25/06/2010

Lição 13 Esperança na Lamentação

INTRODUÇÃO


Na lição de hoje, estudaremos sucintamente o livro de Lamentações, escrito pelo profeta Jeremias. Neste poema, o profeta prateia a destruição do seu povo diante dos invasores babilônicos. Inicialmente, contextualizaremos o livro, em seguida, trataremos a respeitos dos seus principais temas, e, ao final, destacaremos a necessidade de lamentar pela condição atual do povo de Deus.

1. AS LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS


O livro de Lamentações – qinot em hebraico – é da autoria do profeta Jeremias. Trata-se de uma poesia melancólico, bastante comum no Oriente. O autor das Lamentações prateia a destruição de Jerusalém após 587 a. C. O livro é composto de cinco poemas, cada um formando um capítulo. Os poemas partem da estrutura de acrósticos, baseados nas vinte e duas consoantes do alfabeto hebraico. O autor, Jeremias, foi testemunha ocular do desastre que acometeu o povo de Judá. A estrutura do poema, seguindo o padrão hebraico, é composta prioritariamente de paralelismos. Isso quer dizer que não métrica, ainda que apresente forte qualidade tônica e rítmica. Em linhas gerais, o livro discorre a respeito da soberania, justiça, moralidade e julgamento de Deus e a esperança da benção futura. Diferentemente de Jó, que lamenta sua condição pessoal, Lamentações trata do sofrimento nacional. Esse é um livro triste que demonstra as conseqüências do juízo de Deus pelo pecado (Lm. 1.18), do sentimento de culpa por causa de desobediência (1.8; 2.14; 3.40). Mas nem tudo está perdido, pois o autor consegue ver uma fagulha de esperança em meio ao caos, pois o Senhor preservará sua aliança com Israel (3.19-39). Depois da tempestade virá a bonança, a tribulação não será o fim, pois Deus prometeu restaurar o Seu povo (Lm. 3.25-30; Dt. 30; Rm. 11).



2. LAMENTANDO PELO POVO DE DEUS

O capítulo primeiro das Lamentações de Jeremias retrata a figura de Judá como uma princesa que fora violentada e se encontra desolada. A cidade é denominada de “filha de Sião” (1.6). Outra comparação é feita com uma mulher que outrora casada se tornou viúva (1.4,13). Essa situação ocorreu porque Judá, ao invés de confiar no Senhor, se voltou para seus “amantes” e “amigos” – as nações pagãs com as quais se aliou. Como se não bastasse ter se voltado para essas nações, Judá também adorou os seus deuses (Jr. 2.36,37; 27.1-11; 37.5-10). A situação agora era de desolação, pois não havia mais sacerdotes no templo, pessoas para se alegrarem, as virgens prateavam porque não tinham mais homens com os quais pudessem contrair núpcias. A condição de Judá fora antecipada em Dt. 28.25,32,44, resultante das transgressões (1.5). Caso o rei Zedequias tivesse dado ouvidos às palavras de Jeremias, o povo não teria passado por esse julgamento. Ele, porém, preferiu confiar em seus aliados políticos (II Cr. 26.2). Jerusalém, a princesa de Jeová, tornou-se uma prostituta, e como tal, expôs-se vergonhosamente (Lm. 1.17; Jr. 13.20-27). O povo não atentou para a disciplina do Senhor e para as implicações do seu pecado (Dt. 32.28,29). Naqueles tempos, bem como nos dias atuais, o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23). Por isso, o arrependimento continua sendo o escape para todos os que se enamoram do pecado (Mt. 3.2; 4.17; At. 2.38; 3.19).



