias era verdade(1Rs 17:24).

b) É alguém que tem estreito relacionamento com Deus, e que se torna confidente do Senhor (Am 3.7). Ele vê o mundo e a Igreja sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.

c) É um porta-voz de Deus, ou seja, ele não fala o que quer, mas o que o Senhor lhe ordena(Jr 1:7). Em qualquer instância da mensagem profética, e seja qual for o destinatário, o profeta de Deus falará apenas o que recebeu do Senhor, nem mais nem menos.

d) O verdadeiro profeta, por estar próximo de Deus, acha-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofre por causa dos pecados do povo. Compreende, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimenta as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o autêntico profeta não somente ouve a voz de Deus, como também sente o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).

e) À semelhança de Deus, o autêntico profeta ama profundamente o povo. Quando o povo sofre, o profeta sente profundas dores (ver o Livro das Lamentações). Ele almeja para o povo o melhor da parte de Deus (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens contem, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.

f) O autêntico profeta tem a profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolera a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considera “leve” desvio dos Mandamentos divinos, o verdadeiro profeta interpreta, às vezes, como funesto. Não suporta transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilha, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniqüidade (cf. Hb 1.9).

g) O autêntico profeta desafia constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera aos ditames que Deus revelara na Sua Palavra. Permanece totalmente dedicado ao Senhor; foge da transigência com o mal e requer fidelidade integral a Deus.

h) Finalmente, o autêntico profeta tem uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (por exemplo: Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (por exemplo: Jr 33; Ez 37).

2. Jesus Cristo, o Profeta. A promessa de um grande Profeta feita a Israel cumpriu-se em Jesus. Os seus procedimentos, sejam em palavras sejam em ações, trazia a marca de que Ele não era apenas um profeta enviado por Deus, mas o Profeta de Deus - “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.19). Assim como os verdadeiros profetas no Antigo Testamento, Ele foi reconhecido e aclamado como tal (Mt 21.11; João 4.19 cf. 1Sm 3.20). As maravilhas operadas pelo Senhor Jesus confirmava-lhe o Seu autêntico ministério profético: na ressurreição do filho da viúva (Lc 7.11-17 cf. 1Rs 17.17-23); na multiplicação de víveres (Lc 9.11-17 cf. 1Rs 17.13-16); na autoridade do ensino (Mt 7.28,29 cf. Dt 18.18,19); na resposta imediata das orações (João 11.41-45 cf. 1Rs 18.37-39), na mensagem convocatória ao arrependimento do povo(Mt 3:17; Mc 1:15b cf Jr 7:3), entre outros extraordinários eventos. Sem dúvida, Ele era o Messias, o Profeta de Deus que havia de vir(João 6.14; 7.40).

Jesus, também, revelou os acontecimentos futuros, especialmente em seu sermão escatológico. Entre as suas profecias que já se cumpriram acha-se o anúncio da queda de Jerusalém, que se deu no ano 70, e a segunda diáspora dos judeus (Lc 21.24). Nos dias atuais, percebemos que as enunciações de Jesus quanto aos últimos tempos estão se cumprindo fielmente (Mt 24.5-12). Levemos em conta também suas proclamações escatológicas (Mt 24; Mc 13; Lc 21). Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o Profeta por excelência.

Quando esteve aqui Ele exerceu como ninguém seu ofício profético. Suas obras e ensino apontavam para aquele profeta anunciado por Moisés: “O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada entre o povo” (Dt 18:15; At. 3.22-23).

a) O profeta aguardado por Israel, anunciado por Moisés, deveria ser do povo de Israel, ser um israelita (Dt.18:18). Jesus era um perfeito israelita, como demonstra a sua genealogia. Satisfeito estava, pois, este requisito previsto nas Escrituras.

b) O profeta aguardado por Israel, anunciado por Moisés, deveria ter as palavras de Deus na sua boca (Dt.18:18). Ter as palavras de Deus na boca significa que o profeta deve dizer a verdade. Vemos que Jesus, ao iniciar a sua pregação, tão somente pregou e falou aquilo que o seu Pai havia determinado. Jesus não só dizia a verdade e tinha a verdade em sua boca (João 8:45,46), boca onde jamais se achou engano (1Pe.2:22), como era cheio de graça e de verdade (João 1:14), tendo trazido a verdade até nós, para junto de nós (João 1:17), até porque é a própria verdade (João 14:6). Por isso, ao falar a verdade, mostrou que era profeta e, mais, ao ser a própria verdade, é o maior de todos os profetas.