3. ESPERANÇA EM MEIO A LAMENTAÇÃO

Vivemos em um mundo tomado pelo desespero. A angústia passou a ser companhia do ser humano. O pecado naturalizou de tal modo que as pessoas não encontram outro meio de satisfação. A plena satisfação, no entanto, de acordo com o ensinamento bíblico, se encontra em Deus (Mt. 5). Ainda que a humanidade siga arredia dos caminhos do Senhor, não podemos encontrar guarida a não ser em Cristo. Somente Ele, conforme atestaram os discípulos, tem palavras de vida eterna (Jo. 6.68). Como os crentes de Tessalônica, há muitos que não mais têm esperança. Mas a mensagem do evangelho de Cristo nos aponta para um futuro glorioso, no qual a morte não é o fim. Cristo virá para arrebatar a Sua igreja e levá-la para estar com Ele (I Ts. 4.13-17; Jo. 14.1). Os crentes de Corinto não tiveram o conhecimento apropriado da verdade bíblica a respeito da ressurreição. O apóstolo destinou parte da sua I Epístola a fim de esclarecê-los sobre essa esperança cristã (I Co. 15). Cristo ressuscitou, Ele está vivo, e, porque Ele vive, podemos também ter esperança. Mesmo em meio às adversidades da vida presente, podemos ter a convicção, pela fé, de uma realidade que já começou e que haverá de se concretizar plenamente no futuro, a partir da qual viveram os heróis da fé (Hb. 11).



CONCLUSÃO

Jeremias lamentou a condição do seu povo após a invasão dos babilônicos. As lamentações do profeta sensível resultaram em um livro poético, repleto de dor pela miséria judaica. Que o Senhor também nos desperte para chorar por aqueles que se encontram distantes de Deus. Que sejamos também despertados para levar a mensagem de esperança do evangelho de Cristo. Nem tudo está perdido, a morte não é o fim, dias melhores virão, pois o Senhor assim o prometeu (Jo. 14.1,2)



BIBLIOGRAFIA

HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.

LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.



Publicado no blog Subsidio EBD

16/06/2010

Lição 12 A Opção pelo Povo de Deus

I – Introdução

OPÇÃO: Ato ou faculdade de optar; livre escolha.

Em todo momento estamos fazendo opções. Umas mais sérias e com graves conseqüências; e outras cotidianas, sem causar danos ou muita diferença (Pv 14.12). Pare e pense nas escolhas que você fez hoje!

Jeremias estava diante de uma séria escolha a ser feita por ele e sua opção seria fundamental não só para sua vida, mas para a vida da nação de Israel.

II - As profecias de Jeremias se cumprem

Como toda a Palavra do Senhor, as profecias de Jeremias se cumpriram (Jr 1.12). A nação de Judá foi invadida por três vezes:

1 – Em 605 – prisão de Joaquim e dos integrantes da nobreza e os sábios, inclusive a Daniel (2 Rs 24.1,2).

2 – Em 597 – prisão de Jeoaquim e dos aristocratas. Saquearam os tesouros do templo, levaram 10 mil homens, inclusive Ezequiel (2 Rs 24.10-12, 14,15).

3 – Em 586 – destruição da cidade e do templo. Zedequias foi levado para babilônia (2 Rs 25.1,9,13,16). Ficaram os mais pobres (2 Rs 25.12; Jr 39.10)

III - A opção de Jeremias:

Jeremias foi levado junto com os outros para Ramá (cidade de triagem, onde se reciclava quem iria para a Babilônia, quem seria morto e quem ficaria em Mispa sendo governado por Gedalias e tinha duas opções: a primeira seria de ir para Babilônia, mas não como escravo, pois seria cuidado por Nebuzaradã (capitão da guarda); e a outra opção era de ir para onde quisesse (Jr 40.4).

a) Jeremias foi salvo por causa da sua fé

b) Jeremias foi tratado com respeito (Jr 39.11)

c) Jeremias estava preocupado com o povo

Na babilônia teria grande conforto e poder, em Judá, continuaria enfrentando o sofrimento. Na Babilônia teria sido favorecido pelos caldeus, mas seria odiado pelos exilados de Judá. Em Judá ele permaneceria pobre e rejeitado, mas o remanescente de Judá saberia que ele não era um traidor.