c) O profeta aguardado por Israel, anunciado por Moisés, deveria falar tudo o que o Senhor ordenasse (Dt.18:18). Neste ponto, também Jesus se notabiliza entre os profetas, pois foi o único profeta a ser obediente até a morte (Fp 2:8). A obediência a Deus é um elemento decisivo, indispensável na vida de um verdadeiro profeta na casa do Senhor.

d) O profeta aguardado por Israel, anunciado por Moisés, por fim, tinha de ser humilde, não ser soberbo nem orgulhoso (Dt.18:19-22). Jesus sempre fez questão de dizer que era “enviado do Pai” (Mt.15:24; Lc.4:43; Jo.5:36; 20:21). Em momento algum, Jesus tomou para si a glória do Pai ou demonstrou soberba ou orgulho.

Todo profeta baseava seu ministério na humilhação diante da potente mão de Deus e, por isso, era um instrumento nas mãos do Senhor. Jesus é manso e humilde de coração (Mt.11:29). Por isso, não podemos admitir, nos dias hodiernos, que pessoas arrogantes, soberbas e orgulhosas se arvorem em “profetas” e “profetisas” na casa de Deus. Nada mais contraditório do que alguém se dizer portador do dom espiritual de profecia ou ser profeta na igreja sendo arrogante e presunçoso. As Escrituras Sagradas, aliás, são claras em mostrar a arrogância e soberba como uma das principais características dos falsos mestres, que, a exemplo dos falsos profetas da antiga aliança, estão a perturbar o povo de Deus (2Tm.3:2; 2Pe.2:10,18; Judas 12,16).

2. A perfeição de Cristo. Jesus é descrito de vários modos nas Escrituras. Ele é o bom pastor, o Pastor Supremo (João 10:11; 1Pedro 5:4), Rei (Ap 19:16; Atos 2:29-36), Profeta (Dt 18:17-19; Atos 3:22-23; Lucas 13:33), Mediador (Hb 8:6) e Salvador (Ef 5:23). Cada uma destas descrições salienta alguma função que Jesus desempenha no plano da salvação. Ao contrário dos outros profetas, que não eram a luz, mas testificavam da luz, Jesus era a verdadeira luz que alumiava os homens(João 12:46). Ao contrário dos outros profetas e apóstolos, Ele não precisava de revelações para prevê o futuro, pois sendo verdadeiro Deus(1João 5:20), Ele sabe todas as coisas(João 16:30; 21:17; Cl 2:2,3). Portanto, Ele é o perfeito Profeta, o profeta por Excelência, o profeta que havia de vir.

Jesus foi distinto dos demais profetas porque trouxe uma mensagem integral, uma mensagem inteira, completa, que não seria mais sombra ou figura daquilo que viria, mas a própria realização da vontade de Deus. Seria o Profeta que teria as palavras do Senhor na sua boca e que falaria tudo o que o Senhor ordenasse (Dt 18:18). Moisés pôde dizer a Israel tudo aquilo que Deus lhe dizia (Ex.19:9), mas Jesus revelou aquilo que Ele mesmo compartilhava com o Pai, que é um com Ele (João 17:3-8). O que foi revelado por Jesus, a respeito de Deus, era do próprio Jesus, de Si mesmo, já que Ele é o Edificador da casa, o Verbo de Deus. Na Sua humanidade, fez notório e conhecido tudo quanto se referia a Deidade, sendo, pois, o “Deus conosco”, o profeta por excelência, o próprio Deus falando aos homens.

II. A ATIVIDADE PROFÉTICA EM O NOVO TESTAMENTO

1. A Grande Comissão (Mt 28.18-20). A missão profética da Igreja está implícita na Grande Comissão que lhe foi outorgada por Cristo. Vários textos dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos falam da abrangência ilimitada da missão profética da Igreja (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46,47; At 1.8). Essa missão profética de pregar o evangelho tem seu alicerce na autoridade de Jesus. É função da Igreja proclamar a todos que se arrependam, para que sejam perdoados os seus pecados (Mc 1.14), e possam ingressar no Reino de Deus.