Em Babilônia já estavam Daniel e Ezequiel. Se Jeremias fosse para lá, Judá ficaria sem um profeta!




IV – Opções a serem seguidas

A opção de Abraão – Obedeceu a voz de Deus, mesmo sem saber para onde estava indo (Gn 12.1-3)

A opção de José – Optou por perdoar e socorrer seus irmãos (Gn 45.3-8)

A opção de Moisés – Abriu mão do Egito para optar pelo povo (Hb 11.23-26)

A opção de Ester – Mesmo com o risco de perder a vida, enfrentou o perigo e salvou os judeus (Et 4.14-16)

A opção de Jesus – Renunciou a glória que desfrutava com o Pai para morrer por nós (Fp 2.5-11)



Conclusão

A opção pelo povo de deus demonstra que entendemos a mensagem de Jesus cristo (Mt 16.24), pois muitas vezes fazer esta escolha implica em sofrimentos, solidão e lágrimas. Todavia, existe uma recompensa para todos que conseguirem lograr êxito nesta batalha (2 Cr 15.7).

Optar pelo povo de Deus significa que não se deve só utilizar de discursos, mas também de atitudes que comprovem nossa opção!



Fontes:

CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.
Dicionário VINE. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003
Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Vida, 2001



Baruch Habá B’Shem Adonai!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Ev. Manoel Flausino

09/06/2010

Lição 11: A excelência do Ministério

1-Introdução



A busca pelo sucesso pode ser causa de tristeza de muitas pessoas. Devemos entender que precisamos fazer cabalmente aquilo que nos foi proposto por Deus e que a recompensa virá dele. Se esperarmos aplausos, congratulações e recompensas financeiras, podemos ficar frustrados.



2-QUEM ERA BARUQUE



Um amigo fiel e amanuense do profeta Jeremias (Jr 32.12-16; 43.3; 51.51). pertencia a nobreza da tribo de Judá, filho de Nerias e irmão de Seraías, camareiro-mor de Zedequias (Jr 51.59), em cerca de 604 a.C. Escreveu todas as profecias entregues por Jeremias, a fim de lê-las diante do povo. Também leu estas profecias diante dos conselheiros do rei. O rei sentiu-se muito desgostoso diante do que ouviu, e, apanhando o rolo, cortou-o em pedaços e jogou-os no fogo. Em seguida ordenou que Baruque e Jeremias fossem detidos, mas eles se ocultaram, e escaparam da detenção. Foi produzida uma outra cópia das profecias, sendo adicionada a predição da ruína de Jeoiaquim e sua casa (Jr 36.27-32)



3-A CORAGEM E O ZELO DE BARUQUE



3.1 - Cuidava dos negócios particulares de Jeremias. Como os pastores necessitam de secretários como Baruque! (Jeremias 32.10-12). É na execução das pequenas coisas que somos preparados para as grandes.



3.2 - Registrava fielmente as palavras de Jeremias. Cabia-lhe também o registro das palavras que o profeta, inspirado pelo Espírito Santo, recebia do Senhor (Jr 36.4).



3.3 - Lia as palavras de Jeremias. Assim como Moisés tinha Arão, e assim como Eliseu tinha a Geazi, tinha Jeremias também o seu escriba e porta-voz (Jr 36.8).



4-A EXPECTATIVA DE BARUQUE É FRUSTRADA

Baruque, o ministro do Senhor, recebe uma mensagem de repreensão por se encontrar deprimido e temeroso em relação ao futuro. A tristeza desse homem resultara da percepção das implicações das profecias de Jeremias.

4.1 A frustração de Baruque. Para quem esperava um sucesso imediato, eis que Baruque só vê dificuldades e frustrações. E se pensava que, com a leitura da profecia, o povo curvar-se-ia sem detença ao Senhor, tal não acontece. Haja vista como o rei trata a mensagem profética: corta o rolo com o canivete de escrivão, e joga o pergaminho no braseiro (Jr 36.23).

4.2 A destruição de Jerusalém. Baruque também esperava viver numa cidade na qual viesse a ter possessões e, onde, tranquilamente, pudesse constituir um lar, mas o Senhor estava para destruir tudo o que plantara (Jr 45.4).

4.3 O tratamento recebido por Jeremias. Se esperava ele descansar sob a fama e o prestígio de Jeremias, achava-se enganado. Pois o seu senhor era tratado em Judá como traidor. Haja vista a prisão que o profeta viu-se constrangido a amargar (Jr 38.6).

4.4 As acusações contra Baruque. Além do mais, pesava sobre Baruque uma gravíssima acusação. Os nobres de Judá supunham que as palavras de Jeremias eram, na verdade, de Baruque. Além de ser acusado de influenciar Jeremias de tomar partido dos caldeus (Jr 43.3).



5-SUCESSO OU EXCELÊNCIA?

Excelência (do latim excellentia) é o estado ou qualidade de excelente. É a superioridade ou o estado de ser bom no mais alto grau. Excelência é o fruto de um coração zeloso pela obra e disposto a servir.





1. A efemeridade do sucesso. O sucesso faz o nome do obreiro, todavia não o torna conhecido diante de Deus. Dá-lhe riquezas, porém, não lhe proporciona prosperidade espiritual. Enche-lhe o templo, mas, não raro, de crentes vazios. Confere-lhe prestígio, entretanto, não lhe aumenta a reputação diante daquEle que tudo vê e tudo conhece. Abre-lhe as portas aos poderosos, não obstante, fecha-lhe as do Todo-Poderoso. O sucesso faz a igreja de Laodicéia, mas somente a excelência pode conferir a beleza de Filadélfia e a perseverança de Esmirna.

O sucesso ministerial sem a excelência do Cristo de Deus nada é.



2. A glória da excelência. A excelência! É esta que devemos perseguir até que nos venha buscar o Senhor. Se com ela semeamos com lágrimas, com ela ceifaremos com alegria. Se com ela sofremos, com ela jubilaremos na presença do Rei. Além disso, quando fomos chamados ao ministério, o Senhor não nos disse que teríamos sucesso; através de seu apóstolo, assegurou-nos que excelente coisa estávamos nós almejando (1 Tm 3.1-3). Sabe por que Paulo jamais se sentiu frustrado? Ele perseguia a excelência ministerial no serviço do Senhor, e não o sucesso (Rm 11.13). O sucesso quem procurava era Demas que, no momento mais difícil de Paulo, abandona-o por sentir-se atraído pelo presente século (2 Tm 4.10).



Mas é preciso ressaltar que o trabalho do Senhor não é avaliado por critérios humanos. Os ministros aprovados por Deus são aqueles que não têm do que se envergonhar e que manejam bem a Palavra da Verdade (II Tm. 2.15). Quando o Supremo Juiz julgar as obras dos ministros, muitos daqueles que ostentaram fama, glória e riqueza ficarão envergonhados. O Senhor lhes dirá que eles já receberam o galardão que tanto desejaram.

Jesus é o maior exemplo de serventia para o cristão, seja ou não obreiro. Paulo nos diz que Ele tomou a natureza de servo (Fp. 2.7; Lc. 4.8), em consonância com o servo sofredor de Is. 53. A diakonia, que costuma ser reduzida ao cargo eclesiástico, diz respeito ao ato de servir aos outros no Corpo de Cristo (At. 4.32-37; II Co. 9.13). O exercício efetivo do ministério, por meio dos pastores, evangelistas, mestres, apóstolos e doutores visa à edificação da Igreja (Ef. 4.11,12).