Nos tempos do Antigo Testamento, a pregação não era uma atividade constante do povo de Deus. Seus líderes espirituais, sacerdotes e profetas e, às vezes, alguns reis tementes a Deus proferiam discursos exortativos ao povo, mas a pregação não era essencial na liturgia do Tabernáculo, do Templo ou das sinagogas. Foi Jesus quem estabeleceu e exerceu o ministério da pregação. Para exercício desse ministério, confiou aos seus discípulos a Grande Comissão (Mt 28.19,20).

A Grande Comissão é, sem sombra de dúvidas, a suprema atividade profética no Novo Testamento. As palavras de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, apontam para alvo e objetivo que a igreja deva alcançar. Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais devem ser encarados no contexto da igreja local como acessórios, entretanto, a evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e pessoal. A igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não fizer missões e evangelismo, não fez nada. A igreja fundada por Jesus Cristo é um organismo vivo, dinâmico e atuante neste mundo de miséria e pecado, mas para que isto ocorra é necessário canalizar mais recursos financeiros, colocando missões em primeiro lugar na administração e atividades da igreja, sem isto não estamos contribuindo de forma efetiva para divulgação do Reino de Deus aqui na terra.

2. A mensagem profética da Igreja (At 3.18-26). A mensagem profética da igreja é constituída, principalmente: (a) pela anunciação do arrependimento dos pecados, (b) proclamação do retorno triunfante de Cristo para buscar a sua Igreja e julgar os ímpios.

a) Arrependimento (At 2.38; 3.19; 17.30). Jesus ordenou que em seu nome se pregasse o arrependimento a todas as nações (Lc 24.47). A mensagem de João Batista (Mt 3.2), de Jesus (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era uma veemente chamada ao arrependimento: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Uma igreja morna perde sua função profética e não prega o arrependimento dos pecados. Todavia, a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15), não se associa ao mundo inconverso e perdido; ao contrário, conclama a todos que se arrependam e se convertam, para que sejam perdoados de seus pecados (At 3.19).

b) A segunda vinda de Cristo (1Ts 4.13-18). O mundo precisa ouvir uma mensagem que será a última que a Igreja tem para anunciar. Não se trata de um aspecto doutrinário secundário. Trata-se de uma mensagem essencial que sempre fez parte integrante do evangelho de Cristo e sem a qual este se torna incompleto e até difícil de entender. Essa mensagem é: Jesus Cristo vai voltar! “O Senhor vem!” - é esse o significado de “Maranata” (1Co 16:22), expressão (em língua aramaica) freqüentemente usada pelos primeiros cristãos.

O mundo precisa ouvir esta mensagem e é responsabilidade da Igreja transmiti-la. Mas esta mensagem é difícil de ser aceite pelo mundo e desperta reações desencontradas. Muitas seitas bizarras e falsos ensinadores poluíram a mente das pessoas com ensinos deturpados e fantasiosos. Usando o nome de Jesus e manipulando a Bíblia de forma falaciosa, colocaram a ridículo a mais nobre esperança da Igreja. Uma dessas seitas, que nos escusamos de nomear, marcou várias datas para a vinda de Cristo, falhando, obviamente, em todas elas. Finalmente, resolveu o problema afirmando que Cristo já veio, embora ninguém o tenha visto. O que contradiz claramente a Escritura. O Apóstolo Paulo assim nos ensina sobre a primeira fase da segunda vinda de Cristo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras“(1Ts 4:13-18). O apóstolo João, sob a revelação do Espírito Santo, assim nos fala sobre a segunda fase da segunda vinda de Cristo: “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele” (Ap 1:7).

Esperar Jesus voltar uma segunda vez é hoje para muitos tão difícil de aceitar como era a ressurreição de Jesus no primeiro século. Mas esta mensagem tem de ser entregue, porque é demasiado importante e urgente para ser desconhecida.

Por que podemos ter a certeza de que Cristo vai voltar? Porque, da mesma forma que as profecias relativamente à sua primeira vinda se cumpriram há 2.000 anos, as que dizem respeito à sua 2ª vinda se irão cumprir também. O próprio Senhor o prometeu (João 14:1-3;ler Atos 1:10,11).