O líder verdadeiro inspira mais fazendo do que dando ordens. Motiva mais dando exemplo do que verbalizando o que sabe. O Líder que seguimos fez assim quando tomou a sua cruz e afirmou que quem quisesse segui-lo fizesse o mesmo. Então, o caminho do líder cristão nem sempre parece de êxito, de sucesso ou de vitória, más sempre deve ser de excelência e de cruz. O caminho do líder servo é diferente do líder secular, que utiliza pessoas como escadas para os resultados, ou que vê em cada um dos liderados uma ferramenta que pode ser descartada quando não funciona adequadamente. Antes, tem a cada um como alvo do amor de Deus. Gente, como nós, imperfeita e muitas vezes indesejável custou alto preço para o nosso Líder e Ele garantiu que de maneira alguma os lançaria fora.



Os líderes têm que ser fonte de inspiração para os seus grupos, más só conseguirão de fato se tiverem inspiração no Amado, que não veio para ser servido.



O que vale mais: ter sucesso ou ser excelente?

O sucesso é algo rápido. Já a excelência, permanente.

O sucesso tem duração curta, é algo momentâneo. Com o tempo se esquece e torna-se um nada.

Já a excelência gera consequências positivas, transforma pensamentos e muda o mundo. Sua marca é registrada e o tempo não apaga.

Qual tem sido sua escolha?

Será que tem buscado apenas sucesso em seu trabalho ministério ou a excelência do trabalho?

Pense nisso!

''E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.'' Lucas 10:42





“Não há maior satisfação para uma pessoa justa e bem-intencionada do que saber que ela dedicou suas melhores energias ao serviço de uma boa causa”.

Albert Einstein



Fontes: atlasviagens.multiply.com

CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 8 ed. São Paulo: Hagnos, 2006.

Dicionário VINE. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003



Texto de Reflexão: A Estrada do Sucesso



A estrada para o sucesso não é uma reta,

Há uma curva chamada fracasso,

Um trevo chamado confusão,

Quebra-molas chamados amigos,

Faróis de advertência chamados família,

E pneus furados chamados desânimo.

Mas...

Se você tiver um estepe chamado determinação,

Um motor chamado fé,

Um motorista chamado Jesus,

Você chegará a um lugar chamado sucesso.



Autor desconhecido.

07/06/2010

LIÇÃO 10 - O VALOR DA TEMPERANÇA

INTRODUÇÃO


No capítulo 35 do livro do profeta Jeremias, Deus contrasta a fidelidade dos recabitas com a apostasia do povo de Judá.

Tornando-se interessante observar que nas entrelinhas deste capítulo 35, o Senhor não dá muita ênfase ao padrão de vida que os

recabitas levavam, e sim ao “autocontrole” daquele povo. O livro do profeta Jeremias está repleto de momentos em que o Deus de

Israel usa de diversas formas e maneiras para atrair o seu povo ao centro da sua vontade. Eis então mais um grandioso exemplo

deixado por Deus, tanto para a nação de Israel, que naquele tempo precisava de tal aprendizado, como também para nós nestes

últimos dias. Alimentemo-nos então com esta tão sublime maneira de Deus ensinar ao seu povo.

I – A ORIGEM DOS RECABITAS

Pouco podemos falar sobre este povo e principalmente sobre sua origem, salvo algumas informações que temos na Bíblia Sagrada.

Sabemos que no tocante a religião eles eram grandes defensores do nome do Senhor Jeová, pois quando Israel, no período que era

governado pelo rei Onri, estava fortemente voltado ao culto à Baal. Encontramos Jonadabe tomando a iniciativa de sair ao encontro de

Jeú, para pelejar contra a casa de Acabe. “E, partindo dali, encontrou a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, o

qual saudou e lhe disse: Reto é o teu coração para comigo, como o meu o é para contigo? E disse Jonadabe: É. Então, se é, dá-me

a mão. E deu-lhe a mão, e Jeú fê-lo subir consigo ao carro” (II Rs 10.15).