III. O EXERCÍCIO PROFÉTICO DOS APÓSTOLOS

Os apóstolos de Jesus Cristo exerceram na Igreja autoridade semelhante a dos profetas do Antigo Testamento. A missão principal dos profetas do Antigo Testamento era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava.

Os apóstolos são um exemplo do ideal do Antigo Testamento (At 3.22,23; 13.1,2). Além do mais, viveram o clímax da revelação de Jesus (Hb 1:1); eles viram o que todos os profetas desejaram ver: o Filho de Deus, encarnado; não apenas viram, mas, tocaram nEle; não apenas tocaram nEle, mas conviveram com Ele; viram a sua glória bem de perto(no monte da transfiguração). Além disso, desfrutaram da dimensão do Espírito Santo em uma época em que sua atuação não era mais esporádica, mas plena e abundante. Desta feita, consideramos que os apóstolos receberam uma revelação superior a dos profetas do Antigo Testamento (ver 2Co 3. 5-11).

Os apóstolos canônicos foram profetas de Deus não apenas em seu tempo, mas em nosso tempo também, pois seus escritos, inspirados por Deus, cumprem a função da profecia: edificam, exortam e consolam.

A função profética dos apóstolos na igreja incluía o seguinte: a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).

b) Quanto ao futuro: Profetizaram acerca do surgimento de falsos mestres, de seitas e heresias(At 20:29,30; 1Tm 4:1; 2Pe2:1-3; 2Pe 3:7-18)); Predisseram pelo Espírito Santo o arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos mortos(1Ts 4:13-17); a manifestação do Anticristo e o período da grande Tribulação(2Ts 2:3-11); o galardão dos justos(1Co 3:12-15; 2Co 5:10); a vinda de Jesus, o fim do mundo e a eternidade dos salvos(2Pe 3:7-18), dentre outros acontecimentos futuros. O livro de Apocalipse, escrito por João, é essencialmente profético; é a conclusão de todas as Escrituras e lança luz sobre as profecias do Antigo Testamento, principalmente as de Ezequiel, Daniel e Zacarias, de Jesus em Mateus 24, 25 e do apóstolo Paulo (1Ts 4-5; 2Ts 2).

c) Como ocorria no Antigo Testamento, os apóstolos desmascaravam o pecado, proclamavam a justiça, advertiam do juízo vindouro e combatiam o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus. Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.

Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalimo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (João 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22).

CONCLUSÂO

A tarefa profética de Jesus não foi limitada ao tempo de duração de sua vida terrena, como os demais antes dEle, mas por meio do Espírito Santo e de sua vitoriosa e profética Igreja, o seu ministério profético continuou depois da sua assunção à sua Glória.

O exercício do ministério profético da Igreja só é possível porque, a exemplo do que ocorria com o Senhor Jesus, a Igreja também recebeu o Espírito Santo e Deus está com e na Igreja (Mc 16:20 e At.10:38). Sem a presença de Deus, em suas três Pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), nada pode ser feito por parte da Igreja (João15:5). O segredo para o eficaz exercício não só do ministério profético, mas dos outros ofícios da Igreja (real e sacerdotal), está na comunhão que há entre a Igreja e o Senhor. Por isso, tudo o que a Igreja liga na Terra, é ligado no céu e tudo o que é desligado na Terra, é desligado no céu (Mt.16:19). Não se trata de qualquer “privilégio” ou “poder sobrenatural” dado a Pedro, isoladamente, ou mesmo aos apóstolos, mas, sim, uma afirmação de Cristo a respeito da sua Igreja, que, enquanto em comunhão com a única cabeça, que é Jesus Cristo, atua em unidade com Ele (João 17:22,23), nada havendo que possa, pois, prevalecer contra a Igreja, nem mesmo as portas do inferno, ainda que os anjos sejam superiores aos homens (Sl.8:5). É por isso, aliás, que Tiago nos ensina que devemos nos sujeitar a Deus que, aí, então, poderemos resistir ao diabo e ele fugirá de nós (Tg 4:7).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço - Prof. EBD - Assembléia de Deus - Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão - CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento - Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon - CPAD - volume 4. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento - William Macdonald. Através da Bíblia - Lucas - John Vernon McGee