1.1-Definindo o termo.

· Recabitas: ( Do hb. ) Significa: “Carreteiro”. Pois deriva-se de uma raiz que significa “montar”, “dirigir”.

1.2-Considerando alguns pontos.

· Recabe. Filho de Rimom, o beerodita, da tribo de Benjamim. Junto com seu irmão Baaná, era líder entre os soldados de

Saul. Depois da morte deste rei, seu filho Is-Bosete assumiu seu lugar mediante o apoio de Abner e de 11 tribos de Israel,

enquanto a de Judá seguia Davi. “Porém Abner, filho de Ner, capitão do exército de Saul, tomou a Is-Bosete, filho de

Saul, e o fez passar a Maanaim. E o constituiu rei sobre Gileade, e sobre os assuritas, e sobre Jizreel, e sobre Efraim, e

sobre Benjamim, e sobre todo o Israel. Da idade de quarenta anos era Is-Bosete, filho de Saul, quando começou a reinar

sobre Israel, e reinou dois anos; mas os da casa de Judá seguiam a Davi” (II Sm.2.8-10). Tempos depois, Abner foi

assassinado, Recabe e Baaná pensaram que receberiam o favor de Davi se matassem Is-Bosete, o que realmente fizeram.

Levaram a cabeça dele ao novo rei, o qual ficou furioso. Davi nunca desejaria destruir a família de Saul desta maneira, pois

sempre se dispôs a esperar o tempo de Deus. Davi então mandou matar Recabe e Baaná pela traição que cometeram contra

Is-Bosete. (II Sm.4.2,5,6,9-12).

· Recabe. Mencionado como o pai de Jonadabe, o qual apoiou Jéu em sua luta contra Acabe.“E entrou Jeú com Jonadabe,

filho de Recabe, na casa de Baal, e disse aos servos de Baal: Examinai, e vede bem, que porventura nenhum dos servos

do Senhor aqui haja convosco, senão somente os servos de Baal.” (II Rs 10.23).

· Queneus. Vale apena também atentarmos para uma referência aos “queneus, que vieram de Hamate, pai da casa de Recabe”.

Vejamos o que diz o texto: “E as famílias dos escribas que habitavam em Jabez foram os tiratitas, os simeatitas e os

sucatitas; estes são os queneus, que vieram de Hamate, pai da casa de Recabe.” (I Cr 2.55). É bem provável que Hamate,

seja o pai de Recabe; porém, pode ser apenas uma referência feita à um lugar, que talvez os queneus tenham vivido. O

próprio Recabe pode ter-se referido simplesmente a um grupo de pessoas cujos ancestrais foram os queneus.

II – O ESTILO DE VIDA DOS RECABITAS

Existem muitas divergências quanto a posição social e o estilo de vida dos recabitas. Alguns pensam que eles seriam homens

simples do deserto, e outros que seriam nômades criadores de rebanhos. Outros chegam até a pensar que eles eram uma corporação

social muito importante. Estudiosos dizem que as regras dele visavam à preservação da simplicidade primitiva, ou seja, a manutenção

do estilo nômade, pois a vida civilizada, geralmente leva as pessoas para à apostasia. Podemos fundamentar esta maneira de entender

sobre três pressupostos:

· A abstenção de bebidas alcoólicas é própria da sociedade nômade;

· Viver em tendas é o estilo de vida próprio dos nômades;

· Desprezar à prática da agricultura também é próprio dos nômades.

Os recabitas amavam a vida no deserto. Eles consideravam as cidades corruptoras da boa moral, e jamais estariam em Jerusalém

se não tivessem sido forçados a fugir do ataque inicial dos babilônios contra Judá. “Sucedeu, porém, que, subindo Nabucodonosor,

rei de Babilônia, a esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos caldeus, e por causa do exército

dos sírios; e assim ficamos em Jerusalém” (Jr 35.11).



III – O EXEMPLO DOS RECABITAS

Jeremias tinha uma mente muito fértil para ensinar lições objetivas em apoio aos seus ensinamentos e, naturalmente a palavra

de Deus o ajudava muito nisso. O profeta sabia da reputação dos recabitas e queria “submetê-los a teste” concernente à proibição que

eles haviam recebido para que não tocassem em vinho. “Porém eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de

Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos.” (Jr 35.6).

3.1- Aprendendo com os recabitas.

Podemos tirar fortes lições de vida da atitude dos recabitas ante a oferta do profeta Jeremias:

· Obediência. Não existe qualidade que mais agrade a Deus do que um filho obediente. “Obedecemos, pois, à voz de

Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os

nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas” (Jr 35.8). “Porém Samuel disse:

Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis

que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (I Sm 15.22).

· Fidelidade. Aquele povo preservava a sua cultura e foram fiéis aos seus preceitos. Hoje em nossos dias precisamos ser fiéis

aos nossos líderes para obtermos a benção de Deus em nossas vidas. Deus mostra a sua fidelidade ao seu povo. “As

benignidades do Senhor cantarei perpetuamente; com a minha boca manifestarei a tua fidelidade de geração em

geração” (Sl.89.1). “Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Lm 3.23).

· Fugiam da Idolatria e imoralidade. O povo naquela época eram influenciados a idolatria e as orgia, porém os recabitas não

se dobravam a essas práticas. “Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que

é sufocado e do sangue” (At.15.20). “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém” (I Jo 5.21).

IV- O QUE É TEMPERANÇA

Do grego “engkrateia” (o termo original) de “autodomínio”. Esta palavra aparece na forma substantiva somente em três passagens

do Novo Testamento (Gl 5.22; At. 24.25; II Pe 1.6). É o autocontrole que a pessoa exerce sobre seus desejos e sua busca incontida

pelo prazer. Aristóteles, filósofo grego, por sua vez, define uma pessoa temperante como alguém com imensas paixões, mas tudo sob

controle. A pessoa intemperante é considerada por ele como alguém que escolhe deliberadamente praticar o que é errado, mas como

alguém desprovido de forças para resistir à tentação.

4.1- O valor da temperança.

· A temperança conduz o crente a uma vida disciplinada em tudo. “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem

para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível” (I Co 9.25).

· A temperança integra a armadura espiritual do crente. “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da

couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação” (I Ts 5.8).

· A temperança capacita o crente a ser tolerante, moderado e equilibrado. “Melhor é o que tarda em irar-se do que o

poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade” (Pv 16.32).

· A temperança protege o crente dos ataques do inimigo. “Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não

pode conter o seu espírito” (Pv 25.28).

· A temperança é indispensável aos líderes. “Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante”

(Tt 1.8).

CONCLUSÃO

A falta de temperança pode levar o cristão a cometer os desejos pecaminosos da carne. O melhor antídoto contra isso é estar cheio

do Espírito Santo, porque desta maneira estaremos sob o seu controle. Ele nos ajuda a dominar nossas fraquezas, e submetermo-nos à

sua vontade. “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef. 5.18). O fruto da

temperança suscitado pelo Espírito Santo opõe-se a todas as obras da natureza pecaminosa carnal e humana. Ao longo da vida terrena,

precisamos exercer o governo disciplinado sobre os desejos da carne. Que possamos aprender e colocar em prática este grande

exemplo de temperança deixado pelos recabitas.

REFERÊNCIAS:

· Bíblia de Estudo Pentecostal. C.P.A.D.

· Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. R. N. Champlin. HAGNOS.

· O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. R. N. Champlin. HAGNOS.

· Dicionário Teológico. Claudionor Corréa de Andrade. C.P.A.D.

· O fruto do Espirito. Antônio Gilberto. C.P.A.D.



Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação